VÊNUS EM TOURO ♀ 05
A pista abre, Hobbes, Kayo e eu caminhamos ao centro. Toca algo bem agitado e a gente sabe a coreografia. Todos prestam atenção, por que estamos dançando de salto alto. Caras altos, bonitos, pelo menos aparentemente héteros, dançando de salto para garotas que se aproximam e vem passar a mão em nosso peitoral, abdômen, dar uma apertada marota nos países oceânicos.
A primeira vez que fizemos isso em público foi estranho. Kayo protestou mais do que Hobbes. Hobbes aceitou quase de cara, por que eu sou um bailarino formado, minha mãe é diretora e professora mais renomada de balé na Fábrica de Cisnes no Brasil.
Minha mãe e eu gostávamos de dançar de salto alto, éramos uma dupla e tanto. Vovó também foi bailarina, mas sua paixão sempre foi ter sido modelo exclusiva de uma marca famosa.
Enfim, as garotas curtem. Os caras ficam avaliando aquilo, param de dançar, por que nós não estamos apenas mexendo braços, pernas e pés coordenadamente, estamos dando uma aula de como seduzir com o corpo.
Enquanto isso, Dylan fica parado de costas para o bar, cotovelos no balcão, observando. Não sabe dançar, não tem pretensões em aprender. E ele não precisa conquistar qualquer garota, já tem Nathália Branco em sua teia. Uma garota de dar inveja em qualquer um. Só não tinha bunda, a coitada.
A música termina, Kayo já foi puxado pela gravata por uma garota exuberante, parecia sueca. Hobbes foi tagarelar, o típico cara que fala mais do que faz. Eu saí andando para qualquer canto, me misturar, ir para a pista me divertir. Aquela boate era um ponto de encontro da alta sociedade, muita gente importante frequentava o lugar. E se aquelas paredes pudessem falar, acho que meia dúzia de políticos, um terço dos atores, cantores e modelos de várias partes do mundo estariam com a reputação manchada.
Mas o que acontece no Apogeu, fica no Apogeu.
Pelo menos, boa parte. Tenho um blog onde narro minhas experiências sexuais com os ditos héteros. Chamei-o de venusemtouro.blogspot.com. Hobbes, soltou uma vez, em meio a uma epopeia em forma de conversa, que minha Vênus ficava em Touro. Isso deve ser uma puta informação importante. Do tipo, quando você vai ser entrevistado para um trabalho, e o cara pergunta tuas qualificações, tu respondes de cara: velho, eu tenho vênus em touro, quer coisa melhor?
Ou então, quando perguntassem quais os meus defeitos, tem coisa melhor do que dar uma desculpinha esfarrapada e contrapor com: mesmo que eu seja preguiçoso, veja só, tenho vênus em touro.
Vênus em touro. A deusa romana, o planeta, em touro, signo astrológico, em sua casa natal. Cacei esses dias o que significava. Fiquei meio desapontado, por que talvez não seja minha astúcia ou estratégia que acabe conquistando os caras, mas a vênus em touro, que me deixa sensual, e torna os movimentos do meu corpo um atrativo sem igual.
— Onde estavas?
Seguro nos ombros de Dylan, começo a mexer o corpo de um lado para outro, ele continua duro, tenta acompanhar, ri mais e faz de menos. Pego a garrafa de Smirnoff em sua mão e bebo um pouco.
— Virou meu pai? — não escondo que estou nervoso com tantas tentativas de controlar meus passos.
— Quê? — ele não entende e não escuta por causa da música alta.
— Viras-te meu pai?
Ele ainda não entende, o puxo pelo colarinho da camisa e encosto os lábios em seu ouvido. Concentra-se para tentar entender, abraça a minha cintura e deixa as mãos distraídas para baixo. Sinto a garrafa de Smirnoff mexendo em minhas nádegas, depois uns dedos curiosos.
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Vênus em Touro [DEGUSTAÇÃO]
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