"Eu"

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Eu não sei bem como começar esta história. Juro que pensei em muitas formas de inicia-la, mas não encontrei alguma que fosse compatível com o que eu imaginava já saber, então, desculpa se parecer algo muito acelerado ou estranho.

Bom, sem muita enrolação, irei me apresentar. Acho melhor eu não me definir como homem ou mulher ainda. Por enquanto, serei o que você imaginar que eu seja, combinado?

Me chamo Ariel e imagino que está confuso(a) com o nome, visto que é um nome que serve pra ambos os sexos. Nasci numa cidade comum e pequena, dessas bem clássicas que você já conhece (ou já ouviu falar) - todo mundo se conhece, tranquila, sossegada. Sou filho(a) único(a), 20 anos de idade, gosto da natureza, de animais, de música e passo por vários tipos de problemas. Mas não problemas absurdos; são aqueles que gente normal que nem eu passam, aqueles que quase todo mundo passa... Problemas "normais" sabe? Não? Certo, irei citar os meus. Minha vida em praticamente todos os aspectos é baseada em "e se" ou "será que". Por exemplo: "e se eu tivesse um emprego melhor?", "e se eu fosse mais inteligente?", "e se eu não conseguir?", "e se a minha vida fosse melhor?", "e se eu tivesse muito dinheiro?", "e se eu não tivesse câncer?". Isso mesmo: câncer! Mas calma lá gente, foi diagnosticado a tempo e estou muito perto de ficar bem. Achou que era uma história triste de uma pessoa com câncer? Achou errado.

Então, me resumindo, único(a) filho(a), 20 anos, curte natureza, animais e música, tenho um emprego ruim, não sou (ou pelo menos não me acho) inteligente, não consigo fazer quase nada do que planejo ou desejo, minha vida é um tédio e não tenho dinheiro.

Se você leu até aqui e está se perguntando: "Ué, mas ele ou ela não tem amigos? Nem pais/família?". Sim, eu tenho, mas deixei aqui pro finalzinho mesmo. Eu tenho um amigo, ele se chama Tino e você irá conhece-lo mais adiante. Sobre minha família, não tem muita coisa; meu pai, Tom, é alemão, professor de artes, alto, careca, barbudo, muito bem humorado mas quase nunca está em casa. Minha mãe, Ana, é brasileira, trabalha numa recepção de hotel, é baixinha, cabelos bem cacheados e escuros e olhos castanhos (bem castanhos mesmo), inclusive, pra você que ficou curioso(a) sobre a minha aparência, pareço muito com ela.

Sem mais, espero que me acompanhe até o final e que eu não tenha falado demais, vou logo te avisando que sou bem tagarela, desculpa.

NÍNIVE'Where stories live. Discover now