Primeiro dia de aula ✨

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POV AYLA ✨

Primeiro dia de aula, é algo bem decepcionante. Saber que as férias passam tão rápido e o ano letivo passa tão devagar é algo muito triste. Eu só queria andar com meu longboard ou com meu skate, sair com as minhas amigas, ir ao parque, ler, tocar instrumentos... Mas tudo acabou. Agora só nas próximas férias.

Já estava pronta para sair de casa. Com minha roupa e tudo em ordem, inclusive minha mochila já nas costas. Mamãe me deu um beijo e disse:

- Tenha um ótimo dia de aula filha! Papai deseja o mesmo.

- Não vejo a hora dele voltar da viagem de trabalho.

- Eu também. Agora vá, ou você pode se atrasar.

Na hora de sair de casa, levei meu longboard para andar mais rápido e comecei a ir em direção até a escola.

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Quando cheguei na sala, vi minhas amigas: Susan e Nancy.

Elas estavam conversando mas quando me viram acenaram e apontaram para o lugar em que deveria sentar.

Me sentei na terceira carteira, do lado direito de Susan e na frente de Nancy. Ao meu lado direito tinha uma carteira vaga, e atrás dela também estava vaga. Já sabia mais ou menos o que iria acontecer.

Xin Long chegou e se sentou ao meu lado, logo estava falando com os garotos ao lado dele. Ele poderia ter escolhido a carteira atrás dele, por que do meu lado? Digo, eu não quero ele longe, é só uma questão de timidez. Fico meio sem graça, sabe?

Logo chega a professora de matemática, que se apresenta, pede para o aluno novo (no caso Xin Long) se apresentar e inicia a aula.

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No final da aula, minhas amigas voltam juntas e, como a minha casa é do lado oposto eu volto sozinha. Quando estava prestes a dar impulso com o meu pé, vejo Xin Long com seu skate passando por mim.

POV XIN LONG✨

Quando ia voltar para casa, vi Ayla com seu longboard. Resolvi parar e cumprimentar, então parei meu skate e disse:

- Oi vizinha!

- Oi vizinho- ela respondeu meio envergonhada.

- Está indo para casa, certo? Quer...ir no parque andar de skate, sei lá?

Eu não sei, tá? Não sei por que disse isso assim, do nada. Só queria falar mais com ela e ser amigo dela. Vizinhos tem que se conhecer e ser amigos, principalmente quando são da mesma escola, não é?

- Pode ser!

Começamos a andar de skate até o parque e ela comentou:

- Não sabia que também anda de skate.

- Também não sabia que você anda. - Menti.

- Você anda bem!

- Perto de você eu me sinto humilhado.

- Eu sou melhor na pista, acredite.

Nós rimos e eu brinquei:

- Nossa desculpa! Você é profissional demais pra mim!

- Aceito as desculpas - Ela falou num tom ainda mais irônico e nós rimos muito.

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Vi Ayla fazendo mais uma manobra difícil, eu não era nada perto dela.

- Sabe fazer isso? - ela mostrou mais uma manobra para mim.

- Infelizmente não- falei meio sem graça.

- Eu ensino!

A mesma começou a me ensinar devagar. Pelo visto ela era um ótima professora, pois aprendia rapidamente tudo o que ensinava.

Trocamos boas risadas e andamos muito, até ficarmos muito cansados.

- Você precisa voltar para casa? - perguntei preocupado, pois o sol estava se pondo.

- Tenho que voltar às sete.

- Eu te levo.

Começamos a andar, desta vez segurando os skates na mão.

Quando chegamos na frente da casa dela, ela perguntou:

- Você pode ficar para jantar?

- Não precisa! Eu janto em casa. Nem avisei para sua mãe e...

- Minha mãe vai ficar nervosa se você não aceitar.

- Sério?

- Acredite! Não precisa ser tão educado a esse ponto! Somos amigos, certo?

Fiquei um pouco sem reação com a pergunta. Ela me considerava seu amigo? Ufa! Pensava que só era um conhecido dela.

- Certo! - respondi.

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- Xin, sua mãe não vê problema em você comer aqui, certo? - a mãe de Ayla me pergunta, sentando- se por último na mesa.

- Ela está viajando a trabalho, assim como o meu pai. Minha vó que fica em casa e praticamente me criou, já que meus pais não aparecem quase nunca em casa.

- O pai de Ayla que trabalha aqui. Ele viaja bastante, como seus pais.

- Sinto falta dos meus pais. Pelo menos temos um relacionamento saudável, pois muitos pais que viajam a trabalho desta forma tem problemas com os filhos.

- Sim, Ayla também!

Via que Ayla estava realmente muito quieta. Talvez estivesse com vergonha da minha presença.

- Senhora, será que poderia passear com Ayla amanhã também?

- Claro! Aproveitem enquanto não vem as provas. Tirando esse período vocês podem passear o quanto quiserem. Dês de que ela esteja aqui às sete horas da noite.

POV AYLA ✨

Achei legal Xin Long ter perguntado isso. Isso significa que ele quer mesmo ser meu amigo, o que me deixa muito feliz.

Também fiquei aliviada de minha mãe ter deixado.
Geralmente ela deix, porém nunca se sabe quando as mães mudam de idéia de repente.

Depois de jantarmos, minha mãe foi lavar a louça e eu e Xin Long fomos para a sala de estar.

- O que você quer fazer? - Perguntei.

- Não sei. O que você gosta?

- Joga algum jogo eletrônico?

POV XIN LONG ✨

Não é possível. Se ela for boa nisso também eu vou ser muito humilhado.

- Fortnite é o meu preferido.

- O meu também!

Começamos a jogar sentados no enorme sofá dela. Cara, ela era muito melhor que eu em tudo. Como isso era possível? Pelo menos não era bem um jogo em competição entre nós, mas sim de trabalho em equipe e competição de times.

As vezes olhava para Ayla e pensava "como ela é tão perfeita?", pois era o tipo ideal de tantos garotos que talvez eu nem poderia competir.

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Não queria ir embora. Mas tive de ir. É sempre assim na casa dos meus amigos: nós nos divertimos tanto, tanto que eu não quero ir embora.

Sair da China foi difícil. Meu pai sempre tentou me ensinar inglês direito pois sabia que isso iria acontecer uma hora ou outra. Porém para os chineses, isso é algo muito complicado. Tanto pela pronúncia, tanto pelo alfabeto.

Tinha muitos amigos na China. Conhecia todos de meu bairro. Se pudesse aproveitar mais todos eles, eu teria feito isso.

Porém, já estou fazendo novos amigos aqui, inclusive, uma amiga especial. Desta vez, eu vou aproveitar ao máximo a companhia de todos eles, apesar de sentir que não vou nunca mais voltar para a China ou me mudar novamente.













In that neighborhood...✨|| Xin LongOnde histórias criam vida. Descubra agora