C.1- Perigo: Giovanni Northeast✓✓

67 18 5
                                    

Uma aluna morta.

Esse acontecimento deixou toda a academia em pânico. Muitos se perguntavam porquê ela fez isso, e inclusive eu também me perguntei.
Porquê motivo uma pessoa seria capaz de tirar a própria vida?

Haviam várias respostas para essa questão, mas só uma era a certa.
Culpa
Apesar de Andrea supostamente ter problemas de auto-estima e conflitos no seio familiar, nenhuma dessas razões pareceu suficiente para que ela passasse a corda no pescoço

A polícia já havia levado o corpo, e vários alunos estavam abalados. Eu não a conhecia mas confesso que senti um certo aperto no peito, porque um suicídio é sempre um suicídio, e eu não aconselho ninguém a tomar esse caminho 

De todos os policiais apenas havia sobrado o inspector Elijah, o mesmo que estaria me ajudando com o caso do Pietro. Ele foi o único que acreditou em mim quando eu disse que Audrey Pandora não poderia ser a culpada, e ele fez o favor de reabrir o caso.

Depois de passar todo aquele tumulto, ele me chamou até a diretoria para conversarmos. E cá estávamos nós...

- Porque acha que ela se matou?- Perguntei depois de um tempo

- Provavelmente por culpa - ele respondeu e eu estreitei os olhos

- O senhor acha que ...

- Giovanni eu sou um agente da polícia, eu não posso achar, devo ter certeza das coisas

- E provavelmente é isso que o senhor tem... Certeza!

- Por isso você está aqui. Para se infiltrar entre os alunos da academia, seja bom com eles e acima de tudo arranque informações

- Eu já conheci uma garota, a Esmeralda, ela se parece muito com aquele tipo de pessoa que tudo sabe mas finge que nada sabe. Será uma óptima aliada

- Isso mesmo. E não esqueça Giovanni, todos são seus inimigos então tome muito cuidado

Dei um pequeno  sorriso de escárnio e levantei da cadeira caminhando até a porta

- Não... Eles é que devem ter cuidado comigo

Saí da sala pensando em mil maneiras de tentar ser gente boa com todos. Eu não era o tipo de pessoa que ria com facilidade ou que está sempre apoiando os outros, mas também não podia bancar o maior filho da puta com quem não merecesse. Por isso eu deveria saber com quem seria parvo 

Continuei andando enquanto avistava vários alunos e alunas cochichando sobre Andrea, a garota que cometeu suicídio. O lado positivo desse acontecimento era que ninguém mais notava pela minha presença, e assim eu poderia caminhar em paz sem receber os olhares assustados de todos

E foi nesse instante que me recordei que Pietro tivera um diário. Um tablet que lhe servia de diário, e o mesmo não foi entregue aos meus pais com o resto das suas coisas. E tudo só indicava que provavelmente esse tablet ainda estava na academia

Subi as escadas lentamente até ao corredor dos dormitórios dos rapazes, parei exatamente na porta do quarto vinte e sete e girei a maçaneta. Quando a porta abriu vi três camas, duas arrumadas e uma das camas estava imaculada, sem nenhum lençol ou vestígios de pessoa, então deduzi que essa era a cama do Pietro

Comecei procurando dentro do closet, mas não havia nenhum sinal, no banheiro não haviam lugares onde o tablet poderia estar. Respirei fundo e tirei uma fita do meu bolso para prender o meu cabelo, continuei a busca procurando nas laterais da cama e debaixo dela, mas não havia nada lá

Bufei de raiva e bati nas minhas bochechas com muita força, olhei de novo para baixo da cama e só vi poeira e um pedacinho de papel, peguei no papel cheio de poeira e vi um desenho de sol. Estreitei os olhos e voltei a olhar para baixo da cama mas não havia mais nada, então olhei para cima e dentre as tábuas da cama havia um tablet com uma capa vermelha

LaVeyOnde histórias criam vida. Descubra agora