C.16- Corre, Giovanni! ✓✓

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Uma noite fria sem sinal de lua e estrelas, apenas fazia um frio de cortar a pele. E eu mais uma vez perambulava pelas ruas perdido em pensamentos e lembranças.

Como era óbvio eu pensava no meu irmão, a dor da sua perda ainda estava intacta no meu peito. As vezes quando eu acordava pedia que tudo fosse um sonho, que o Pietro não estivesse morto e eu não tivesse entrado naquela maldita academia e me apaixonar pelo assassino do meu irmão

Mas pelos vistos, diabo sabe fazer bem as suas manobras. Ou talvez a culpa nem fosse dele, apenas do destino. Ou minha por ter colocado a maldita ideia na cabeça de vingar a morte do meu irmão

E eu aqui culpando Satanás...

No meio da estrada entre a floresta, senti uma forte rajada de luz. Olhei para trás e vi dois faróis acesos, que anunciavam a passagem de um carro. Mas o carro não passou, ele abrandou bem ao meu lado e os seus vidros fumados baixaram. E lá vi Stanley e o Aaron olhando para mim de um jeito estranho

- O que é?- perguntei agressivamente

- Calma. A gente só estava de passagem e vimos você por aqui, pensamos que talvez precise de uma boleia- Stanley argumentou

- Não obrigado! Eu vou a pé

- Pode ser perigoso andar por aí sozinho, entra - Aaron chamou por mim

- Eu sei cuidar muito bem de mim

- Não foi isso que eu vi no dia em que o Christoph surtou

- Aaron vai se ferrar. E me deixem em paz, os dois- gritei

Meu celular vibrou e eu revirei os olhos antes de tirá-lo do bolso e ver a notificação de mensagem. Na verdade era eu vídeo mandado por um número anónimo

Apertei o play e então começou a reproduzir:

Estava de noite e haviam algumas pessoas perto de um rio ou lago. No princípio eu não estava percebendo, mas logo tudo começou a ganhar luz.
Luther, Stanley, Marylin, Aaron, William e até a Andrea estavam de pé enquanto encaravam Audrey chorando no chão. Era difícil identificar de primeira, mas aos poucos eu percebi que Audrey chorava enquanto abraçava o corpo de Pietro

Segundos depois todos fugiram deixando apenas Audrey chorando pelo Pietro

Então surge um estopim na minha mente.
Essa era a prova que eu precisava para acabar com o Luther, e não só, mas todos os que estavam envolvidos no assassinato do meu irmão

Olhei para o Stanley e o Aaron que também me encaravam em silêncio, e mais uma vez o meu celular vibrou, e a mensagem dizia:

"Corre..."

- Merda!- Aaron sussurou

Dei dois passos para trás e respirei fundo. Dei o terceiro passo, Stanley abriu a porta do carro. Dei o quarto passo e comecei a virar e me preparar para fugir.  Dei o quinto e último passo, e então Aaron saiu do carro

- Giovanni, calma...- Stanley falou calmamente

Ignorei totalmente a sua voz e dei as costas para ele observando a floresta densa e escura a minha frente. Não tive outra opção a não ser correr o mais rápido que podia dentro daquele conjunto de árvores

Meu coração estava acelerado e a minha cabeça latejava, mas eu não podia parar. Olhei para trás e eles vinham como dois lobos famintos, então acelerei os passos. Eu não podia deixar eles me pegarem, nunca!

A corrida se prolongava e os meus pés gritavam de cansaço e dor. Eu queria poder desistir de correr, queria que houvesse outra forma de fugir deles, mas a minha mente não achava outra forma.

LaVeyOnde histórias criam vida. Descubra agora