Capítulo 4

76 8 4
                                    

Senti o grito querendo rasgar minha garganta, mas o pavor me impediu de emitir qualquer som, ele parou brutalmente assim que me viu derrubando a garota no chão que parecia estar morta, antes que eu pudesse ter qualquer pensamento racional saí correndo.

-Espera – sua voz atrás de mim só me fez correr ainda mais aumentando meu pânico, de repente eu já estava atrás de casa, olhei para trás ele não estava lá, isso não era possível eu estava muito longe de casa como já tinha chegado? Provavelmente o meu terror me faz correr mais rápido, entrei correndo pelos fundos o que demorou, pois eu não conseguia acerta a chave com minhas mãos tremendo quando abri fechei a porta atrás de mim, subi os degraus de dois em dois até chegar no meu quarto e trancar a porta. Isso não é real, isso não é real, isso não é real eu continuava a repetir na minha mente, mas eu não conseguia acreditar nessa mentira, ele tinha presas grudadas no pescoço daquela garota o liquido vermelho era sangue e seus olhos estavam da cor do sangue como isso podia estar acontecendo? Fui até janela e olhei para a floresta estava tudo tão calmo ali fora como se não tivesse nada, eu sabia que não era assim, nenhum ruído exceto o da natureza. Ele matou a garota com certeza, deve ter voltado para terminar o serviço e depois viria atrás de mim, o que eu faço? Conto pra alguém? Ninguém acreditaria mim nem eu estou acreditando, vampiros não existem, não poderia, não deveriam existir isso não era possível eu assistir filmes e li livros o suficiente sobre essas criaturas, mas ver pessoalmente era como se eu tivesse sido transportada para um filme de terror isso não podia estar acontecendo não podia ser real eu vi errado tem que ser isso. Um barulho vindo de baixo me fez virar era ele, só poderia ser ele terminou com a garota e agora acabaria comigo, ouvi os passos subindo as escadas, era agora eu iria morrer, ele me mataria por ter descoberto seu segredo a maçaneta girou, olhei para janela se eu pulasse provavelmente iria quebrar uma perna não adiantaria nada, ele percebeu que eu tinha trancado a porta com chave então bateu na porta:

-Lauren? Você tá ai? – a voz da minha mãe me fez suspirar de alivio

-Oi mãe – tente fazer a minha voz soar o mais normal possível

-Porque fechou a porta?

-Eu nem reparei – menti – vou destrancar

-Okay vou tomar um banho, eu trouxe torta.

-Já vou descer

-Ta bom, você está bem? Sua voz está diferente

-Estou – menti de novo – eu já vou descer só vou arrumar umas coisas aqui

-Está bem– ouvi seus passos indo em direção ao quarto, sentei na cama respirando fundo algumas vezes, ele ainda não tinha vindo atrás de mim isso era bom a menos... Que ele esteja enterrando a outra garota primeiro, não se ele me quisesse morta eu já estaria, talvez se eu guardasse segredo ele me poupasse, que idiota é claro q isso não aconteceria, fazer especulações não estava ajudando destranquei a porta do quarto e desci indo em direção a porta dos fundos e abri não havia nada ali além do barulho do vento batendo nas folhas das árvores, voltei para dentro e conforme as horas foram se passando fui ficando mais calma.

A noite já tinha caído quando percebi que ele não iria aparecer, mas o que tinha acontecido não saia da minha cabeça e o que eu podia fazer na segunda quando fosse pra aula? Eu não podia fingir que estava doente minha mãe não ia acreditar ia achar que era uma desculpa para faltar aula não estaria errada só não seria pelos motivos que ela acha, eu não conseguia dormir passei quase toda a noite em claro até o cansaço me vencer, quando finalmente dormi. Eu estava na floresta à noite correndo de uma criatura com olhos vermelhos, quando tropecei e cai, uma mão surgiu, levantei o rosto e vi um par de olhos verdes olhando diretamente para os meus peguei sua mão e ele me envolveu em seus braços, quando olhei de volta seus olhos estavam vermelhos recuei vários passos até me bater em algo quando me virei lá estava ele com os olhos verdes eu então fiquei de frente para os dois Adams o de olhos verdes e o de olhos vermelhos, fui voltando para trás até cair e os dois virem em cima de mim.

Acordei com o susto do pesadelo e suando frio levantei e olhei as horas, dormir quase a manhã inteira o que não era estranho pra alguém que tinha passado quase toda a noite acordada pensando em demônios levantei e fui para o banheiro tomei um longo banho na esperança de conseguir relaxar, foi só um sonho nada daquilo tinha acontecido eu tinha certeza se tivesse acontecido ele já teria vindo me matar respirei aliviada, passei o resto do meu dia em frente à tv sem prestar atenção em nada não parei de pensar em Adam um único instante desde ontem, eu não conseguia entender foi um sonho? Se não foi porque ele não me seguiu? Porque não me matou? Minha cabeça tinha um nó e a cada segundo que se passavam mais dúvidas surgiam na minha cabeça e não tinha resposta para nada só Adam tinha, eu não consegui distinguir o que era realidade e o que era sonho, a ideia de confrontá-lo me assustava, mas eu precisava entender o que tinha acontecido.

***

Quando a segunda chegou eu estava apavorada tudo que eu queria era um buraco para enfiar minha cabeça eu gostaria de sumir, mas, ao mesmo tempo, também queria respostas saber o que tinha acontecido por isso apesar do medo me forcei a levantar me arrumar e ir para o colégio. Quando cheguei não o vi em nenhum lugar tentei respirar fundo pensando se ele tinha ido embora, se voltaria ao colégio, até que o vi saindo de um carro, é claro que ele não iria embora, assim que me viu ele veio em minha direção cumprimentando as pessoas e dispensando as que queriam conversar com ele, quanto mais ele se aproximava mais nervosa eu ficava, mas tentei manter a calma quando ele parou na minha frente e começou:

-Precisamos conversar – parou um segundo e se aproximou de mim que ninguém além de nós escutaria, sua aproximação me deixava tensa e prendi a respiração por um segundo – Eu tenho que te explicar o que aconteceu – seu tom era tão calmo que chegava a assustar.

-Não aqui, não agora – interrompi finalmente encontrando minha voz, dei uma olhada em volta as pessoas estava notando nós dois conversando – Eu quero acreditar que o que vi foi mentira, mas eu sei que não foi, eu quero saber o que aconteceu, mas não com todo mundo olhando

-Tem razão – disse olhando em volta – me encontra aqui no estacionamento depois da aula

-Porque eu confiaria em você? – perguntei encarando-o, ele sorriu.

-Não pedi pra confiar em mim – disse aproximando sua boca no meu ouvido – Contudo o fato de eu não ter feito nada com você deveria me dar alguma credibilidade – tê-lo tão perto de mim fez meu coração bater em uma velocidade inigualável e eu não sabia se era medo ou outra coisa

-Okay – suspirei com a voz entrecortada

Ele me olhou nosolhos e me deu um sorriso torto e malicioso antes de se virar e ir embora



Se chegaram até aqui curte e comenta 😘

Perdida na escuridão - livro 1 trilogia Na escuridãoOnde histórias criam vida. Descubra agora