CAIR DA NOITE

Capítulo 3 - Surpresas desagradáveis

Lucius

O estrondo contra a parede da sala me chamou a atenção, fazendo com que levantasse da cama em que estava. Corri até a sala da casa de Adam, agora que eu estava passando uma temporada em Astória dividíamos a casa dele, ainda era estranho estar naquele lugar sem Erin, e tinha certeza que para Adam era mil vezes pior.

Quando cheguei até lá encontrei Jake contra a parede e Adam frente a ele, com um dos braços contra seu pescoço. Mesmo que Jake estive em clara desvantagem, tanto pela posição em que se encontrava quanto pelo fato de ainda estar machucado de seu encontro com vampiros ele permanecia tranquilo, Adam estava claramente nervoso com os punhos cerrados em fúria. Nada daquilo estava sendo fácil para o cara.

- Que porra Jake! Como no inferno não me disse isso assim que soube? – ele esbravejou, parecia ter um grunhido preso na garganta.

- Eu pensei que ela tinha contado a você. Falei isso para ela e ela agiu como se fosse fazer. Que merda cara, você não sabe o quanto me arrependo disso!

- Porra. O que mais ela disse?

- Nada. Apenas o que já contei a você.

Caminhei até eles atento para o caso de Adam partir para a briga, ele parecia meio inconstante esses dias.

- O que esta acontecendo aqui? Vocês poderiam conversar normalmente?

Adam respirou fundo antes de tirar o braço que ainda tinha contra o pescoço de Jake. Ele deu um passo atrás arrumou a manga longa da camisa, depois ergueu a mão que foi direto para o cabelo fazendo um movimento estranho um misto de puxão com um leve desarrumar das mechas.

- Vá em frente Jake – disse com um tom amargo – Conte novamente a história.

Jake saiu da parede e foi sentar no sofá, ele usava o boné de sempre que parecia ser uma peça que gostava bastante, estava meio gasto na aba mostrando o quanto era usado. Ele tirou uma carteira de cigarros do bolso sacudiu até retirar um e olhou para mim como quem pergunta se seria um problema, dei de ombros sem me importar.

- Tinha mesmo parado com essa merda. Quase completamente, tenho recaídas quando fica estressado. – disse com desgosto, tragou a fumaça e voltou a expeli-la depois de um tempo – Erin tinha um admirador secreto.

- O que?! – interrompi surpreso.

- É. Alguém estava mandando flores para ela no serviço. Descobri por acaso, daí discutimos por que fiquei preocupado com sua segurança quando li o bilhete e quando me disse que já tinha recebido outros bilhetes como aquele, uns três se lembro bem. – ele suspirou, antes de continuar - Eu disse o quanto estúpida era por não ter contado assim que recebeu o primeiro, depois avisei que devia falar para Adam, pensei que tinha contado.

- O que estava escrito? – Adam perguntou.

Parecia se esforçar para não sair correndo atrás do vento. Afinal não tínhamos nada, zero de pistas sobre qualquer coisa, Enrico antes de sua morte tinha sido interrogado, mas ele não sabia de muita coisa nem mesmo o nome do vampiro que orquestrou tudo, se é que fora mesmo um vampiro, nem disso tínhamos certeza. Assim, só nos restava procurar vestígios de pistas, já tinha sido dado alerta para outras alcateias para o caso de alguém esbarra com os sequestradores.

- Algo sobre sentir a falta dela depois que se afastasse da empresa, mas que estava conformado, pois logo iriam se "encontrar". O recado me pareceu ameaçador mesmo que escrito com palavras polidas. Ela insistiu em dizer que era coisa do ex-namorado...