13 - The tragedy

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📚| Lili's point of view

— Podemos subir? - Cole pergunta sussurrando no meu ouvido, tentando esconder seu rosto.

— Claro - sussurro de volta - Mãe, Melanie, eu e Cole precisamos subir para discutirmos sobre um trabalho de escola.

Quando estávamos prestes a sair de sua vista, a tal mulher chama por Cole e o mesmo suspira fundo, se virando para a mesma.

— É você mesmo filho? Ai meu Deus...

Ela o abraça com força, mas o moreno sequer retribui. Sinto que ele está incomodado então, assim que ela o solta, interrompo.

— Que bom te rever filho, eu- - -

— Me desculpa, Melanie? - ela assente - É que realmente precisamos discutir sobre esse trabalho, é extremamente importante! - puxo Cole escada a cima e entramos no meu quarto, onde eu fecho e tranco a porta.

— Você está bem? - me aproximo de Cole, que estava de costas para mim - Se quiser me dizer o que te incomoda, eu vou ouvir todos os detalhes.

— Eu não consigo... - ele sussurra.

Eu, que estava atrás dele, dou a volta e fico a sua frente. Seu rosto estava deprimido, seus olhos cheios d'água e a boca sendo mordida fortemente.

— Ei, não fica assim! - eu o abraço, encostando minha cabeça no seu peito - Não precisa ficar assim, eu to aqui.

Ele envolve seus braços no meu pescoço e apoia sua cabeça na minha, onde ele deposita um beijo demorado. Eu olho para cima e vejo um Cole derrotado, e essas suas reações estão me deixando preocupada com sua saúde.

— Cole, vem aqui - o puxo para a cama, deitando o lá e me deitando ao seu lado, ficando com a cabeça apoiada na mão, o visualizando.

— Se você não quiser contar, tudo bem, mas tudo vai ficar melhor quando você desabafar, eu prometo - falo acariciando seu rosto.

— Tudo bem - ele fala, se sentando na cama e tirando seus tênis para não sujar a mesma - Eu vou contar, mas você tem que prometer não questionar nada ou sequer contar pra alguém sobre isso.

— Claro, tudo bem.

Ele suspira e começa.

— Melanie é minha mãe, e eu tenho um irmão gêmeo, Dylan - a primeira informação já me chocou, mas não falei nada sobre - Minha família sempre teve boas condições, eu nunca soube de onde vinha aquele dinheiro todo, achava que era por causa da venda de jóias e perfumes de marca da minha mãe, mas não sabia que ela também vendia drogas. Meu pai trabalhava como mecânico em uma confeccionaria de carros muito famosa, e até que ganhava bem, mas acho que se fosse só o trabalho dele, não iria conseguir manter nossa família. Eu sempre fui um cara de muitos amigos no tempo do ensino fundamental, aquele que todos gostavam, que tirava notas altas, e que sempre era elogiado pelas meninas, mas quando eu tinha 12 anos, tudo aconteceu de uma vez. Eu tinha uma melhor amiga, Haley. Ela era fantástica e sempre que pudéssemos, estávamos andando juntos. Mas em um dia que estávamos na minha casa, as portas de entrada foram abertas brutalmente e minha mãe apontava uma arma para a cabeça de um cara, que tinha uma mochila nas costas. Ela gritava para o cara dar a mochila, mas ele não dava. Quando esse cara virou o rosto, Haley percebeu que era seu irmão mais velho, ela começou a gritar e tentar ir na direção, mas eu a segurava, com medo de algo ruim a acontecer. Mas eu não aguentei por muito tempo, a soltei e a mesma saiu correndo em direção do irmão. Minha mãe continuava mirando a arma para o cara, e gritava por Dylan, não sabia o porquê, mas não conseguia me mexer, fiquei ali como uma estátua nas escadas, sem poder ajudar a impedir uma tragédia. Melanie gritava com Dylan, coisas do tipo: "Se ela sair viva, vamos para a cadeia!" Então Dylan, que se tremia, pegou uma arma que estava escondida em uma gaveta da sala e disparou na Haley... - ele parou de contar por um instante, deixando lágrimas caírem - No mesmo instante, Melanie atirou no irmão. Havia sangue por todo lado, e a única coisa que eu conseguia fazer era chorar em cima do corpo da minha melhor amiga. Meu tio chegou e viu a cena, chamou a polícia e Melanie e Dylan foram presos. Foi uma confusão na hora do tribunal, porque minha mãe acusou meu pai de alguns crimes, mas ele não fez nada, nem soube exatamente como tudo isso aconteceu. Porém eles pegaram 16 anos de cadeia, levando todas as circunstâncias. Mas pagaram a fiança com 2 anos e foram viver em algum lugar que eu não faço a mínima questão de saber. Ainda hoje eu não entendi o porquê da minha mãe ter matado aquele cara, mas eu me sinto um inútil por somente ficar lá parado e ver minha melhor amiga sendo morta pelo meu próprio irmão! - muitas lágrimas escorriam pelo seu rosto, e a única coisa que eu consegui fazer foi me aproximar e o abraçar, o aninhando nos meus braços.

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