Quando os sábios são tolos

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Cada célula do nosso corpo carrega o material necessário para formar o que seremos.

A união de nossas células nos torna indivíduos únicos e diferentes em nossa complexa composição.

Dirão a cor de nossa pele, de nossos olhos, se seremos altos, baixos, saudáveis ou não.

Mas tem uma coisa que nossas células não são capazes de formar.

Nosso destino.

E a alma que irá habitá-las!

Mas foi nas células também que com o passar das gerações o chakra, algo antes nunca visto, foi capaz de se desenvolver e evoluir ao unir as energias físicas e mentais de um corpo.

A ideia inicial para esse chakra era acima de tudo e qualquer coisa a paz.

A união entre as pessoas.

E foi aquela tarde fria e melancólica que mais uma união acontecia, dessa vez entre um homem e uma mulher.

-Fico contente que tenha vindo Sara-chan, finalmente mais alguém que não está aqui como um sanguessuga de olho nos poderes do meu irmão.

A jovem moça vestida com o longo kimono ornamentado para aquela ocasião, direcionou o olhar levemente para o lado.

Encontrando o de Ashura.

Então os pousou novamente sobre as duas figuras ajoelhadas diante da mesa com as taças de sakê para o ritual de San-San Kudo *. O sacerdote deu a palavra ao noivo que com sua voz grossa e imponente fez o juramento de casamento a sua noiva.

Por fim todos ficaram de pé para a consagração do Tamagushi* e o velho sacerdote seguiu com suas orações abençoando aquela nova união de almas.

Ela viu quando ele se inclinou sobre o pequeno corpo da jovem noiva e beijou a testa marcada pela maquiagem tradicional de sua região.

Sentia falta do sorriso no rosto do homem que acabava de se casar.

Então se inclinou suavemente de forma simples e delicada e sussurrou

-Tem sorte Ashura-kun, pelo menos você poderá se casar por amor.

Ao voltar para sua posição original espiou sorrateiramente o jovem a seu lado

Ele coçou a cabeça enquanto abriu seu costumeiro sorriso em sinal de concordância.

Os festejos se seguiram pelo grande e suntuoso salão. Os noivos eram o centro das atenções e isso a permitia circular livremente pelo local.

Seu leve kimono de tons claros arrastava-se através do piso dando a impressão que seus pés mal tocavam o chão.

Tinha graça apesar de não ter berço.

Os longos cabelos presos no penteado tradicional deixavam os delicados traços do rosto a mostra, o leque era apenas mais um acessório pois a noite que começava a cair tinha tons mornos, amenos.

-Jamais esperaria encontrar você aqui.

A voz forte se fez presente atrás de si fazendo-a se virar e encontrar o par de olhos negros.

-Eu perdi o primeiro, jamais perderia o segundo.

Então ele fez algo que a surpreendeu, tocou sua mão.

Tendeu a se afastar sutilmente mas ele se aproximou e levou os dedos longos as costas delgadas cobertas pela seda fria.

O som suave das flautas de bambu preenchiam o ambiente como um todo.

Tamashii (EM HIATUS)Onde histórias criam vida. Descubra agora