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Camila

Foi como sair do inferno e ir direto para o céu.

Em um instante, eu estava em meio às minhas tristezas. Em outro, via aquele homem que tinha sido minha perdição desde o início. Seus olhos quase penetravam os meus enquanto vinha na minha direção. Sem vacilar. Só vindo, decidido, firme, poderoso.

Pensei que estivesse irritado por ainda me ver ali, mas o sentimento que o queimava não era raiva. E só fui me dar conta disso quando ele já agarrava o meu cabelo e se ajoelhava diante de mim.

Quando me dei conta, sua boca tomava conta da minha, seu beijo me jogava em um redemoinho, seu cheiro me derrubava sem dó. Eu me assustei com seus lábios nos meus, sua língua na minha, seu sabor me drogando.

Shawn não foi delicado. Seus dedos em meus cabelos não admitiam fuga, e sua boca aprisionava a minha em um beijo profundo. Sua outra mão envolvia minha cintura, trazia-me mais para a frente, colava-me em seu peito. Era um ataque viril, delirante, arrebatador.

Eu fui. Eu me dei. Mergulhei no emaranhado de sentimentos que só ele despertava. Beijei-o com um desespero que me fez soltar gemidos de prazer. Minhas mãos foram para suas costas, fundindo-o no meu corpo. Nossas línguas se envolveram, nosso paladar foi um só. Minha pele parecia queimar. Eu o sentia em cada parte do meu corpo.

Shawn era minha salvação e meu tormento, minha contradição e meu alento. Minha fé e minha perdição. Minha loucura e minha razão. E eu não podia conter nada daquilo. Eu só podia me dar, agarrar-me a ele. Sem pensar em mais nada. Abri minhas pernas e nos encaixamos com perfeição, agarrados da boca até o sexo, o dele cheio e duro, enlouquecendo-me. Sua mão subiu pelas minhas costas, pela linha da coluna, entre as mechas do cabelo. E cada milímetro em que ele tocava causava um arrepio a mais na minha pele.

Aquelas mãos firmes me imobilizaram enquanto ele descolava os lábios e abria os olhos, perto, encontrando os meus. Respirava tão irregularmente quanto eu e fez aquela coisa que me deixava insana: cheirou minha pele. Perto da boca e do nariz. Murmurou, rouco:

— Quando eu beijo você... Quando eu respiro você... Eu sinto você, Camila. Seu cheiro, sua alma.

Estremeci e apertei meus dedos em suas costas, aproximando-o mais, querendo-o tanto que doía por dentro, por fora, nos poros, nos seios, na pele, na vagina. Shawn estava certo: eu me dava até a alma.

Abri os lábios e também respirei fundo perto da sua boca. Roçamos de leve o nariz, cheirando, sentindo, querendo. Era uma conexão única e intensa, que me excitava e, acima de tudo, me emocionava. Mas nada tinha me preparado para o que ele fez em seguida.

Consumindo-me em seu olhar, largou meus cabelos e se afastou o suficiente para descolar nossos peitos, mas continuou encaixado entre as minhas coxas, fazendo-me sentir sua ereção pesada sob as roupas.

— Preciso tocar você — murmurou.

Fiquei quieta, embora tremesse sem controle, ainda mais quando suas mãos grandes desceram das minhas costas para a cintura e até o quadril. Havia um precipício em seu olhar, onde eu caía vertiginosamente.

Vê-lo tão perto, tão lindo, os raios verdes nas íris castanhas, as sobrancelhas  franzidas, o nariz fino, tudo me hipnotizava.

Arfei quando seus dedos longos tocaram as minhas coxas, descendo, firmes, até os joelhos. Mantive as unhas em suas costas, esperando, permitindo tudo. Minhas forças eram dele. Shawn desceu mais, até que as pontas de seus dedos deixassem de sentir o tecido da saia e encostassem na pele das minhas panturrilhas. Estremeci e abri os lábios. Quando voltou para cima, erguendo a saia, fechando suas mãos em volta das minhas pernas, eu já tinha virado um amontoado de sofreguidão. 

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