Capítulo 18

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Lena só queria poder tomar um banho quente. Estava em choque ainda, não conseguia acreditar que seus medos realmente iriam se concretizar.

O sol estava se pondo novamente, fazia quase vinte quatro horas que ela estava naquela cela fria. Os polícias, alguns, tentavam ser gentis com a morena mas outros faziam questão de humilhá-la.

Tentou dormir mas os flash da noite anterior lhe atingiam, pela primeira vez chorou deitada naquela cama dura e sem nenhum rastro de seu lar.

–Acorda, senhorita celebridade!–Lena acordou com barulhos da cela sendo aberta. Esfregou os olhos e esperou o que viria.

–O que houve?

–Sua hospedagem aqui acabou. Agradecemos a sua preferência.–Debochou. Ficou encarando a mulher em sua frente enquanto coçava a barriga.

–Eu vou ser liberta?

–Parece que seu advogado tinha uma carta na manga. Seu pai está preso.–Colocou as mãos na cintura e encarou, com tédio, Lena. Ela sentiu algo estranho dentro de si, alívio, raiva e preocupação. Lionel não era de se entregar fácil, com certeza estava tramando algo.–Bom, celebridade, é melhor ir saindo daqui. Preciso fechar a cela antes de terminar meu turno.

–Alguém veio me buscar?–Levantou da cama ainda um pouco confusa.

–Tem uma moça na recepção. Deram pra ela seus pertences.

–Ok, obrigada!–Lena caminhou em direção a recepção daquele lugar. Alguns olhares caíram sobre ela. O policial era o único ponto seguro dela ali naquele momento. Quando a grade que separava as celas da libertação se abriram Lena suspirou aliviada. Seus olhos procuraram algum rosto família, desejava que Sam e Alex estivessem ali mas encontrou com um par de olhos azuis preocupados. Ficou paralisada no lugar, a última pessoa que gostaria de ver era justamente a que estava lhe esperando. Um sentimento sufocante lhe atingiu.

–Adeus, celebridade!–O policial rechonchudo acenou e entrou em seu escritório deixando a morena e a loira se encarando.

Parte de Lena queria correr e abraçar forte a mulher em sua frente outra, que estava ganhando a batalha, queria se manter distante pois tinha medo de se machucar novamente.

Algo quente molhou a bochecha de Lena, não queria chorar mas era inevitável.

–Cadê a Sam e a Alex?–Lena perguntou encarando o chão. Limpou suas lágrimas e esperou por uma resposta.

–Elas estão em casa, eu acho. A última vez que eu vi elas estavam resolvendo algo sobre a Ruby. Pediram que eu dissesse a você que o que for preciso pode contar com elas.–Sorriu nervosa. Não queria ser rejeitada pela morena mas sabia que ser recebida de braços aberto não era uma opção.

–Por que você está aqui?

–Olha, eu sei que eu sou a última pessoa que você quer ver no momento mas estou aqui pra te ajudar e tenho certeza que sou sua única opção.–Foi sincera, acreditou no tal ditado de que quanto mais rápido tirasse o curativo, menos sofreria. Lena sorriu irônica sentindo raiva de Kara.

–Eu não preciso de você. Posso me virar sozinha.

–Não, não pode. Você está grávida e sem dinheiro. Quer mesmo que eu deixe você se virar sozinha?

–Gravidez não é doença. Posso muito bem arrumar um emprego e não depender de você.

–Por Deus, Lena, escute o que está dizendo. Você vai comigo, para o meu apartamento e ficará lá por tempo indeterminado.

–Você não manda em mim.

–As cumadre poderiam parar de gritar e ir embora de uma vez?–O policial, enfim, interviu na discussão. Kara e Lena se encararam por alguns segundos.–Obrigada! Bando de loucas!

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