04 | F E L I P E

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F E L I P E

Eu a abraçava na esperança de fazer com que suas lagrimas cessassem. E talvez eu tentasse fazer isso para tentar ficar firme para tentar consola-la de alguma forma. Eu estava confuso com todos os meus pensamentos e ações naquele período de tempo que eu não queria que acabasse nunca. Pressionei o rosto no topo de sua cabeça, sentindo o cheiro doce de seus cabelos crespos inebriarem meus sentidos.

Respirei fundo, tentando guardar aquilo ainda mais na minha memória. Sorri, sentindo o rosto molhado por não conseguir mais segurar as lágrimas. Eu a amava tanto.

— Eu te amo, Lili. — Disse, sorrindo sem mostrar os dentes quando ela levantou o rosto para me fitar. Seu olhar surpreso me fez ter ainda mais certeza daquilo. — Eu te amo, não dá nem pra pensar no contrário disso.

Acariciei seu rosto, contemplando toda a sua beleza. Seu sorriso aos poucos foi nascendo, me desarmando por inteiro. Meu peito subia e descia de um misto de emoções daquela noite louca e daqueles últimos tempos.

— Por que a gente teve que fazer tanta merda, Lipe?

— Não sei. — Dei de ombros. — Mas, por mim, eu não me importaria em passar uma borracha nisso tudo.

— Recomeçar?

— Por que não?

Ela sorriu ainda mais, chorando mais um pouco e soluçando também. Sorri, mordendo o lábio inferior e querendo beija-la naquele exato momento. Como eu sentia falta daqueles lábios... Puta merda, eu sentia tanta falta dela por inteiro!

Respirei fundo, passando as mãos pelos seus braços, logo dirigindo minhas mãos para suas costas. Liana se virou por completo em minha direção, não tardando em passear as mãos sobre meu peito para logo em seguida descansar uma em meu rosto. Tive que sorrir quando ela acariciou no mesmo local que deu o tapa quando cheguei, que ironia do destino.

A distância entre nós era mínima, fazendo-nos concentrar na respiração de cada um, que não tardou em ficar desconexa às batidas do coração, mas não importava. É difícil dizer quem deu o primeiro passo, mas só em sentir sua boca colada à minha, já estava de bom tamanho. Tantos meses que alimentaram aquela saudade absurda que nem sabíamos que tínhamos dentro de nós me fez desejar aquele momento ainda mais. Não havia outro lugar no mundo que eu gostaria de estar que não ali.

Ela se aproximou ainda mais de mim, até o momento que ficou no meu colo, sem interromper o beijo. Seu vestido subiu quase até a metade das coxas quando ela me prendeu com as pernas, e aos poucos fui me ajeitando melhor ao deitar na cama. Eu pressionava seu corpo contra o meu naquele beijo que nenhum de nós queríamos que tivesse fim. Era algo indescritível, algo que queríamos muito, que sentíamos saudade...

— Eu também te amo, Lipe. — Ela disse, sorrindo ao tomar fôlego. — Eu... eu acho que não consigo viver sem você.

— Eu não vou nem falar nada!

Rimos, voltando a aquela troca de carícias que nos deixava sempre confusos quanto aos sentidos e ações. Era como se conseguíssemos uma passagem para outra dimensão, como se tudo dentro de nós fosse explodir e que nada importava.

Liana foi escorregando para o lado quando comecei a beijar partes sensíveis do seu pescoço. Subi os lábios novamente à sua boca, pressionando meu corpo no seu e logo em seguida sentindo suas mãos puxarem a minha camisa. Quando percebeu que não iria conseguir nada assim, decidiu desabotoar os botões um a um, beijando minha boca com ainda mais vontade ao que correspondi na mesma intensidade.

— Lili... — Ela me ignorou, abrindo o último botão e se apressando em puxar a camisa pelos meus braços. Suas mãos passearam pelos meus músculos, como se quisesse dizer alguma coisa.

Aquilo não parecia ser real de tão incrível que era. Nossos beijos, nossos toques... tudo parecia ser bem melhor do que a gente já havia vivido junto. Eu sinceramente não me importaria em deixar as coisas acontecerem ali. Sinceramente não me importaria de ficar ainda mais próximo dela do que já estava naquele momento. E acho que ela sentia o mesmo, pois também não se importou muito quando fiz menção de alcançar suas costas, quando ela se apoiou um pouco nos cotovelos, e fazer o zíper de seu vestido deslizar até a metade de suas costas.

Aprofundei ainda mais o beijo quando suas mãos se prenderam no meu pescoço. E antes que eu continuasse com o zíper de seu vestido, ela congelou de repente. Seus olhos arregalaram de tal forma que fiquei assustado com a possibilidade de ela ter mudado de ideia de uma hora para outra. Merda, estava tudo indo bem demais por tempo demais...

— MEU DEUS DO CÉU!

— O que foi? — Franzi a testa.

Ela sorriu amarelo, com a respiração acelerada. Mas logo fez uma careta ao sentir um cheiro forte de algo queimado. Não me surpreendi quando fiz o mesmo.

O pior e o melhor Natal da genteOnde histórias criam vida. Descubra agora