Joy era uma sereia que tinha curiosidade sobre o mundo humano, podendo passar noites explorando constelações. Ao ser convocada para realizar um ritual de extrema importância para o seu povo, ela se sente extremamente honrada, porém, o que a jovem se...
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– Será que eles vão ficar bem? – Joy perguntou as amigas após saírem da corrente marítima que as levou para as águas próximas ao reino.
– Esses humanos? – Seulgi falou apontando para o corpo do capitão e do segundo comandante que estavam presos em uma bolha acompanhando as sereias enquanto nadavam – Provavelmente virarão Mavitae antes da lua ficar no alto.
– Eu falo dos outros sete, acham que sobreviverão naquela praia? E se ninguém achar eles e acabarem perdidos? Ou pior, termos beijado eles tão intensamente a ponto de esquecerem quem são?
– Joy – Wendy falou chamando e parando na frente da amiga – Eles tem sete cérebros, algum deles ali deve pensar em modo de sobrevivência. Relaxe.
– É, eles não devem ser só rostinhos bonitos – Seulgi concluiu – Não é mesmo Irene?
– É, claro – comentou a mais velha de modo aéreo.
Assim que as quatro sereias voltaram para a região de Aquata, Joy acabou magicamente presa dentro de uma redoma ao passar pela proteção do reino.
– O que está acontecendo? – a sereia perguntava olhando para suas amigas tentando sair. Seus poderes de manipulação não faziam efeito em nada, como se estivessem anulados.
– Isso é alguma pegadinha? – Wendy perguntou tentando fazer algo do lado de fora, o que foi inútil.
– Joy! – um dos guardas apareceu acompanhado de outros – Você está presa por desobediência a ordem da Grande Mãe.
– Desobediência? – Joy perguntou incrédula – Mas eu…
– Não estou entendendo – Irene interviu – Joy não fez absolutamente nada demais. Fizemos o ritual como foi instruído.
– Prestem contas com a Grande Mãe, estamos apenas seguindo ordens. Com licença.
Quando os guardas começaram a nadar, a redoma com Joy dentro começou a segui-los. A sereia dentro olhou para suas amigas com os olhos arregalados, por instantes chegou a temer a própria vida.
– Irene, você vai fazer alguma coisa não vai? – Wendy perguntou a amiga de modo aflito – Você consegue libertar a Joy?
– Eu vou tentar – afirmou a mais velha.
– O que faremos com eles? – Wendy apontou para os humanos.
– Vamos levar até a Grande Mãe, lá eu falarei com ela.
°°°
A sereia foi jogada em uma espécie de caverna sendo trancada na mesma. Embora nunca tivesse estado presencialmente naquele lugar, sabia que era conhecido como a prisão.
E poucos saíram vivos de lá para contar alguma história.
– Por favor me tirem daqui, eu posso explicar tudo para a Grande Mãe – suplicou a sereia vendo os guardas se afastarem.
– Ela falará com você quando achar necessário, espere até lá.
A escuridão tomou conta do local quando os guardas saíram. Joy sentiu a garganta se fechar em um nó e seu coração se apertou, o que seria dela agora? Tudo isso por causa de um humano?
Ok que não era qualquer humano, era o seu Zimzalabim ou seja, o seu amor mais do que eterno. Não tinha culpa por amar alguém profundamente, será que o preço seria morrer? Ou passar a sua vida naquele lugar?
Ela respirou fundo, poderia enfrentar algumas prisões só de saber que ele estava bem.
°°°
Irene nadava com tanta velocidade que tornou-se um borrão enquanto cruzava os corredores até o local que sabia onde a Grande Mãe estava.
– Identificação – um guarda pediu na porta da sala barrando sua entrada.
– É sério isso? Minha cara não basta.
– Identificação.
– Irene.
O guarda a mediu de cima a baixo com feições sérias.
– Não pode entrar.
– Como?
– Você não tem o direito de ver a divindade.
– Eu sou Irene de Aquata, protejo o povo e esse reino sendo escolhida a dedo pela Grande Mãe para realizar um ritual que mantém esse mar saudável – falou com um tom de voz firme – Eu tenho o direito de vê-la.
O olhar da sereia intimidou o guarda a ponto dela ver toda a postura do tritão vacilar através de seus olhos, fazendo-a sorrir por dentro.
– Pode entrar.
A porta se abriu e com o queixo erguido, entrou na sala se curvando somente para a Grande Mãe que estava na sua frente.
– Por que estás aqui Irene?
– Grande Mãe, atrevo me a dizer que cometeu um erro.
– Cometi?
– Sim. Fizemos o ritual e…
– Incompleto – disse interrompendo Irene – O ritual está incompleto.
– Não, trouxemos os humanos que pediu para realizar a Mavitae. Não está incompleto.
– Dois humanos Irene? Acha mesmo que dois humanos serão suficientes para alimentar todo o reino? Os corais? Manter Aquata viva?
– Acredito que sim. Grande Mãe, sei que é extremamente poderosa podendo fazer uma Mavitae maravilhosa e…
– Irene, entenda uma coisa – falou a divindade novamente interrompendo – Você trouxe humanos comuns, e o que eu estava esperando era os sete rapazes que possuem uma alma de ouro, essas sim fazem Mavitae maravilhosas.
– Não pode usar eles Grande Mãe.
– Por que não?
– Joy teve o Zimzalabim com um deles.
– Isso não é possível.
– Sabe que é Grande Mãe, por isso peço para libertá-la daquele lugar. Não impeça Joy de viver, assim como me impediu.
°°°
A sereia estava encolhida em um canto, desfazendo sua trança e começando outra pela quinta vez ou décima vez. Mesmo que aquele lugar não fosse dos melhores, lembrava do sorriso do rapaz do barco se perguntando como seria o nome dele.
– Será que você está bem? – se perguntou e tocou levemente nos lábios lembrando do beijo.
Seu primeiro beijo foi em humano lindo e maravilhoso, quando em sua vida poderia acontecer isso?
A porta da sua cela se abriu revelando Irene junto com Seulgi e Wendy.
– Meninas?
– Vamos – chamou Wendy erguendo a mão para a amiga – Temos um humano para achar.
– E como vamos fazer isso? – perguntou a caçula das sereias.
– Eu tenho um plano e alguém que pode ajudar a gente em mente – respondeu Irene sorrindo – Mas para isso precisamos sair daqui.
As quatro sereias saíram da prisão o mais depressa possível. Enquanto nadava, Irene fechou os olhos por um breve momento e com todo o seu coração chamou quem não lhe negaria um favor seu.