o despertar de um vampiro sede de vingança (Parte 1)

PELOURINHO

Nas primeiras luzes da segunda-feira, quando o sol abrasador pintava o céu, Salvador despertava. Terra do dendê, da cultura e da arte, ela guardava segredos que transcendiam o mundo dos mortais. Aqui, os primeiros vampiros, a enigmática família Hoffmann, desbravaram as ruas séculos antes dos portugueses ousarem pisar em solo brasileiro. Unidos a uma tribo de lobos, ergueram uma fortaleza indestrutível, forjando um império sobrenatural que desafiava o tempo. O Pelourinho, coração pulsante da cidade, exalava magia. Suas vielas estreitas escondiam criaturas que dançavam entre as sombras, enquanto as fachadas coloridas testemunhavam séculos de intrigas e feitiçarias. A família Hoffmann, senhores da noite, explorou cada pedra, cada beco, construindo seu domínio. Mas Salvador não era apenas um refúgio para vampiros e lobos. Outros seres sobrenaturais também encontraram abrigo aqui. Quando os portugueses chegaram, trazendo consigo a cobiça e a ambição, descobriram que o Brasil era mais do que uma terra exótica. Era um caldeirão de mistérios, onde a magia fluía como o dendê nas panelas das quituteiras, e assim, o Brasil emergiu das brumas do desconhecido. O nome ecoou pelas colinas, e Salvador, outrora chamada por outros nomes, revelou-se como um tesouro oculto. Os séculos passaram, mas a cidade permaneceu, guardiã de segredos e maravilhas. Sob o sol quente, os seres sobrenaturais continuam a escrever sua saga, enquanto os mortais, alheios, seguem suas vidas.  

— Bom dia amigo! — diz Shaira para Herton.

— Bom dia!

— Bom hoje à noite vai ter reunião aqui em casa! — diz Lolita.

— Sobre o que?

— Sobre o despertar de césar, tenho feiticeiras e bruxas limpas que pode nos ajudar!

— Maravilha!

BROCHIER

O sol do meio-dia banha a casa de Micael, mas as sombras escondem segredos mais profundos. Ele se exercita, os músculos tensos, a mente inquieta. A barra e os abdominais são apenas uma fachada, uma distração. O saco de boxe absorve seus golpes, mas não pode aliviar o peso de suas memórias. O som distorcido de "Alter Ego" preenche o ambiente, ecoando como um chamado ancestral. Micael fecha os olhos, e o passado se desenrola diante dele. 1944, um ano marcado por rituais proibidos, pela busca do impossível. Ele e seu irmão, unidos em um propósito sombrio, tentaram Despertar César. Mas algo deu errado. O véu entre os mundos se rasgou, e a escuridão se infiltrou. Agora, Micael treina com fúria, como se pudesse expiar os erros do passado. O saco de boxe é seu confidente silencioso, absorvendo não apenas seus golpes físicos, mas também sua culpa e desespero. Ele sabe que o preço da magia é alto, e César permanece adormecido. 

CIDADE DE BROCHIER.
Na penumbra da noite, em meio aos escombros da segunda Guerra Mundial, os seres sobrenaturais encontraram refúgio nas sombras do Brasil, o sul do país, envolto em névoa e segredos, abrigou vampiros famintos, bruxas sussurrantes, lobisomens famélicos e feiticeiras enigmáticas. Micael Goulart, um homem marcado por tragédias e pactos obscuros, aguardava na sala escura, vestindo um terno que parecia ter sido costurado por almas perdidas. A lua cheia lançava sua luz trêmula pelas janelas, revelando símbolos arcanos nas paredes. Ali, naquela casa que não era sua, Micael conspirava com seus aliados sombrios para despertar César, um lendário da profecia ancestral que há muito tempo havia se perdido nos abismos do tempo. O ar estava carregado de magia e antecipação, enquanto o destino se desenrolava como um pergaminho macabro. 

— É hoje o grande dia Herton, depois de séculos, que bom que você veio nesse dia importante, depois de muito tempo sem a gente se ver!