o despertar de um vampiro sede de vingança (Parte 1)

DE VOLTA AO LAR

  ALGUNS SÉCULOS ATRÁS

Na noite de lua cheia de 1565, o salão estava mergulhado em sombras e segredos. César, um homem de intrigas e ambições, ocupava sua poltrona com uma elegância inigualável. Seu doublet preto, adornado com detalhes em marrom, realçava sua figura imponente. O casaco estilo cardigã, longo o suficiente para roçar seus joelhos, conferia-lhe um ar misterioso. A taça de ouro repousava em sua mão, o vinho rubro cintilando à luz das velas. César bebericava, os olhos fixos na porta. Micael, seu fiel aliado, estava à sua direita, igualmente bem-vestido e atento. Os dois compartilhavam um propósito, busca pelo lendário livro da vida. A reunião estava prestes a começar. Os aliados chegariam em breve, trazendo consigo segredos ancestrais e promessas de poder. César sabia que, naquela noite, as estrelas conspiravam a seu favor. O livro da vida estava ao alcance de suas mãos, e ele estava disposto a tudo para obtê-lo. A lua cheia brilhava no céu, testemunha silenciosa de uma trama que mudaria o curso da história.  

— Aqui está! — diz César entregando uma adaga mágica.

— Para que serve? — pergunta Micael.

— Para mobilizar as bruxas e prendera-las— diz César.

— Obrigado!

— Cadê o seu irmão? — Pergunta César

— Não Sei, só sei que ele foi embora — diz Micael com tom de magoa.

— Estão brigados?

— Mais ou menos!

— Vocês não podem ficar brigados, vocês são irmãos, tem que um proteger o outro!

— Até parece que ele precisa de mim!

— Um precisa do outro, nunca se esqueça disso, independente de qualquer coisa vocês são irmãos!

— Eu sei, o senhor sempre fala isso, ele também foi embora em busca da mãe dele que sumiu!— diz Micael.

— Ela não sumiu, ela deve está por aí como sempre!

O som da campainha ecoou pela mansão, interrompendo o silêncio da noite. A moça, com passos leves, atendeu à porta. Lá estavam eles, Nicolas Kannenberg, o melhor amigo de César, e Eloá Barcelos, a feiticeira enigmática. César se levantou, o coração acelerado. Nicolas recebeu um abraço caloroso, enquanto Eloá, com um sorriso misterioso,

— Eu tenho informações que o livro estar nas mãos de um grupo de videntes! —diz Nicolas pegando um livro preto e grosso na bolsa que ele trouce.

— Maravilha vamos pegar! —diz César.

— Ótimo, já estou com as pedras magicas de bloqueamentos — diz Nicolas.

— E você Micael? — Pergunta César.

— Tá tudo certo, estou pronto —diz Micael.

— Amanhã é um longo dia!

A sala estava impregnada de mistério e tensão, as paredes de pedra, gastas pelo tempo, pareciam sussurrar segredos ancestrais, César, Micael e seus aliados se acomodaram em torno da mesa de carvalho maciço, as cadeiras rangendo sob o peso de suas expectativas. Eloá, a feiticeira, cruzou as pernas com graça, os olhos escuros faiscando. Nicolas mantinha a postura ereta, os dedos tamborilando nervosamente na madeira. César, o líder da empreitada, fitou cada rosto à sua volta. As velas tremeluziam, projetando sombras dançantes nas paredes.