Cheerios

The Beginning

    Faltam exatamente 185 dias para o maior campeonato de Cheerios: o Cheerleaders World Championship, ou a como costumamos chamar o CWC.
   O CWC é o mais importante campeonato que existe para nós, porque apenas os melhores times chegam lá, o que acaba fazendo dele bastante importante para a nossa vida acadêmica e social também. Um bom exemplo disso sou eu. Assim que entrei no colégio, eu era apenas uma garota normal com poucos amigos e que não costumava se destacar, mas no segundo ano quando entrei pra Cheerios, e coincidentemente acabamos ganhando no CWC, minha vida mudou completamente. Todos queriam me conhecer, eu dificilmente  passava despercebida.
     Querendo ou não, esse pequeno uniforme tem uma grande reputação e um bom lugar na hierarquia escolar estando  no topo junto com os jogadores. Anos atrás, eu jamais imaginaria namorar com um cara popular e jogador, mas olha agora, sou a capitã das cheerios e meu namorado é um quarterback, o que me torna ainda mais popular e uma forte concorrente a ser eleita rainha do baile.

    Sou tirada dos meus pensamentos quando a treinadora Ann começa a gritar com uma das meninas que tinha errado um passo da coreografia. As vezes, a Ann exagera quando vai nos dar uma lição, mas sei lá, acho que isso nós mantem focadas.

— Podem ir, suas inúteis.

Ela fala tacando o pompom da menina longe e saindo.

— Obrigada, treinadora Ann.

Falamos em uníssono enquanto ela saia do campo.

— Bom dia, Treinadora.

Blake, meu namorado, fala ao cruzar com ela.

— Vai cortar esse cabelo, cara de boneca.

Ela fala, sem nem ao menos olhar para ele.

— Pode deixar, Treinadora.

Blake ri e vem até mim, beijando minha testa.

— Você estava incrível, amor.

— Nem tanto.

Falei rindo, enquanto ia para a arquibancada para pegar minhas coisas.

— Desde de quando você é modesta? — Ele riu e me abraçou por trás.— Enfim, hoje vai ter uma festa na casa do Finn, você vai né?

— Acho que não.

Falei, enquanto a gente saía do campo e seguíamos para o pátio principal.

Ele parou do lado do meu armário.
— Por que não?

— Não estou muito afim.

Dei de ombros e o escutei suspirar.

— Okay, você que sabe.

Ele beijou minha testa e foi se encontrar com uns amigos que estavam o esperando.
Blake é um cara legal, super fofo e carinhoso, mas ultimamente sua presença tem me cansado e eu não sei o por quê. Da para ver o quão magoado ele fica com essa minha distância sem explicação, o que acaba me magoando também, já que ele é um dos poucos caras, para não ter que dizer o único, que realmente me ama e não mais um dos que quer me levar pra cama para poder se gabar para os amigos dizendo que transou comigo.
    Suspirei pesado, e fui até o Blake me para me despedir, já que não voltaríamos juntos. Lhe dei um selinho demorado, e como sempre que não voltamos junto, ele chamou um Uber para me deixar em casa.

   Chego em casa e me jogo na cama, cansada. O dia de hoje foi bem cansativo; tive quatro provas e o ensaio das cheerios.  Esava cansada psicologicamente e fisicamente.
  Assim que fecho os olhos,  meu celular começa a tocar, pego o pequeno aparelho vendo o nome da Amy brilhar na tela.

— Já está em casa?

Ela pergunta assim que atendo.

-Oi, Amy, eu tô bem, mas e você? Como está?