capítulo 5

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Sinceramente, nunca irei conseguir entender o que passa na cabeça da minha irmã, a empresa é minha e eu decido as coisas que acontecem lá dentro, tanto quem sai quanto quem entra... Eu construi ela sozinha, é simplesmente o meu império nada e nem mais ninguém tem esse poder que está em minhas mãos, para ela achar que pode botar o dedo onde bem entender e quando quiser...

Maraisa já tem uma vida muito agitada e complexa, ok que são os empresários da Works, que administram sua carreira mas o contrato que assinou diz estar ciente de tudo.
Enfim, não é algo que vem ao caso agora... E meu pai também, não basta tudo o que já me fez passar, todas as humilhações e desperdício de tempo com coisas desnecessárias... Eu só queria paz mesmo, não é pedir muito.

Chego para a reunião com todos os colaboradores e funcionários de altos cargos, vejo que ja estavam todos a minha espera. Havíamos marcado por volta das dezessete horas em pleno domingo, no escritório que ficava em outro bairro mais bem avaliado de Goiânia. Decidimos expandir a empresa buscando novos nomes para complementa-la e o que ja sabia, Marília Mendonça e Anitta seriam os novos nomes que logo logo anunciaremos.
Terminamos um pouco tarde a reunião por conta de muita papelada que eu deveria assinar.

Sento no meu carro, respiro fundo e vejo as horas em meu celular.

- puta merda. - penso alto.

Para variar, já estou atrasada para o jantar da Maraisa com os nossos pais. Acelero meu carro, pensando em uma desculpa pelo atraso e ensaiando a minha melhor cara para esse bendito jantar. Passo em um supermercado, compro um vinho rose caro, pois sei que meus iriam adorar já que são extremamente nojentos em questão de bebida e também ajudaria evitar más falácias por conta do atraso. Então com a menor vontade do mundo, dirijo em direção ao condomínio. Chega a ser engraçado, pois parece que quando queremos que demore para chegar em um a algum lugar, o tempo voa e agora mesmo me vejo tomando coragem para apertar a campainha da casa de minha irmã, digamos que reconheço o carro que está em sua garagem e só de pensar em reencontra-los já sinto a saliva descer em seco.

- cheguei... - forço um semblante feliz a procura de certos membros da família.

- demorou em irmã. - diz Maraisa com um sorriso nervoso em seu rosto e logo recolhe o vinho de minha mão indo colocar junto dos outros em um long neck.

- eu vim, já está de bom tamanho. - digo em baixo tom para que somente a mesma ouvisse.

- oi filha, como você está? - meu pai veio extremamente sorridente me abraçar.

Restribuo o seu abraço e suspiro alto pois estava com a saudade apertando. Independente de qualquer coisa ele sempre esteve comigo, eu querendo ou não. Mas o sentimento se desfez, quando a senhora minha mãe veio em minha direção já com um sorriso debochado, me encarando de cima a baixo.

- oi meu amor, como é bom te ver... assim. - ela aponta para mim.

- é... Eu digo o mesmo, eu acho.

- porque tanta demora? Não foi esse o ensinamento sobre pontualidade que demos.

- então... - iria responder mas Maraisa me cortou.

- ai mamãe deixa ela, Maiara está com a vida corrida né irmã?

- sim, eu estou... uma empresa para administrar, carreiras que dependem de mim...

- sei como é filhinha, mas espero que não se repita.

Eu apenas sorrio e evito dizer o que estou pensando para evitar futuras complicações. Cumprimento todos que estavam em casa, com o mínimo de tato e vou me sentar no sofá. Reviro minhas redes sociais no intuito de não ter que fazer contatos visuais. Converso com a Lauana no Whatsapp, pergunto se ela iria para minha casa está noite ou se precisaria de mim para qualquer coisa, algo do tipo... pois tenho certeza que irão me obrigar a dormir aqui na desculpa de aproveitar mais tempo em família. Eu os amo, eu sei que bem la no fundo estou contente de estar com pessoas que deveriam ser o meu suporte e donos de toda a minha atenção, mas é difícil ver que você só faz parte de uma família quando tem que esconder quem realmente é para caber em uma família padrão monótona e que só sirvo para bancar os luxos de pessoas que mal se importam em saber se estou bem. Não digo de Maraisa ou do meu pai, porque desde que me conheço por gente estão do meu lado me ajudando a levantar e conquistar tudo o que preciso. Mas enfim... são coisas que acredito que toda família passa, pode não ser o mesmo problema mas sei que nem todas são perfeitas, então porque a minha deveria ser, não é mesmo?

