CAPÍTULO 04 - O bom filho a casa torna

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Cecília olhava paralisada para a ruiva a sua frente. Sua irmã ainda estava com o sorriso de lado que era uma marca exclusiva sua. Valéria, assim como ela, estava com um corpo malhado e bonito, os olhos azuis acabavam ficando ainda mais destacados com a tonalidade ruiva dos cabelos . As roupas que ela vestia eram pretas e pareciam terem sido escolhidas a dedo com um ótimo gosto : sua irmã tinha se tornado uma garota linda.

- Achei que quem ficaria sem fala com a cor de cabelo seria a mamãe - Valéria fala de forma divertida passando a mão pelos cabelos ruivos - Não fique me olhando como se eu fosse uma assombração - oferece um sorriso carinhoso para a irmã - venha cá. Me dê um abraço - estende os braços para a irmã.

A morena abraça a ruiva ainda sem muita reação. Valéria a aperta em seus braços como sempre fazia nas poucas vezes em que elas se abraçaram quando crianças. Fazia muito tempo que não via a irmã, quase 6 anos. O cheiro de Valéria continuava o mesmo de sempre e não era difícil de recordar, pois Camila fazia questão de lembra-la desse fato quando vestia uma jaqueta apertada que pertencera a Valéria. Lembrar de Camila fez com que Cecília engolisse em seco ao lembrar-se do que sua irmã significou para a garota Nasser.

Elas se afastam do abraço e as reações não tinham sido modificadas : Cecília ainda olhava espantada para a irmã e Valéria não tirava o sorriso do rosto.

- Quan...quando você chegou? - perguntou passando as mãos pelos cabelos negros de forma nervosa - o papai e a mamãe não me avisaram nada.

- Cheguei ontem a noite. Resolvi fazer uma surpresa - sorrir de lado novamente e aplica um pequeno soco no ombro de Cecília como sempre fazia quando eram pequenas - está surpresa?

- Você não imagina o quanto - Cecília ainda atordoada senta-se na beira de sua cama e Valéria imita seus movimentos.

- Eu percebi - solta uma risada - você me olhou como se eu fosse um dementador

Cecília retribui a risada de forma sem graça. Ela não queria ter deixado demonstrar que ficou assustada com o retorno da irmã, mas ela realmente não estava esperando esse retorno repentino. E ela não estava preparada para as perguntas que a irmã certamente faria.

- Desculpe. Eu realmente não estava esperando....faz tanto tempo - confessa quase que em um murmuro

- Eu sei....quase 6 anos - Valéria diz e logo olha para a foto na cabeceira da cama de Cecília. Onde tinha uma foto da turma delas da 1 série. Os olhos azuis logo foram em direção a garotinha ao seu lado na foto : A pequena Camila e seu sorriso que fazia seus olhos ficarem fechados de uma forma adorável - eu quero saber de tanta coisa.

Cecília segue o olhar de Valéria e sabia sobre o que a irmã queria perguntar primeiro. Ela respira fundo. Ela sabia que isso um dia aconteceria, mas não esperava que fosse tão cedo. Valéria estava prestes a falar quando elas foram interrompidas pela conhecida figura de Santinha, uma das empregadas e babá das garotas desde quando elas eram pequenas. A mulher grita eufórica e a ruiva levanta para abraçar a mulher que não conseguia controlar a emoção de vê-la de novo.

- Menina eu não acredito que tu tá aqui - elas separam-se do abraço e sorriem uma para a outra - você está linda. Sempre soube que você se tornaria a Ariel um dia.

Valéria rir e segura carinhosamente as mãos da mulher que sempre foi uma grande amiga sua. Sua avó a amava e ela não teve como não amar também...

- Nem eu acredito que estou aqui. Fico feliz que você gostou. Prendi a respiração - Valéria brinca e logo é abraçada de novo por santinha que a interroga sobre sua estadia em New York.

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