Desejos, encontros e medos

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JungHa odiava comprar presentes para outras pessoas. Definitivamente.

A castanha já havia rodado todos os lugares que ela podia imaginar e ainda não havia encontrado um presente bom o bastante para dar a sua colega de classe que iria fazer aniversário. As duas quase não conversavam, mas a aniversariante a chamou para sua festa e como todos da sala compareceriam, ela achou falta de educação negar o pedido.

E cá estamos nós na situação atual. A menina sentada dentro do carro com algumas sacolas — nenhuma delas relacionadas com o presente da tal colega de classe. A garota já havia decidido a essa altura do campeonato que iria comprar algo genérico para a outra. Talvez um estojinho de maquiagem, um kit novo, qualquer coisa que a livrasse daquela situação!

Querendo distrair a cabeça, JungHa fez seu caminho em direção ao seu café preferido que, coincidentemente ou não, ficava bem de frente (ou seria ao lado? A garota não sabia bem, só sabia que era perto) a sua nova livraria favorita. O rádio tocava uma musica qualquer quando a menina parou em um farol e abaixou o espelho para conferir a maquiagem.

Alguns minutos depois e ela já estava na fila do tal café, pronta para fazer o pedido. A menina já havia experimentado todos os chás daquele lugar e, quanto mais sabores eles adicionavam, mais ela tomava. Ela simplesmente amava o lugar. Como já estava ali, resolveu passar na livraria, talvez levasse algum livro para a colega de classe. Ou para si mesma.

(Muito provavelmente, a última opção seria a certa.)

JungHa prometia a si mesma que manteria o controle e não levaria tantos livros quanto levou da última vez. Quando a menina acordou menino no dia seguinte, entrou em pânico pensando que talvez eles voltassem os livros para as prateleiras (mesmo já tendo pago - ela era paranóica) e pediu para Namjoon buscar, já que ela não queria ninguém perguntando se ela era menino ou menina. O pânico do amigo bater seu carro era menor do que perder seus livros. Prioridades, não é?

Entrou na livraria com seu chá preto com morango e limonada e ouviu o sino anunciar sua presença, já sorrindo ao ver aquele lugar quase vazio. Segunda feira, três da tarde, era óbvio que estaria vazio. Mas a menina gostava de pensar que alguém lá em cima gostava bastante dela para que a desse essas pequenas misericórdias.

A menina no caixa a cumprimentou de novo, elogiando o vestidinho rosa que ela usava no dia. Mesmo estando quente, a peça de roupa tinha mangas até os cotovelos, dando uma noção de recato que a menina adorava. Ela amava que as pessoas pensassem que era fofa.

Agradecendo ao elogio, JungHa ia fazendo seu caminho até onde ficavam os livros, mas uma ideia passou por sua cabeça e foi em direção ao caixa.

— Oi. — Disse sorrindo, deixando o copo quase cheio no balcão. — É Catarina, né? — Assim que teve a confirmação, continuou. —Então, Catarina, eu tô desesperada. Eu preciso comprar um presente para uma pessoa mas eu não conheço nada dela, então eu queria dar uma coisa bem imparcial e que ela gostasse, sabe? Tem alguém pra me ajudar?

O sorriso da atendente foi mais do que brilhante. JungHa não sabia, mas Catarina já sabia exatamente para quem a recomendaria.

— Olha, quando eu não sei o que dar de presente, eu dou CDs. A gente tem um andar aqui na loja, o responsável é o Yoongi. Ele é todo tatuado, vai ser fácil de reconhecer. É só conversar com ele!

— Nossa, você acabou de me salvar! Muito obrigada, Catarina! — JungHa recuperou seu copo, sorrindo para a menina.

— Igualmente, é só subir aquela escada ali, viu? Fica a vontade! — Catarina respondeu, apontando em direção a escada espiralada que ficava no canto da loja, mordendo o lábio quando a mais alta saiu de seu campo de visão. Ela nunca havia desejado tanto ser uma mosquinha para ver a cara de Yoongi quando a castanha viesse lhe pedir informação.

Bad LiarOnde histórias criam vida. Descubra agora