Ciclos

1 0 0
                                    

Eu penso sempre quando olho pra cima, meus braços doem!

Eu penso sempre que eu olho pra cima, nos meu ombros travados de tensão!

Eu penso sempre que eu olho pra cima, que mentira, sempre é uma mentira!

Sair do fundo do poço, é sempre a mesma coisa, são sempre as mesma cordas, que estão amarradas sempre nos mesmo lugares, e chega uma hora que as cordas não resistem mais, as infinitas escaladas até a beira, é bem feliz o momento em que a gente chega encima, se livra um pouco daquele cheiro podre de folhas em decomposição, do limo que fica debaixo das nossa unhas,das pequenas mosquinhas que zumbem ao nosso redor e insistem irritantemente pousar nos buracos dos meus alargadores, irritantes, nem no fundo do poço se tem paz, nem nessa fria escuridão,nesse chão duro, aqui permaneço, até que eu me encontro, me grito desesperado, mais com tom de desaprovação do que complacência, afinal de contas eu sei que não devia estar aqui, olho pra cima, e não vejo mais apenas o circulo branco de luz, que representa minha sanidade, que representa o conforto social, da sanidade mental, do que as pessoas dizem"menos um problema" me sinto muito bem quando subo e vou vislumbrando minha imagem, essa imagem que detesto tanto, que ostenta um rosto bonito, um cabelo, uma atitude, ah! uma obra prima, meu personagem diário, mascara amiga, que me olha,e tem olhos tão tristes quanto os meus, mas eu continuo a subir, pois eu sei que eu sem mim mesmo, não sou nada além que a vontade de morte, morte minha amiga constante, sempre com a cabeça apoiada no meu ombro, minha amiga,assustadora, porém amiga,tenho medos maiores, um deles costuma andar de moto por ai, outro dono de ideias tão diversas quanto as minhas, droga, Droga, oque essas pessoas fazem a beira do meu poço, mas é preciso subir, subindo,agora as costas também doem, uma nova dor, a cada saída uma nova dor, quase na beira escuto os passos, ufa! lá vem eles, meus anjos, na verdade, dessa vez um anjo novo, e meu anjo de sempre, negro e sorridente, me pegam pelo braço, junto a minha versão que me convocava, e puxam com força, e vejo que eles não vão desistir, resolvo por eles, não mais por mim, sair de dentro do poço,todos caem devido as ações das leis de newton,sinto o cheiro da terra, a poeira levantando, olho ao redor, procurando algumas pessoas,encontro vários poços, e varias pessoas em suas beiras, mas todos personagens, pouquíssimos reais, 

-Nem pense nisso!

Meus anjos pedem, a minha chama tem que ser mantida, o meu calor, EU, eu primeiro, eu me olho, vejo minha vela,ela tímida brilha, e queima, sem paixão, sem vontade, e um menino chora sentado ao lado dela, eu olho aquela criança e sinto a dor dela,é a mesma dor, a dor de não ter o amor do pai,é igual a dor de não ter o amor de ninguém, a dor de ser chamado daquelas coisas,é a mesma dor de quando ele se vê fugindo dos amores, e os amores fugindo dele, pelo mesmo motivo, as dores das decepções, e o seu maior defeito, o executor infernal para ele e pra mim, a culpa, sentir que tudo é sua responsabilidade, a dor da navalha no braço parece muito prazerosa a nós dois, o meu personagem, me pega pelas mãos, e me mostra meu anjo desesperado, e corro a ele e prometo,a chama permanecerá acesa, ele é forte, e eu ,eu visto aquele personagem, e corro as beiras dos outros poços, pra resgatar outras pessoas, os meus amores, com as costas braços, punhos, mãos, todos doente e feridos, puxo os demais, mas sempre que saem, nunca me enxergam, do primeiro poço, o segundo, do segundo o terceiro, até que alguém sai, e me enxerga,será? a dor vai parar, eu n me permito essa esperança, "eu n nasci pra receber, apenas doar" esse é o mantra para n ser decepcionado, mas automaticamente, envolvido estou, em novas historias ideias , e emoções, ate que me vejo vencido, e me sinto insuficiente, pelos cabelos aquele demônio me pega, me joga la de novo, no fundo do poço, caio de peito no chão podre e gelado, e em seguida o tintilar do metal batendo no chão, outra navalha, olho pra pilha das outras ali já enferrujadas, pego a navalha, encosto no pulso, é gelado, deve ser uma dor melhor do que a do peito, e menos cansativo que escalar de novo o poço, quando a voz de mim mesmo e do anjo me chamam desesperados, navalhe no braço? navalha na pilha de lixo? não sei, por mim no braço, pelo anjo, pego a corda e torno a subir

You've reached the end of published parts.

⏰ Last updated: Dec 17, 2019 ⏰

Add this story to your Library to get notified about new parts!

CatarseWhere stories live. Discover now