Capítulo 02 - A ascendência do Diabo

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ChanYeol obviamente não queria estar ali. Preferia estar em sua casinha, no meio da plebe, talvez estivesse mais seguro.

Era madrugada, estava gelado, sua vela era a única coisa que lhe aquecia além daquela manta grossa. O Park se esgueirava pelos corredores da brasílica, mal acreditando que iria para os aposentos do Papa naquela hora da noite. Céus! Que absurdo.

Não sabia o que estava por vir, contudo, mantinha-se firme. Se ele estava mesmo falando a verdade, não tinha o que temer. E se ele quisesse seu corpo, a troca de mais verdades, ele teria.

O Cardeal já fora tomado, deflorado e degustado por muitos desconhecidos durante a época que frequentava orgias, poderia suportar qualquer coisa que o Diabo ordenasse. Parou em frente ao quarto. O quarto mais valioso dentro daquele templo, onde o Papa repousava, regado da glória de Deus. Deu duas batidas quase mudas.

"Não adianta querer fugir, querido. Eu sinto tua presença." A porta de madeira grosseira abriu de supetão, revelando aquele homem baixo dentro de um robe de seda vermelha, expondo o peito pálido e reto.

"E-eu não estou a fugir!"

"Não é o que parece. Olhe estas roupas, mi amore, eu pedi algo mais sexy, uh?"

O Park calou-se devido a vergonha. Talvez sua face estivesse rubra. Deveria pedir por perdão?

"Consegues ver por debaixo do tecido, não consegues? Então algo mais depravado não é necessário." Contestou, fazendo o outro rir e negar com a cabeça. "Eu nem mesmo tenho em minha estante algo mais fino do que isto. A humildade é uma virtude."

"Ora... Mas eu sei que gosta de depravação e de tecidos caros. Consigo perceber pela tua pele, querido, tu não foste feito para usar porcarias baratas, és um nobre afinal de contas." Deu espaço para que o Cardeal passasse, e assim ele o fez. Seus olhos grandes mastigaram cada detalhe do quarto expansivo, a tapeçaria cara, a roupa de cama vermelha, assim como as cortinas, o piso era de mármore, e o teto tinha como decoração um afresco bonito. Lambeu os lábios, sentia-se em casa.

"Tens razão." Deu de ombros, virando-se para o Diabo. "Contudo, em minha condição religiosa, devo abrir mãos das roupas mundanas."

"Sabes que Deus está cagando para isso, não?" Riu nasal, adorando ver a face curiosa de seu novo entretenimento. "Uma das verdades sobre Deus: ele nem mesmo entende o motivo de usarmos roupas. Logo, achar que usar tecidos nobres é pecado, é uma grande tolice." O Diabo lambeu o lábio superior. "Eu concordo que tu ficarias tão mais bonito longe de qualquer pedaço de pano."

ChanYeol engoliu qualquer resposta afiada que poderia dizer.

"O que mais podes falar sobre Deus?" O questionamento saiu num fio de voz.

"Achas mesmo que dar-lhe-ei respostas gratuitamente? És tão tolo, assim, mi amore?" A voz macia do Byun afundou em seus ouvidos como um veludo impuro. Sentia como se ele estivesse lhe fodendo com o olhar.

O Papa sentou-se na cama luxuosa, a mais macia da Europa, mantendo o Cardeal sob seus olhos depravados.

"Diga o preço." A voz do Park era firme e Lúcifer sorriu.

"Não é necessário." Baek resmungou e pegou o outro de surpresa quando abriu uma fenda no manto que ele usava, usando o seu poder da mente. Expôs a coxa grossa e pálida, a tira de tecido cortada cedeu ao chão, e o Park adoravelmente gemeu assustado. "Deus olha por todos sentado numa sala branca junto dos Tronos, mas ele não olha para cuidar de todos, ele olha para verificar se os anjos estão trabalhando e se a Terra funciona direito. Eu que gostava de ficar os observando, entretanto... Olhe para a minha pessoa aqui."

The PopeWhere stories live. Discover now