A Outra Dimensão (Em Andamento)

VIAGEM NO TEMPO - Capítulo 4

“De todos os animais selvagens, o homem jovem
é o mais difícil de domar”.

Eu queria ser uma adolescente normal, eu realmente queria. Porém meu destino já estava fadado antes mesmo de eu nascer.

Eu cresci no planeta Terra junto a minha mãe, sozinhas no mundo. Era sempre eu por ela, e ela por mim.
Pergunto para ela até hoje como é ela foi parar nua no meio da cidade prestes a ter um bebê, mas ela como todos, nunca tinha uma explicação. A nossa relação era sempre aberta, e ela sempre me dava o máximo de atenção possível. Deve ser porque meu pai nos abandonou antes de eu nascer, ela sempre evita falar do assunto, mesmo que eu tente fazer ela falar dele as vezes.

Se eu queria ter uma relação paterna? Claro. Mas já que ele nos deixou sozinhas para morrer, eu estou bem satisfeita com apenas minha mãe.

Não vou negar que de vez em quando eu tenho aquela famosa crise existencial e, aquela curiosidade de saber o motivo do meu pai ter ido embora. Será que ele sabe que eu existo? Como será que ele é?

Meus amigos Sophia e Lucas, sempre estão ao meu lado e me apoiam independente das minhas loucuras.
Sophia é aquele tipo de garota que adora ser o centro das atenções e está sempre muito bem arrumada. Tem pele clara, cabelos dourados, sardas no rosto e dentes perfeitamente alinhados. Foi a primeira pessoa a me acolher desde que entrei na escola, desde então ela vem sendo a minha melhor companhia e consequentemente a minha melhor amiga.

Já Lucas, é aquele garoto exemplar que toda garota deseja ter. Eu o conheço a pouco tempo, mas já me sinto muito familiarizada, é como se nos conhecêssemos há séculos. Ele tem pele parda, olhos azuis, cabelos castanhos e encaracolado, possui um estilo excepcional com roupas e é extremamente intelectual, inteligente e conselheiro. Tenho certeza que o futuro reserva grandes feitos dele.

Na escola sou o tipo de garota que todos odeiam, na maioria das vezes é pelo fato do Lucas ser meu melhor amigo, ou pelo fato do meu extinto de liderança e inteligência incomodar muitas pessoas. Aprendi com a minha mãe a sempre buscar respostas, me aprofundar em pesquisar e não descansar até achar uma resposta convincente. Aliás, não há o que temer em desfrutar de seus conhecimentos.

Havia uma garota naquele colégio que vivia a me irritar, eu sempre a ignorava, mas lá no fundo tinha uma voz dentro de mim gritando por violência.

Heloísa era uma das valentonas na escola que sentia prazer em fazer bullying com o próximo, felizmente nós nunca chegamos a brigar fisicamente.

Era um dia chuvoso e, a cidade estava parada por trânsito. Eu realmente não sei de onde sai tantos carros, as pessoas deviam andar mais e deixar automóveis de lado por alguns instantes, depois ficam doentes por sedentarismo e não sabem o porquê.

Eu sou uma delas no caso.

Meus castanhos cabelos ondulados estavam escolhidos por conta do frio, as sardas em meu rosto estavam mais visíveis com a minha pele pálida e gélida.

O sinal da escola estava prestes a bater até Heloisa veio até mim.

─ Ridícula, eu não sei como você se aguenta. ─ Disse Heloísa.
Minhas mãos se fecharam na hora e todo o meu corpo se segurava para não confrontar a garota naquele momento, ela dava duas de mim, sem contar que seus históricos de brigas não eram das melhores.