Tamashii (EM HIATUS)

Amaterasu

Eram apenas crianças treinando sobre a beira do largo rio.

Eram apenas crianças desenvolvendo seu poder

Seu destino

E ela colhia suas ervas as pousando sobre o cesto antigo e sujo de terra.

Observava ao longe o quanto se esforçavam, mais um do que o outro.

Foi quando aconteceu.

Largou o cesto e ergueu a saia do simples vestido indo em direção a ele completamente desesperada

-Ashura-kun!

O golpe havia o lançando a metros de distância.

Tudo que fez foi se ajoelhar sobre o garoto ao ver o grande corte que lhe manchava os cílios

Mal conseguia respirar.

Então olhou na direção oposta, lá estavam eles

Os olhos mais falados

Os mais poderosos

Vermelhos e intensos.

Ele também ofegava.

-Eu estou bem Sara-chan, não precisa se preocupar.

O mais jovem dos irmãos disse levando a mão ao abdome franzindo o cenho em um claro sinal de desconforto.

-Não devia se esforçar tanto.

Disse o ajudando a se levantar

-Eu preciso.

E ao se pôr de pé olhou para o mais velho mais adiante

-Preciso ser tão forte quanto meu irmão!

Ashura se soltou dos braços da jovem e ainda cambaleante andou em direção a ele

Seu irmão Indra.

-Vamos continuar!

Falou em um tom alto e convicto.

O mais velho sorriu para o irmão

-Tem certeza?

-Tenho!

E se pôs em posição de luta

Mas antes de voltarem a batalha os olhos vermelhos caíram sobre os dela, e gradativamente foram tornando-se escuros novamente, voltando a ser tão negros quanto antes.

Talvez mais vívidos ao olharem para ela.

Aqueles olhos

Aqueles sim.

Eram os olhos pelos quais se apaixonou.

Anos depois e lá estava, no mesmo campo diante do rio observando a forma obstinada como o Otsutsuki mais jovem ainda treinava.

Mesmo que só.

Mesmo com ninguém mais esperando que ele despertasse algum poder.

Os movimentos fluidos que ele fazia com a mão unindo-as em movimentos que apesar dos anos nunca decorou, eram belos de se observar. A forma como Ashura se concentrava e entrava em si mesmo pronunciando palavras soltas mas que ao mesmo tempo faziam sentido denotavam aquilo que seu pai tanto pregava, paz.

Em seguida ele mudava a posição das mãos e as palavras, continuando naquele mantra sem fim.

Chamando por um poder até então inexistente.