run away home - portuguese version

7

Em 19 de janeiro, Liam encontra uma jóquei.

O nome dela é Ellie, ela é inteligente, loira e bonita, e Louis a odeia.

Liam os apresenta sem dizer nada a Louis primeiro - eles estacionam na casa de Harry e ela já está lá, com as calças de montaria chiques e capacete novo e brilhante, andando de um lado para o outro da garagem enquanto espera. Louis é maduro o suficiente para apertar a mão dela e sorrir, perfeitamente agradável na superfície, mas parece que algo quebra nele naquele exato momento, e ele não sabe como consertar isso.

Foi assim que ele terminou na pista de treinos às cinco da tarde, deixando a si mesmo completamente constrangido.

"Você não está posicionando as pernas direito", ele diz, enquanto Ellie pisca para ele com olhos tristes e Liam fica boquiaberto. "Você está puxando as rédeas e os joelhos estão muito à frente, você vai se atrapalhar na pista se continuar assim."

"É a minha primeira vez neste cavalo", ela aponta, dando o melhor de si.

Louis deseja que ele possa deixar de ser um idiota, apenas por um segundo, e apreciar como ela é boa, como ela se encaixa em Marshmallow. Liam canta seus louvores a ela o dia todo e, se Louis não fosse um homenzinho mesquinho e amargo, ele estaria fazendo o mesmo.

"Isso não é uma desculpa", diz ele, exceto que é sim, porra. "Você não pode se desequilibrar se for treinar para uma Nacional."

"Ela ainda nem foi classificada. Temos tempo de sobra para nos acostumarmos ", ela sorri. Louis deseja que ela seja amarga; deseja que ela fosse tão abertamente desagradável com ele quanto ele está sendo com ela. Talvez seja esse o tapa que ele precisa para acordar do que quer que seja.

"Vocês tem mesmo." Liam intervém, sua voz ameaçadora, embora ele esconda bem. "Por que você não relaxa, se concentra nas rédeas e se certifica de que ela ouça quando você trocar o trote".

"Claro", diz ela. Ela faz a transição de andar para trotar para galope como a porra de um campeã, de costas retas e completamente imperturbável.

Assim que ela está fora do alcance da voz, Liam se vira para Louis. Seu rosto está assustadoramente escuro.

"O que há de errado com você?" Ele pergunta, com os braços cruzados sobre o peito. Louis tem dificuldade em reconhecê-lo.

"Nada", ele murmura em resposta, embora ele saiba muito bem. Trata-se dos cinco minutos bonitos que ele teve semanas atrás, quando se deixou acreditar que tudo iria se consertar magicamente e ele voltaria a cavalgar a tempo para a Nacional. É sobre a renovação de licença que ele imprimiu no outro dia enquanto ninguém estava olhando.

É perceber que ninguém esperava que ele melhorasse - nem Liam, nem Harry, nem Marshmallow. É sobre perceber que ele queria que eles o esperassem.

"Pare com isso", Liam o avisa, alheio ao tumulto na cabeça de Louis. "Você está sendo idiota, e ela não merece isso."

"Talvez eu devesse ir embora", diz Louis, tentando fazer a coisa certa. "Eu posso apenas esperar até que você termine."

"Você está aqui por um motivo. Eu preciso de você."

Louis morde o lábio, roendo-o até provar o sangue. "Talvez eu não queira estar aqui."

É a coisa errada a dizer, e ele deseja poder retirar o que disse, apenas arrancar isso do ar antes que chegue aos ouvidos de Liam.

Mas, como as leis da física ainda existem e Louis está tendo o pior dia de sua vida, Liam o ouve. Ele ouve o que Louis diz e as implicações por trás disso, mesmo que Louis não queira dizer uma palavra.