- irmã, vamos jantar. - Maraisa encosta em meu ombro. Eu nada falo, apenas a sigo atrás.

Nos sentamos a mesa principal que havia na casa. Minha irmã não economiza nem um pouco quando se trata de uma bela residência. Enquanto eu penso em comprar cabeças de gados para as minhas fazendas, Maraisa aumenta a sua mansão. Ela não costuma a fica muito em casa por conta da carreira, mas tudo o que ela cruza  é impecável. Espero todos se servirem, então vou lá e pego pouca comida para terminar e ir embora. Eles só falavam de trabalho e de como meu irmão mais novo e sua namorada viajam o mundo todo... dizem que eu deveria sair mais de dentro do escritório, pois bem eu deveria mesmo mas se eu paro, quero ver quem irá bancar tudo isso... Essa família gira em torno do meu esforço.

- Maiara Carla, está precisando arrumar um namorado para ver se tira essa expressão de emburrada da cara. - diz Cezar filho, não sinto como uma ofensa o seu modo de dizer.

Foi sem necessidade, mas levei como uma provocação de irmão.

Meus pais se olham com receio e eu finjo não perceber o medo da resposta que lhe daria. Apenas reviro os olhos e sorrio de lado.

- eu não vou nem dizer do que você precisa. - rio para dentro, olhando com um pouco de desprezo para a namorada dele.

- e do que ele precisa? - ela rebate.

Curvo um pouco meu corpo, para não lhe dar uma patada gratuita, faço que não com a cabeça e me levanto.

- licença doce família, eu já irei me indo.

- irmã, tem a sobremesa ainda fique. - diz Maraisa segurando meu braço ao seu lado.

- cunhada você não socializou com a gente direito, fica mais um pouco. Eu preparei um filme para assistirmos na sala de cinema, tenho certeza que irá adorar. - diz Wendel.

Eu o conheço muito antes de noivar com a minha irmã e até gosto dele, na época era um dos meus melhores amigos que sempre encobria as cagadas que fazíamos. Então confiei e apenas acenei um sim com a cabeça e vejo o alívio de Maraisa pois tudo o que queria era uma noite de paz. Levei meu prato a cozinha, conversei com as meninas que preparavam nosso jantar e as mesmas disseram que a minha mãe fez elas refazerem todo o jantar diversas vezes pois dizia que a comida estava nojenta sendo que todas as vezes a, senhorita Carla Maraisa como chamam minha irmã, provou e estava impecável. Certo que é o trabalho delas mas a minha mãe não tem que o direito de se meter, sendo que quem paga o salário de todos os empregados da casa, são Maraisa e Wendell. Não parou por aí, ela derrubou pratos e copos que não achou bonito e ainda colocou a culpa na empregada que Maraisa contratou a pouco tempo e ainda saiu rindo quando minha irmã falou que descontaria do salário. Disse para elas ficarem tranquilas que eu mesma irei resolver essa noite antes de ir embora ou não me chamo Maiara Carla.

- demorou hein filha - minha mãe diz. - estava fazendo o que, posso saber?

- não, não te devo explicações a muito tempo. - faço ênfase no "muito". - mas eu estava conversando com os empregados que fizerem o jantar. - olho fixo para ela. Ela encolhe os ombros e fica em silêncio.

- não sei para que tanta grosseria, uma vez poderiam se acertar, uma vezinha só. - súplica Maraisa.

Todos da mesa nos olham esperando que uma de nós falassemos algo em busca de quebrar o gelo. Mas eu juro que é impossível olhar para minha mãe e não lembrar de todos os traumas que me deixou.

- está certa, Mai você é minha filha e me deve desculpas. - fala como se fosse a ofendida.

- espera sentada.

- vocês estão vendo né? - ela diz enquanto aponta para todos se fazendo a sonsa.

- Eu não te devo nada, mãe! já você deve pra todo mundo. - digo como um desabafo.

- como assim? - meu pai que até então estava quieto diz.

- ela não fala nada com nada, nem sei porque a ouvem. - diz minha mãe.

- tem razão, melhor eu ficar na minha.

- é o mínimo né Maiara, vou pedir para que tragam a sobremesa já que todos terminaram de jantar. - Maraisa suspira e vejo que está chateada.

- eu vou com você. - meu cunhado diz.

- não precisa amor.

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⏰ Última atualização: Jan 20, 2020 ⏰

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