Capítulo 03 - Dylan

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VÊNUS EM TOURO ♀ 03

Dylan me abraça forte por trás, encosta o queixo em meus cabelos e tem espasmos de tanto rir, enquanto vê aquele vídeo do gato entrando nas caixas. Repetimos algumas vezes, ele coça o nariz e depois desce suas mãos para as minhas; eu as aperto e arranho o dorso de suas mãos, seguindo para o braço bem devagar.

Convivo com uma variedade de homens por dia, mas Kayo, Hobbes e Dylan são figurinhas repetidas para mim. Moramos juntos há dois anos. E eles são os melhores amigos héteros que uma pessoa pode ter. Um hétero afeminado (Kayo), um assexual porra louca (Hobbes) e o meu melhor amigo hétero confuso, curioso e carente Dylan Cavalieri.

Eu, é claro, sou o homossexual que não dá pinta, não por motivos bíblicos ou culturais, mas para poder seguir com meus planos. Alguns querem ficar ricos, outros querem ter todo o poder, eu só quero agitar a vida de uns covardes (colocar fogo no mundo).

Então que fique registrado que não tenho nada contra os héteros, muito pelo contrário, até tenho amigos héteros, fodo com uns de vez em quando e muitos deles me empregam diariamente.

Dylan começa a mostrar que a posição em que estamos – ele deitado no sofá cama e eu deitado em cima dele – ficou desconfortável. Ergo o meu tronco e fico sentado entre suas pernas, ele se ergue em seguida, encostando o peitoral em minhas costas. Então cortamos o silêncio de vez, puxo o cigarro, acendo e depois ele tira da minha boca e traga.

— Onde tu estavas mais cedo?

Me espreguiço em seu colo, fecho o notebook e o coloco de lado. Mudo de posição, deito a cabeça em sua coxa e fico brincando com o colar que lhe dei de aniversário. Nossos olhares se encontram e sinto alguns petelecos em minha testa.

— Andando de skate por aí.

— Não recebeste minha mensagem? Augusto está a procurar-te por todos os cantos. Vá tomar uma duche[1].

— O que ele queria?

Dylan pensa, no fim não sabe dizer, dá de ombros. Me levanto num salto e ele levanta em seguida. Me dirijo ao banheiro e ele continua em meu rastro. Fecho a porta e ele empurra, ficamos rindo e medindo força, como dois moleques. Ele vence, por minha boa vontade, me empurra de lado e pega sua escova e começa a escovar os dentes, eu apago o cigarro.

Tiro a camiseta e a calça apertada e jogo-os em qualquer canto. Entro no box fumê, tiro a sunga e jogo na cabeça de Dylan, fecho o box e ligo o chuveiro. Começo lavando os cabelos e as orelhas, viro para o espelho e fico encarando a minha silhueta.

— Não podes ir ao Brasil que engordas.

— Ah, você resistiria à comida de sua avó? Ela preparou um banquete, reuniu a família... precisei comer. Mas agora que voltei ao meu martírio, vou emagrecer o suficiente.

Dylan abre o box e fica escorado na parede enquanto me encara. Como eu sou desses que não suporta se sentir desconfortável, peguei parte da espuma que estava em meu corpo e joguei nele, que instintivamente se afastou, quase escorregou.

— Como se você fosse a magreza em pessoa, Dylan.

— Macérrimo — ele diz erguendo a camisa e mostrando o abdômen.

Reviro os olhos, pego o sabonete e jogo sem piedade na cara dele. Ele desvia e fica rindo, tento me contorcer ao máximo para lavar as costas, ele se dispõe prontamente a isso. Retira a camisa e a calça, fica de sunga e se aproxima. Bate, antes de tudo, com o sabão em minha cabeça como forma de vingança e depois o desce pela minha coluna vertebral, até o início das nádegas.

Vênus em Touro [DEGUSTAÇÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora