Odeio as madrugadas

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Eu realmente as odeio
Sei de seus riscos e mesmo assim
Arrisco
E
Arisco eu sou
E sei dos pesos e passos que ela traz
Consigo
Comigo
Sei que ao passar das duas já não consigo mais
dormir
Sei que se aproximar demais das três
A sede me bate e as emoções me corroem
Sei que as quatro componho
E de novo sempre sobre
ela
Repercussão nas batidas
Nos meus tombos e sonhos
Medo
Ódio
Sangue

Queria que ficasse
Mas eu sou tão

Mal e mau

Ela

bem e bom

É bom.

Eu acho que tudo
Devia acabar ali

Mas por outro lado eu não sei

Que indecisão
Certamente devia acabar
Tudo
Mas talvez nem tudo

É que eu gosto dos perigos e promessas que traz

Do palpitar
Do racional
Da risada
Das bochechas
Do escuro
Da voz
D'ela
E odeio as madrugas
Pois toda mísera vez
Ela
Me surge nos segundos
E me toma o tempo
Me cessa o ódio
E faz triste
Por não poder ter
Mesmo querendo
Opostos relativos
Madrugadas malditas
Que me trazem as poesias
As memórias
Saudades
E vontades
Odeio as madrugadas

Divã com o diaboOnde histórias criam vida. Descubra agora