15 - He's the only one

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📚| Lili's point of view

Três dias antes

— Até que essa escola não é tão ruim - o novato, Sean Depner, declarou, enquanto andávamos em direção a próxima aula, já que teria que acompanha-lo durante o dia inteiro.

— Quando você menos perceber, essa escola vai fazer parte do seu coração - falo falso.

— Eu acho que não, prefiro a minha escola antiga.

Eu já achei esse garoto insuportável, meu Deus.

— Sabe, você é bem aquele estilo de aluna nerd gostosa - ele fala, do nada.

Eu realmente me ofendi com seu comentário, quem ele pensa que é pra me chamar de nerd gostosa?

— Olha aqui - eu entro na sua frente, o parando no meio do corredor - Eu não sei como era na sua antiga escola, mas nessa aqui, você não pode sair tratando qualquer uma como uma puta.

Ele dá um passo na minha direção, ficando mais próximo de mim. Continuo com a minha cara de durona, ameaçando ele com os olhos cerrados.

— Eu falo com quem eu quero da maneira que eu bem quiser, eu apenas falei um fato verdadeiro, e se isso te ofendeu, que se foda! - ele aumenta o tom de voz, fazendo com que eu me afaste.

— Que se foda você! Quem você acha que é pra chegar e já se achar o dono dessa escola?

Ele me encara com uma expressão raivosa e em poucos segundos, sua mão agarra meu braço e me puxa até o banheiro masculino, onde ele se tranca comigo em uma cabine.

A esse ponto, eu já estava me tremendo e com medo da situação, com medo do que ele faria comigo.

— Eu posso não ser o dono dessa escola, mas eu posso ser, sem dúvidas, o seu dono. Te dou 10.000 reais se me satisfazer.

— Que idiota! Eu não pertenço a ninguém! - empurro ele, e o mesmo bate as costas na porta.

— Agora você vai ver sua vadia - em milésimos de tempo, seu corpo me prensa na parede e se esfrega no meu - Se você já teve medo de mim, agora você vai ter mais ainda!

Suas mãos vão até minha cintura, onde ele percorre até minha bunda por dentro da minha saia. Eu tento me mexer, mas tudo me deixou muito tensa que não consegui realizar tal ato.

Sua boca invade a minha, mas não correspondo, a única coisa que consigo fazer é ficar parada, recebendo tudo como um soco.

Ele vai até meu pescoço, onde deixa chupões e mordidas, me incomodando muito mesmo. Quando reúno algumas forças, empurro o mesmo, mas suas mãos prendem meus pulsos contra a parede gelada.

Ele me apertava, e doía muito, por isso, consegui arranjar energia e gritar.

— SOCORRO!

Ele segurou meu rosto, o apertando forte - Se você gritar por ajuda eu juro que vai ser muito pior!

Engulo seco, já achando que ele iria conseguir se aproveitar do meu corpo, mas batidas na porta o assusta, e ele se afasta de mim.

Obrigada Deus.

— Que porra é?

— Tá tudo bem aí? Eu ouvi alguém gritar socorro - reconheço a voz, era Casey, um ex melhor amigo.

— Tá tudo- - -

— CASEY, ME AJUDA POR FAVOR! - grito.

Sean me olha furioso e acerta um tapa no meu rosto. Eu não acredito que ele fez isso...

Eu só conseguia ficar parada, encolhida, com a mão no rosto no lugar onde ele bateu. Nem vi o que aconteceu em seguida.

Casey derrubou o novato no chão e o socava com toda força que podia.

— VAI SE FUDER, SEU COVARDE!

Casey levanta e se afasta de Sean, se aproximando de mim. Ele me olhou por um tempo e depois me abraçou. Lágrimas já substituíram minha dor e a única coisa que eu conseguia fazer era aceitar aquele abraço.

— Vem, vamos falar com o diretor! - fala o moreno me guiando para a porta.

— Não! - falo medrosa - Não quero levar isso pro diretor, só quero ir embora - choramingo.

— Mas- - -

— Por favor, só me leva embora daqui - falo entre os soluços.

— Tá bom, mas se você não contar ainda essa semana, eu mesmo conto - suspiro fundo e assinto - Agora vem.

Casey me levou para casa e quando cheguei, tive que mentir para minha mãe de que as aulas acabaram mais cedo sem olhar na sua cara, para ela não ver meu rosto vermelho. Subi correndo para meu quarto, trancando a porta e me jogando na cama, derramando lágrimas por todos os cantos do travesseiro.

[...]

Resolvi finalmente tomar um banho e relaxar um pouco, já que não paro de chorar desde que cheguei.

Eram umas 02:00 da manhã e eu não comi, não falei com ninguém, apenas fiquei no meu quarto fingindo estudar. Casey também me ligou, mas eu não atendi, apenas agradeci por mensagem e voltei a chorar.

Isso tudo me deixou extremamente abalada, e eu sei que não conseguiria esquecer aquela cena por um tempo.

Fiquei na banheira por uns 20 minutos e resolvi me vestir e ir pro andar de baixo tocar piano. Não sei exatamente o porquê, mas isso sempre me acalmava.

Cantei várias músicas, mas a que mais me tocou mesmo foi Hold On. Aquela música me deixava sempre mais em paz, porém dessa vez, parece que ela me destruiu e voltei a chorar.

Tentei cantar mais músicas, mas nenhuma saia legal, até que toquei Someone you Loved. Aquela música sim me acalmou.

Me fez relembrar de muitas memórias, e de outras que eu devia ter aproveitado melhor. Me fez lembrar de Chloe, que sempre ficava comigo na fossa, me fez lembrar de Addy, minha afilhada que se mudou para longe, e também... me fez lembrar de um certo moreno.

Cole...

Ele anda sendo tão especial na minha vida, que acho que se o perdesse, iria ser o meu fim. Engraçado como, em poucas semanas, nossa relação mudou totalmente.

Antes brigávamos por qualquer coisinha, eu chamava ele de idiota, babaca, e depois revirava os olhos por seus comentários. Mas agora, estamos muito próximos! Somos... eu não sei o que somos. Talvez ficantes? Não sei. Só sei que eu amo ter ele por perto e talvez esteja apaixonada por seus olhos verdes. Risos

Depois que acabei a canção, palmas se estabeleceram no local, e lá estava ele, com aquele pijama preto que eu tanto adorava, me aplaudindo como se eu fosse uma celebridade.

Engraçado como uma pessoa que estamos pensando, que sorrimos ao lembrar dela, pode fazer tudo melhorar em questão de segundos.

Mas a verdade é que, ele é a pessoa certa, e acho que a única que pode me fazer enfrentar tudo e todos.

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