Mais tempo, era apenas isso que precisava. Algumas horas, talvez todas elas até que realmente fosse de sua obrigação acabar com aquele "cochilo". Já tinha até mesmo silenciado aquele aparelho, mas o brilho na tela o impedia de continuar com as pálpebras fechadas em paz.
Acendeu o abajur que se encontrava ao lado de sua cama, podendo assim visualizar com mais clareza um campo pequeno, mas apenas o que era necessário no momento: a superfície da mesa de cabeceira, feita de uma madeira bruta, em que se encontrava o objeto brilhoso e o celular que tanto incomodava o Jeon naquele determinado momento.
- Fala. - Disse com certa irritação, sem ao menos saber a quem a palavra era direcionada. Queria apenas terminar com a conversa, que mesmo iniciada há pouco tempo já era considerada uma perca de tempo.
- Jeongguk, você quer, pelo amor de Buda, sair deste quarto? Vai mofar desse jeito. - Hoseok se pronunciou, em tom repreendedor. Desejava de forma absurda que o amigo permitisse que o mostrassem a diversão, esta que agora parecia ter um significado nulo para si. Era triste, realmente era deprimente vê-lo se afundando na cama sempre depois de cumprir com suas responsabilidades. Havia esquecido que viver não resumia-se a cumprir com uma rotina todos os dias.
Os olhos do daquele que acabara de sair de um profundo - e o mais próximo de algo prazeroso que chegou a experimentar - sono, foram revirados com certa dificuldade, culpa do inchaço que ali se fazia presente momentaneamente.
- Hobi, você nem mesmo é Budista. - Uma voz de funda era ouvida dar risadas, Yoongi. Então era um complô, certo? Uma droga de complô contra um Jeongguk que desejava apenas a afundar em seu travesseiro branco de penas. Com alguns amarelados não notados pelo usuário.
- Foda-se, que todas as divindades ajudem a este garoto largar a cama! Se eu quiser rezar para que a Rose, da cantina da escola, nos ajude, eu peço, Min! Você é quem para me impedir? - Eles iriam realmente continuar a falar entre si estando em uma ligação com Jeongguk? E para concluir o desagrado, a conversa era sem total sentido e importância.
- Qual o objetivo disso? - Cortou a discussão, que já iniciava com vozes sarcásticos e mais finas para irritar um ao outro. Poderia jurar ter escutado um tapa ao fundo, mas nada que fosse necessária certa preocupação.
- Sai desse quarto e vamos curtir, brother! - Exclamou, tão alto que o portador de uma carranca sonolenta foi obrigado a afastar o aparelho do ouvido enquanto a face mudava para uma desgostosa e quase expressava dor.
- Porra, Jung, quer a merda de um microfone? - Reclamou Yoongi, e Jeon podia ter deslumbre de seu rosto de comprimindo, irritado. Ouviu um som abafado. - E que "brother" é esse?
- Ai que dor, filho da puta. Me deixa com minhas gírias, que droga.- Pois então concluiu que este tinha sido atingido. Revirou os olhos pela centésima vez no dia. Que diálogo desnecessário.
- Desculpem, eu não vou sair agora. - E desligou não só a chamada, como o próprio celular.
Era sua hora preciosa de descanso. Servir como ator todos os dias era cansativo e não precisava aplicar sua máscara em situações que não fossem planejadas. Se havia tempo livre faria dormir. Só então, desligando o cérebro deste corpo material e não pertencente a si, teria paz. A tão desejada paz.
Isso se lhe deixassem dormir.
Pancadas eram ouvidas. Algo batia contra o vidro, e tal foi identificado quando, nervoso, o moreno levantou-se e acendeu a luz principal de seu quarto. Pequenas pedras eram arremessadas contra a janela fechada do garoto. Dona Rose, mais nova divindade adotada por Hoseok, que lhe desse paciência.
- O que é, caralho? - Perguntou ao abrir a janela com rapidez, e, inclusive, que péssima decisão poderia ter tomado.
- Desculpa, desculpa! - Repetiu o ruivo freneticamente, viu-se tão atrapalhado a ponto de acertar uma pedra mediana na testa do rabugento.
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O Reflexo De Um Morto
FanficEle se sentia preso, um intruso que fora obrigado a tomar um posto que nunca deveria ser seu. Culpava amargamente aquele que o obrigara a receber "Jeon Jeongguk" como um nome. Na verdade não se lembrava como um dia sua pele já foi, ou o formato de s...