IV

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Nᴏᴀʜ Uʀʀᴇᴀ

Já estava sentado na cadeira por um bom tempo, eu não tinha ideia do motivo daquela reunião, talvez seja por causa da música, mas ficar assistindo Yonta e Simon conversando era a coisa mais chata. – Olhei para Any que brincava com seus dedos.

– Então. – Todos nos olhamos para a morena que ajeitou sua postura. – O que é essa reunião? – Perguntou impaciente.

– Como já sabemos. – Simon pausa e sorri. – Any você é do Brasil e o Noah vai fazer alguns shows por lá. – Me ajeito na cadeira interessado no assunto. – Amamos a música. E tivemos uma grande ideia de gravá-la tanto em inglês, como em português. – Olhei para Any e vi um sorriso enorme aparecer em seu rosto. Por um segundo, percebi que iria sorrir junto com ela.

Foi a melhor ideia que o Simon já teve.

– Eu amei a ideia. – Se levanta. – Eu amei. – Repetiu e foi em direção ao Simon e o abraçou, deixando todos surpresos por sua atitude. – Me desculpe, mas, obrigada. – Pede envergonhada. Ela retoma a cadeira e acompanho ela pelo olhar.

– Eu amei a ideia... Mas, como vou cantar em português? – Olho para Simon que ficou calado por um longo momento.

– Eu te ajudo. – Olhei para Any que estava ajeitada na cadeira. – Posso fazer a tradução da música e eu te ajudo a cantar em português.

– Obrigado. – Sorrio. – Mais alguma coisa? – Olho para Simon e depois olho para Yonta que sorria.

– Any, já sabemos a sua resposta, mas. – Yonta começa. – O Noah não é tanto famoso no Brasil. Se vocês fingirem um suposto relacionamento amoroso, você estaria o ajudando. – Any bufou e revirou os olhos.

Por que não estou surpreso com essa ideia? Eu sei que no começo fiz a proposta, mas ela já respondeu! – Não. – Volto a olhar para Simon com uma sobrancelha erguida. – Combinamos o que mesmo? Nada de farsa. – Responde educada e sem paciência. – Se nós namorarmos será porque se gostamos e não por causa de um contrato qualquer. Estamos combinados? – Pergunta e todos assentimos. – Preciso ensaiar, daqui alguns dias meu CD será lançando e a prévia da minha turnê. Precisam mais de alguma coisa? – Any estava irritada. Ninguém ousou falar algo. Vi ela se levantar e ir embora, olhei para os dois e neguei, em seguida me levantei e fui atrás dela.

– Any. – Corro atrás dela. Ela parou e me olhou. – Juro para você que dessa vez não dei a ideia. – Recupero o ar.

– Fica tranquilo Noah. – Sorrio e ela olhou ao redor. – Você ficou de bico calado. – Brinca. – É sério, eu sei que você não tem nada haver. – Pego em sua mão. – Preciso ir, Noah. Tchau. – Retirou a sua mão e foi em direção ao elevador

Aɴʏ Gᴀʙʀɪᴇʟʟʏ

Eu sei que o Noah não tinha nenhuma culpa do que aconteceu. Sempre fui uma pessoa famosa que mostrasse verdade, nunca gostei de mostrar algo mentiroso, não faz parte da pessoa que eu sou. – Quando eu parti de São Paulo para vim a Los Angeles, prometi a minha mãe que eu sempre seria antes de tudo, que não importasse o que acontecesse, que eu nunca pararia de ser eu e sempre luto para continuar sendo.

Estaciono o carro em frente a um restaurante brasileiro. Ele fica bem na rua da empresa de Yonta e do studio de dança. Peço uma comida típica do Brasil, feijoada. – Sempre que sinto falta da comida, sempre venho para cá. Enquanto o meu almoço não chegava, fiquei mexendo no celular.

– Any. – Uma voz masculina não desconhecida me chamou. Levantei a cabeça e o vi, minha perdição da adolescência e a pessoa que havia me machucado. Soltei um sorriso amarelo, o melhor que tinha.

50 Tᴏɴs Mᴀɪs Qᴜᴇɴᴛᴇs Onde histórias criam vida. Descubra agora