DE VOLTA A BROCHIER

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O sol brilhava através da janela, e Micael despertou ao lado de uma morena deslumbrante. A dor latejante em sua cabeça o lembrou da noite anterior. Ele se levantou, dirigindo-se ao banheiro para um banho revigorante, ao sair, percebeu que a moça não estava mais na cama. Curioso, ele seguiu até a sala, onde a encontrou sentada no sofá. Seus olhares se cruzaram.

— Bom já vou indo!

— Não vai tomar nenhum café? - pergunta Micael.
— Não tenho tempo pra isso tchau - diz a moça indo embora.

A morena foi embora, e Micael dirigiu-se à cozinha, abrindo a geladeira para pegar uma garrafinha de sangue. O livro de lendas estava em suas mãos, e ele mergulhou na leitura. No entanto, a campainha interrompeu sua concentração. Ao abrir a porta, deparou-se com Ana, claramente de ressaca.

— Que dor de cabeça dos infernos.
— Toma café que passa!
— A onde você estava hein?você sumiu da boate!
—Tive que ir embora, porque eu queria transar, e acabei transando aqui em casa - diz Micael com um sorriso de lado.

— Que horror Micael!

— Até parece que você não sabe o que é transar, você não é virgem!
— Você fala de um jeito vixee - diz Ana rindo.
—Eu preciso da sua ajuda!
—Pra quer?

— Pra descobrir se uma pessoa está morta ou não!
— Como eu posso te ajudar nisso?
— É o seguinte chama as suas amigas bruxas pra me ajudar, eu preciso saber se minha mãe está viva!
— Eu vou ver o que eu posso fazer!

— Ok, vamos trabalhar pra despertar César!
— Lembrando que hoje mesmo vamos voltar para brochier - diz Ana.
— E hoje mesmo vou me matricular na aquela faculdade - diz Micael.
— Porquê?
—  Porque o que eu procuro está lá naquela faculdade!
—  E o que é?
— Uma chave, essa chave vai ser um caminho para despertar César sem falhas!

O relógio marcava quatro da tarde enquanto Ana e Micael percorriam a estrada 101, quase chegando a Santa Catarina, em direção a Brochier. O som de "Tame Impala - It's Not Meant to Be" preenchia o carro, criando uma trilha sonora para a viagem. Ana, com sua garrafinha térmica de vodka, tomava goles ocasionais, enquanto Micael, com um sorriso travesso, pegava a garrafa da mão dela e também bebia. Os olhares trocados entre eles carregavam um misto de diversão e provocação.

— Você está dirigindo não pode beber!
Micael rir e diz.
— Até parece que vou bater o carro!

Ana revira os cantos do carro em busca de um cigarro, mas, para sua frustração, não encontra nenhum. Ela olha para Micael com uma expressão de desapontamento, como se esperasse que ele tivesse um esconderijo secreto para os momentos de necessidade

— Não tem nem uma porra de um cigarro - diz Ana procurando um cigarro.

Com um gesto casual, Micael retirou um cigarro do bolso de seu casaco e o ofereceu a Ana. Ela aceitou com um olhar entre o surpreso e o divertido, como se a situação fosse um tanto inusitada.

—  porque não disse logo Caraí me deixou procurar tudo!

O cenário se desdobrava em uma sequência de eventos sobrenaturais. Micael, com um sorriso enigmático, ofereceu o isqueiro a Ana, que acendeu o cigarro. Mas, de repente, um vulto cruzou a frente do carro, fazendo-o quase capotar. Micael parou o veículo e saiu, seguido por Ana, ambos atordoados. O vulto misterioso circundava-os, e então, com violência inesperada, Ana foi arremessada contra o carro, amassando a frente e estilhaçando o vidro. Desmaiada, ela jazia ali. Micael, agora transformado em vampiro, concentrou-se, determinado a enfrentar o vulto. Com uma agilidade impressionante, ele saltou sobre a figura sombria, apenas para descobrir que era uma mulher de cabelos ruivos, trajando um longo vestido preto.

o despertar de um vampiro sede de vingança (Parte 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora