One:where's my dad?

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Alguns dias antes...

Paro desleixadamente na grande entrada da mansão onde moro.Saio do carro pisando no chão de um pavimento de exterior bem caro.Tudo em mim exalava riqueza desde minhas roupas a sapatos ,carros ,malas, postura e atitude.Entro pela porta da mansão ,que-me é aberta por um empregado,e acendo um cigarro bem na cara de minha madrasta,Lucy.A mulher era bem mais nova que meu pai,tinha até idade para ser minha irmã ,ela estava com meu pai só por dinheiro ,só ele que não reparava,mas fazer o quê,dizem que o amor é cego.

-Sina precisamos falar-diz ela fria e sériamente,como sempre

-E não é o que já estamos fazendo-digo com deboche ainda com o cigarro aceso em minha mão-cadê meu pai?

-É sobre isso que temos que falar-ela diz indiferente,por sua atitude ninguém diria que a morena estaria prestes a dar a notícia do falecimento do pai a uma filha.-Ele morreu cancro.

-QUÊ?!?-digo me engasgando-impossível quando saí de casa ele estava bem.

-Pelo que os médicos falaram ,ele estava doente desde à alguns meses mas manteve em segredo.

-PORRA porquê? -digo começando a chorar,tinha até esquecido que conseguia fazer o ato de chorar ou até mesmo sentir emoções.

-Não sei-ela diz indiferente o que me fez querer bater-lhe -o funeral é já amanhã ,e depois falamos da herança de pai-ela sorriu-esqueci de referir,seu pai deixou por escrito que queria que você cantasse em seu funeral ,junto com um pobre nojento a quem ele dava aulas de guitarra,sinceramente aquele homem não era bom da cabeça.-ela diz e começa a rir histéricamente.

Não consegui me conter,ela não tinha o direito de falar assim de meu pai.Minha mão se encontrou com sua cara fazendo com que um som altissímo fosse ouvido em qualquer canto daquela casa.Minha mão ficou vermelha ,mas valeu a pena pois a cara dela ficou pior.

Subi para meu quarto e fiquei encarando a parede de fotos e desenhos meus e do meu pai ,comecei a chorar.

Naquela tarde,que se transformou em noite,eu chorei muito.Chorei por meu pai que morera.Chorei pela minha mãe que me abandonara a mim e ao meu pai.Chorei por mim.Chorei porque sim.

Amanhã era o funeral,o triste dia onde me despediria do corpo de meu pai,ele sempre disse que queria que suas cinzas fossem jogadas na praia ,bem na frente da mansão.Mas acham que Lucy queria saber?

Não ela não queria,de todo.

E assim fiquei a noite inteira ,olhando para a praia ,na qual o meu quarto tinha uma boa vista.Vendo as ondas rebentarem virem até mais perto de mim e voltarem para longe para repetir este processo pela eternidade.Nós somos mais ou menos como as ondas de facto,nascemos e as ondas se formam ,nós crescemos e elas rebentam,nós ficamos velhos e elas avançam pela areia,nós morremos e elas voltam para trás no percurso.

Se digo que dormi duas horas,estou exagerando.Quando acordei de meu pequeno sono vi meu estado.Rímel a escorrer-me pela face,o vestido amarrotado, os pés latejantes,e a cabeça doendo imenso.

Sabe quando você vai para a balada e bebe demais,bem quando acorda no dia seguinte estava como eu neste momento.

Desço e como o mais rápido possível não tinha a menor paciência para ter mais uma agradável conversa com a Lucy.

Fui até à praia ,e lá fiquei até dar a hora de me arrumar.

Meu vestido era preto justo e sufisticado como todos o que tinha, meu rímel era à prova de àgua ,meu batom vermelho ,meu saltos eram de invejar,e ussava uns óculos de gatinho pretos.Sinceramente minha coleção de óculos deveria ter algum recorde no Guiness.

Não pergunto à minha madrasta se quer carona,provávelmente nem vai ao funeral.

No carro fui fazendo meus aquecimentos vocais ,eu sempre cantei,o meu pai me ensinou tudo o que o que sei hoje,eu queria ter a chance de agradeçer-lhe tanto antes de ele partir..

Cheguei no local onde decorreria a cerimónia,gente de preto,caras que para mim eram desconhecidas.Eu custumava dizer que meu pai era um género de sol,todos rodavam ao seu redor,por ser tão brilhante,o coração dele era de ouro,nunca vi pessoa mais doce,ele dava aulas de guitarra e violão na sua loja,ele não cobrava nada ,ele dizia que o conhecimento não tem preço.Ele já tentou ensinar-me a tocar mas desisti .

-Você é a Sina Deinert?

𝐓𝐡𝐞 𝐠𝐮𝐢𝐭𝐚𝐫 𝐬𝐭𝐨𝐫𝐞|✓Onde histórias criam vida. Descubra agora