A garrafa de vinho em suas mãos já não parecia mais tão atraente.
Como o Diabo na Terra, já tinha visto muita coisa, já viu bispo foder, já viu bruxa queimar, já viu inocente morrer, mas nenhuma dessas coisas lhe deixou tão instigado quanto aquilo.
Às vezes o Diabo gostava de perambular pela madrugada, com as roupas nobres amarrotadas, sentindo o frio cortar a pele. Ah... O frio. Era muito interessante sentir essas sensações humanas, fazia muito tempo que não possuía um corpo, já tinha esquecido como era cortar um dedo ou passar fome, então degustava com gosto cada coisinha que aquele disfarce de carne lhe proporcionava.
Tinha encontrado o corpo em meio as vítimas da peste; ele estava muito, muito doente, mas o diabo sabia que quando com saúde, aquele jovem era bonito. Ele deveria estar lá na sua décima sétima primavera, a pele era crestada de Sol, as bochechas rosadas e ele tinha um belo par de pernas; então como o nobre Diabo poderia deixar um rapaz tão novo e com um corpo tão gostosinho morrer de tal maneira? Pois expulsou a alma do pobre doente dali e puxou o corpo para si, se desfazendo da doença também, e gemeu de gosto ao se apalpar.
Desde então vivia para matar o tédio, roubava umas coisas aqui, ficava bêbado ali, transava lá, e quando percebeu estava tomando umas na madrugada, perambulando por aí.
E isso talvez tivesse sido um erro.
Passou por uma casa humilde, de pedra, parecia ter só um cômodo, ficou curioso com a luz que de lá vinha. Era um cômodo pequeno, iluminado com lanternas de velas, e um homem tão novo quanto seu hospedeiro tirava as roupas. A bata preta... O diabo quis rir. As costas largas expostas eram tão atraentes que seus olhos poderiam derreter, os braços levemente definidos eram lindos, aquele homem, em toda sua glória era uma obra-prima de Deus tentadora, que poderia fazer qualquer um ter problemas com a fé, sem dó nem piedade.
Ao buscar pelo rosto dele, o Diabo achou seu nome: Park ChanYeol, Cardeal da Igreja Católica de Roma. Tinha vinte e cinco anos e seu hobbie era servir ao Senhor. Pelo o que tinha entendido, era o mais novo de três filhos, o cargo de bispo foi lhe comprado pelo pai, contudo, tomou gosto pela religião e se promoveu a cardeal.
Então, o Diabo largou a forma humana por um tempo. Mas continuava com a imagem de BaekHyun na forma espiritual, que só aparecia para quem queria, isso tornava as coisas mais fáceis.
"Ora, ora o que temos aqui..." Sussurrou próximo ao ouvido do Cardeal, sem aparecer para ele de fato, queria assustá-lo. O pobre homem segurou o terço em seu peito contra a pele nua, arregalando os olhos, ao procurar por aquele quarto o dono da maldita voz. "Oh, querido, não assuste-se, eu sou completamente inofensivo." Diabo depositou um beijo leve sobre um dos ombros e então se afastou, para enfim tomar alguma forma.
Pois Park viu, apavorado, o Diabo tomar corpo. Era um rapaz muito jovem, asiático assim como a si próprio, com os cabelos castanho mel lisos, os ombros eram largos e o corpo magro, mais baixo do que o seu, completamente nu. O rosto era horrivelmente bonito.
"Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não está no pecado; aquele que nasceu de Deus o protege, e o Maligno não existe." ChanYeol recitou, não podendo acreditar no que estava diante de seus olhos. Não poderia ser..?
O próprio Belzebu?
O Diabo sorriu arteiro, andando nu e elegante até o homem, que já tinha começado a rezar um pai nosso quase paralisado. As mãos de dedos finos tocaram a mão grande que segurava o terço, o fazendo soltar, a pele do Diabo chegava a arder devido a proteção que o Cardeal tinha, mas aquele pouquinho de dor não se comparava a dor de ser chutado do Céu, então continuava; deslizando as mãos pelos braços torneados e então abdômen.
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The Pope
FanfictionComo Diabo na Terra, BaekHyun já tinha visto muita coisa, já viu bispo f*der, já viu bruxa queimar, já viu inocente morrer, mas nenhuma dessas coisas lhe deixou tão instigado quanto aquilo. Um homem tão devoto e tão atraente... Tão difícil de possui...