Submissa Ao Diabo - Até Onde Você Iria Por Quem Ama?

Cap 4-Uma criança na minha vida

O inverno chegou com tudo, saí de casa pegando meu agasalho pendurado perto da porta. Pequenas fumaças brancas surgiam pela minha respiração.
Olhei para o outro lado da rua e vi uma garotinha de olhos claros e cabelos loiros, ela devia ter não mais que 5 aninhos. A unica cobertura que cobria seu corpo era um vestido azul desbotado. Corri até ela.

-Oi mocinha, você está sozinha?

Ela me olhou como se me reconhecesse e uma lágrima desceu de seu rostinho.

-Mamãe. Estou com fome. -Depois de falar isso ela caiu desarcodada, mas a peguei antes que batesse com a cabecinha no chão. Tirei meu casaco e a enrolei nele correndo para dentro de casa. Fui ao meu quarto e enchi a banheira com agua morna. Ela estava em cima da minha cama e parecia muito fraca e doente.
Fui a cozinha e preparei um chocolate quente.

-Ah meu anjo o que será que aconteceu com você? -Eu olhei para a menina e passei a mão em seus cabelinhos.

-Eu não quelo, eu não quelo. -Ela abriu os olhos assustada.

-Esta tudo bem agora meu amor, fiz um chocolate quente pra você. -A olhei com carinho. Resolvi não perguntar com o que estava sonhando por enquanto, senti que não era a hora certa.

-Obigada mamãe.- Ela sorriu ainda fraca e era o sorriso mais lindo que eu já havia visto. Não quis falar que eu não era sua mãe, neste momento eu pretendia ser sua mãe e cuidar bem dela. Peguei o copo já vazio.

-Vamos tomar um banho quentinho agora?- levantei da cama.

-Vamos sim mamãe, a gente pode binca de espumas mamãe? -Ela me olhou animada.

Eu ri daquela expressão.

-Claro que sim querida. -tirei seu vestido que estava bem gasto e a levei para o banho, peguei alguns sais minerais e sabão liquido para fazer bolhas de sabão.
Ela não parava de bater na água e jogar espumas em mim. É claro que revidei. Acho que a última vez que fiz isso eu tinha 6 anos.

-Então pequena qual é o seu nome?- coloquei ela em cima da cama secando seus ouvidos.

-Não sei, acho que a sinhola que tem que saber, porque voche é minha mamãe.

Eu ri da sua resposta. Ela era bem esperta.

-Alice no País das Maravilhas é meu livro preferido, o que acha de se chamar Alice? - Envolvi as sombrancelhas com a mão no queixo.

-Eu gosto de Nice mamãe. -Ela pulou de alegria.

-Huum então qual é mesmo a sua idade? Eu me esqueci huum...- Resolvi entrar no jogo e ela me apontou 4 dedinhos.

-Isso mesmo! Quatro aninhos.-Ela ainda estava de toalha e lembrei que minha mãe ainda guardava umas peças de quando eu era pquena. Poderia ter algo que coubesse nela.

-Espera aqui meu amor, eu já volto. -Corri entrando no quarto dos meus Pais e procurei em todas as gavetas, enfim achei um macacãozinho vermelho que caberia perfeitamente nela.

-Chegueii, olha o que eu trouxe para você!- apontei o macacãozinho.

-É dinda mamãe, igual voche.-Eu a olhei e um brilho surgiu em meu olhar, estava apaixonada por aquela criança. Quem ousaria abandonar uma criança tão fofa daquelas. Percebi que havia alguns machucados em sua perna e nos bracinhos.

-O que acha de irmos comprar umas roupinhas pra você?- Ela pensou um pouco e balançou a cabeça afirmando.

-Mas antes eu trouxe um pouco de sopa. Coma tudinho. -Ela limpou o prato em questão de segundos.

Peguei um casaco preto meu e a cobri por completo. Ainda não tinha carteira de motorista e nem carro então chamei um uber. Por sorte ele tinha cadeirinha no porta-malas. (Um milagre).
Ela não parava de cantar no caminho.