Vinte e Nove

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Escuto alguns passos e vozes pela casa e vou até a sala, deixando Christopher com seus pensamentos.

—Vocês chegam destruindo a casa, meu Deus. —digo e as garotas se assustam e dou uma pequena risada com a reação delas.

—Pelo amor de Deus Jade, você quer matar a gente? — Bruna diz com a mão no peito.

— Vocês estavam aonde em? — pergunto.

— Por ai.. — Mari diz.

— Não vão me contar não é? Que bonito. — começo meu drama. — Podem esquecer a possibilidade de  serem a dinda do meu bebê.

— A, começou. — Mafe revira os olhos. — Estávamos curtindo a noite com nossos namorados, igual a você. Satisfeita?

— Rum. E cadê os meninos?

— Viemos na frente e deixamos eles na pizzaria. Eles iam pegar mais duas para comerem aqui, daqui a pouco eles devem estar chegando por aí.

— Entendi. — dou um sorriso mas logo ele some de novo ao lembrar dessa terrível noite. — Espero que a noite de vocês tenha sido melhor que a minha.

— O que aconteceu? — Gabi diz com um olhar preocupado. — Tá tudo bem com o bebê?

— Com ele tá sim, eu acho. É sobre a Manuela.

Observo todas as quatro revirando os olhos. Se elas tivessem combinado não sairia tão bom.

— O que foi dessa vez?

— Tem uma coisa que não contei a vocês...

Explico tudo para elas, desde as coisas da faculdade até hoje a noite.

— Você não está pensando na possibilidade do Chris ser o pai dessa criança né? — Mafe diz. Hesito em responder, porque havia sim algumas dúvidas. — Jade?

— Eu não sei, ta bom? — digo. Começamos ouvir alguns barulhos vindo do lado de fora e logo foram ficando mais alto. — Deixa que o Chris conta pra eles. — levo meu dedo indicador ate a boca fazendo o sinal de silêncio e elas concordam.

— O que aconteceu? Porque vocês estão com essas caras de enterro? — Erick diz se jogando no sofá.

— Quero comida, cadê? — mudo de assunto e vejo o Richard entrar com duas caixas grandes. — Ai, obrigada. — pego uma caixa e corro para a cozinha.

•••

Ao voltar para o quarto, encontro o Christopher em um profundo sono, ele tinha apenas retirado os sapatos para deitar. Vou até ele e o cubro com o cobertor e observo seus olhos, eles estavam inchados. Ele havia chorado. Meu coração estava totalmente quebrado, ao vê-lo ali, tão vulnerável.

Vejo a sacola da farmácia em cima da cômoda e agradeço por ela ainda está no mesmo lugar que a tinha deixado. Por um momento acabei esquecendo do que havia dentro dela, mas vendo o Christopher assim, não me importaria se ele descobrisse logo. A pego e a escondo em uma das minhas gavetas.

Tomo um banho demorado, como estava precisando disso. Conseguia sentir meus músculos relaxando ao cair da água quente sobre meu corpo. Saio com toalha enrolada em mim,  vou até o guarda-roupa e visto meu pijama. Volto ao banheiro e estendo minha toalha e vou até a pia escovar meus dentes.

Logo me junto ao Christopher e adormeço.

•••

Desperto com a luz do sol adentrando em meu quarto. Não me lembro de ter deixando essas cortinhas abertas. Pego o travesseiro e coloco em minha cara tentando dormir de novo, porém, foi em vão.

Me sento na cama ainda sem abri os olhos. Passo a mão pelo meu rosto e me espreguiço. Suspiro e movo meu corpo para levantar da cama, mas algo me chama a atenção. O perfume do Chris estava no ambiente, e não havia muito tempo que havia passado. Olho para cama e ele não estava lá. Observo confusa tentando lembrar se eles tinham algo para hoje cedo.

Decido não ficar pensando sobre isso e vou para o banheiro fazer minhas necessidades matinais.

•••

— Ele saiu cedo, não disse nada a ninguém, simplesmente saiu. — Joel me explica quando pergunto sobre o Christopher.

Dou um sorriso em agradecimento e volto a vasculhar o armário. Estava com vontade comer um cereal mas não o encontrava de jeito nem um.

— É o que que essa louca está procurando desse jeito? — a voz da Mafe me assusta e faz com que eu bata a cabeça em parte do armário. Eles dois começam a ri por enquanto que eu resmungava.

— Eu quero cereal.

— Acabou. — ela diz e se senta ao lado do amado.

— Aaaa. — faço bico.

— Come outra coisa.

— Eu quero ceral! — faço uma pequena birra.

— Jade, você está parecendo criança. — ela me encarava. — Tá, você venceu, eu vou no supermercado. — dou pulinhos de alegria e ela revira os olhos. — Eu só vou porque não quero que ele nasça de boca aberta. — ela aponta para minha barriga e depois percebe o que tinha acabado de falar. Ela leva a mão até a boca e eu não conseguia ter nem uma expressão.

O Joel nos encarava boquiaberto.

— Vo... Você está grávida? — ele pergunta.

— Hãn, é .. meio que sim. — vejo um sorriso formando em seu rosto e ele se levanta vindo até a mim.

— Jade. — ele me abraça e me rodopia no ar. — Parabéns!!

A alegria dele, me contagia também e logo sinto lágrimas descendo pelo meu rosto. A Mafe nos observava sorrindo também.

— Como você não me contou isso? Pensei que eu fosse seu confidente. — ele me põe no chão.

— Aí Joe, está tudo tão complicado. E também, não sei se o Chris vai aceitar essa idéia.

— E claro que vai. É o sonho dele ser pai. — diz ele.

— Desculpa atrapalhar essa cena linda, mas vou ir comprar seu cereal, viu chata? A, e aproveita e conta tudo pra ele. — Mafe diz saindo da cozinha.

— Alguém pode chegar a qualquer momento aqui, vem, vamos lá pra cima. — guio o Joel até meu quarto e lá o explico tudo. — Te deixei a par de todos os detalhes. —digo, abraçando minhas pernas.

Contei tudo para Joel, que até agora havia escutado tudo em silêncio.

—Jade, eu vou te dizer porque sou seu amigo. Não deixa a Manuela te atrapalhar em nada, não vai ser bom nem para você e nem para essa criança. E o Christopher, desde que o conheço, ele sonha em ser pai. Ele se dá muito bem com crianças. —ele comenta. —Ah, e outra coisa. Se eu não for padrinho dessa criança você vai se ver comigo.

—Isso foi uma ameaça, Pimentel? —questiono meu amigo.

—Considere que sim. —Joel respondeu, o que me fez gargalhar. Essa briga de madrinha e padrinho vai muito longe ainda.

•••

Estava preocupada com Christopher. Ele havia saído cedo e até agora não tinha dado notícias. Mandei varias mensagens e tentei ligar mas todas foram em vão.

—Se acalma Jade, ele deve estar bem. —Mafe tentava me acalmar.

—Me acalmar como Mafe? —de segundo em segundo desbloqueava o celular, com a esperança de ter uma mensagem ou uma ligação perdida.

—Amiga. —ela me segura pelos braços, me fazendo olhar para ela. —Se acalma, por favor. Lembre-se que você carrega um criança e essa preocupação toda não é bom pra você.

Me dou por vencida e me jogo no sofá, respirando fundo, tentando acalmar minha ansiedade.




















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• Te Encontré || ⊰ Christopher VelezOnde histórias criam vida. Descubra agora