CAPÍTULO 12 - Eu estarei

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A chuva caia de forma forte na pequena cidade de Lima. O fato de ser uma região muito chuvosa era um dos motivos para a jovem Zuleika não ser muito fã daquela cidadezinha. Além do fato dela ser o cemitério dos sonhos de qualquer um, inclusive dela mesma.

Quando saiu de Lima, a jovem tinha vários sonhos para serem realizados, estando ela em dúvida sobre seguir a carreira de chefe de cozinha ou de dançarina. No entanto, um trágico acidente fez com que o seu sonho de ser dançarina tivesse que ser descartado, já que uma das consequências havia sido a perda do movimento de uma das suas pernas. A maior alternativa para sua condição era a realização de uma cirurgia para consertar a fratura ,mas a cirurgia custava uma fortuna, e os Nassers não estavam em uma boa situação financeira para conseguir custear aquela cirurgia.

Por conta disso, Zuleika foi obrigada a seguir para o caminho de sua outra paixão e ser uma grande mestre de cozinha. Ela se tornou a melhor da sua sala e tinha vários planos para continuar na grande cidade,mas...ela tão cedo descobriu que no mundo atual não importa o quanto você seja bom... você precisa ter quem te indique para um emprego, o sobrenome grita mais alto do que o talento. E assim,Zuleika se viu obrigada a voltar para a cidade de Ohio para tentar uma vaga em algum restaurante,mas sabia que as limitações seriam altas por conta da sua deficiência.

Seu pai estava lhe esperando em um dos restaurantes junto com sua mãe,ela estava se praguejando por não ter aceitado ir com eles para o restaurante,pois agora ela estava pegando chuva e suas roupas estavam encharcadas. Ela não poderia correr até o restaurante por conta de sua perna e para piorar,sua bota ainda ficou presa em uma grade se bueiro. Nada podia piorar mais! Essa cidade já vem com 7 anos de azar! Inferno!

As ruas estavam desertas por causa da chuva e a garota tentava puxar a bota ortopédica de dentro do bueiro, mas ela estava bem embutida e sendo impossível de tirá-la. O buraco estava bem próximo a estrada e as coisas só pioraram quando um carro quase a atropela na beira da estrada. Ver o farol tão perto de seu rosto fez a garota relembrar a noite traumática em que ela perdeu o movimento da perna e em um impulso ela tira a perna com tudo e sai andando o mais de pressa que conseguiu,deixando sua bota presa no bueiro. As lembranças daquela noite a acertaram em cheios e a única coisa que pensou foi em sair correndo para bem longe e encontrar sua família,finalmente e fazer a tão esperada surpresa para sua irmãzinha.

A garota ruiva dirigia o carro com um grande sorriso em seu rosto,mesmo com a forte chuva que voltava a cair sobre a cidade de Lima, nada faria sua noite ficar ruim,pois ela havia passado ela ao lado de Camila e aquele havia sido seu pedido para as estrelas por muito tempo. E por mais que ela tivesse passado muito tempo para conseguir dizer aquilo em voz alta,estava estampado em sua testa que ela era louca por aquela garota e queria ficar com ela para sempre.

- Ah,Camila. Não sei por quanto tempo vou aguentar ficar sem conseguir te beijar - ela sorrir ao lembrar do quase beijo entre elas e acaba fechando os olhos por uma pequena fração de segundos,pois assim ela conseguia visualizar aquele momento em sua cabeça. Mas acaba se assustando ao da de cara com alguém no meio da rua. Mais especificamente uma garota que parecia ter ficado absurdamente assustada com o quase atropelamento. O coração de Valéria quase saiu pela boca.

A ruiva coloca seu pé no freio a tempo de ficar a alguns poucos metros de distância de uma garota que estava quase no meio da rua. Depois de passar o susto,ela sai do carro afim de tentar ajudar a garota e perguntar se ela estava bem,mas ela saiu rapidamente do local sem dá tempo de Valéria falar alguma coisa para ela,conseguindo ver apenas um pouco do rosto da garota da garota que saia mancando. Preocupando Valéria por achar que ela havia se machucado de alguma forma.

Ao olhar para baixo,a ruiva percebe que a garota havia deixado uma espécie de bota ortopédica presa no bueiro e por isso ela andava daquela forma curvada. Sem pensar duas vezes, Valéria pega a bota a tirando do buraco e colocando no porta mala de seu carro. Essa bota deve ser importante para aquela garota,vou guardar para o caso de ela volte a procurar. Isso deve custar uma fortuna e ela talvez precise muito! Espero que não tenha se machucado.
Valéria tenta achar a garota pelas ruas chuvas de Lima,mas acaba não tendo muito sucesso,pois a garota parecia que havia sumido. A ruiva se amaldiçoou por talvez ter sido a culpada por aquela garota,com alguma dificuldade em andar,ter se machucado.
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