Desabrochar para a humanidade

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A cidade está a desabrochar.
Céu sombrio enegrecido.
Clima de velório,
morte da compaixão.
Vento atingindo os que vagam pelas ruas,
cachorros a perambular
sem esperança,
sem rumo.
Carros cortando as estradas
com vidas vazias.
Roda,
ferro.
casco humano ressecado.
Damas da noite
se entregando ao descanso,
indigente a se espreguiçar
sob o concreto gelado.
Projétil beijando o corpo do inocente,
estojo a cantar junto do solo,
satisfação de poder.
Chacina em tudo que se vislumbra,
sanguinolência de rancor espalhado pelo chão.
Vermelho. Viscoso. Humano.
Engravatado seduzindo
com um copo de whisky na mão.
Desejos perdidos meio a desilusão.
Ego. Dinheiro. Desprezo.

A cidade desabrocha
e tu nada vê,
se manténs cego em um futuro
que a ti não pertence.
Futuro incerto
meio ao concreto.

Olhar de um coraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora