O coração de Michael ainda pulsava rápido, e Luke conseguia sentir isso já que o garoto estava deitado em seu peito. Clifford simplesmente não conseguia parar de sorrir e o outro tinha conhecimento disso.
— Isso foi incrível... — O rapaz de olhos verdes acinzentados fazia círculos imaginários pelo peito de Luke. — Você também gostou?
— Oh sim, mal lembrava de como era bom.
Michael apertou mais ainda a Luke, como se quisesse se certificar de que ele não sairia de onde estava. Luke apenas observava tudo em silêncio, preso em pensamentos.
As luzes do quarto estavam todas apagadas, a luz que iluminava o ambiente provinha das velas estrategicamente posicionadas pelo quarto, mesmo que Michael não percebesse, elas tinham um padrão, não estavam colocadas em qualquer lugar.
Clifford não queria falar nada, principalmente porque aquela era a primeira vez deles juntos, mas conseguia ouvir Luke sussurrando coisas incompreensíveis de vez enquando.
— Você fala como se estivesse sozinho há tempos...
Luke riu, era verdade, estava sozinho a mais tempo do que podia se lembrar, óbvio que já tinha tido alguns envolvimentos mas nada que durasse mais que algumas horas, ou que passasse de beijos e mãos bobas.
— O que te faz pensar que eu não estava? — Questionou, atento a cada movimento do loiro de olhos verdes.
— Bom... — Ergueu a cabeça para olhar nos olhos azuis que tanto o atraía. — Você me parece o tipo de pessoa que consegue o que quer, e não seria muito difícil seduzir alguém já que você tem o dom de cativar.
— Digamos que esteja certo, mas, eu não quis ninguém, não até agora. Você desperta coisas em mim que eu achei que não existissem mais.
Michael fez bico antes de voltar a sorrir e beijar rapidamente os lábios do cacheado.
— Pode ser que você use isso com todos, mas eu não ligo, você já me ganhou. Me ganhou antes mesmo do sexo, mas fazer amor com você reafirmou isso.
— Michael, eu não faço amor. Eu fodo. — Disse sério, puxando o mais novo para olhar nos seus olhos.
Algo nos olhos de Luke fazia Michael estremecer, tinha uma certa frieza ao mesmo tempo que fazia com que sentisse como se seu corpo esquentasse, tinha algo misterioso.
— Que se dane, acho que amo você. — Clifford disse sem quebrar o contato visual.
Hemmings sorriu de lado, era algo que ele não esperava ouvir, mas com certeza lhe deixou feliz.
— Nos conhecemos a pouco tempo e você me ama. Michael, nunca antes quis tanto ter um coração como quero ter o seu. — Luke colocou a mão sobre o peito do outro, fechando os olhos e sentindo o mesmo bater forte.
— Ele é todo seu. Eu sou todo seu.
— Espero que assim seja. — O cacheado abriu os olhos, girando e ficando por cima de Michael, o olhando com luxúria, mordeu o próprio lábio até sentir o gosto metálico de sangue, em seguida beijando o garoto ferozmente e lhe tirando sangue dos lábios rosados de Clifford, no entanto não separou do beijo.
— Michael. — Sussurrou. — Eu aprendi uma coisa, é uma declaração de amor. Quer fazer comigo?
O garoto assentiu freneticamente, sorrindo, sentindo-se mais que feliz.
— Coloca suas mãos sobre a minha, fecha os olhos e repete o que eu disser.
Assim Michael fez, Luke teve que virar as palmas das mãos do loiro para cima já que ele tinha entrelaçados os dedos na mão do cacheado.
— Se concentra, precisa ser sentido o seu amor. — O cacheado sussurrou a Michael.
Michael respirou fundo, tentando se concentrar, estava tão imerso que nem percebeu que mais uma vez Luke estava sussurrando coisas incompreensíveis muito baixas.
— “Sanguis sanguinem et corpus... — Hemmings sussurrou para o outro.
— Sanguis sanguinem et corpus — Michael repetiu com um pouco de dificuldade.
— ...meum trado volens si voluerint.
— meum trado volens si voluerint.
— mea vita, cor meum et animam
— mea vita, cor meum et animam
— ...meam traditi estis voluntatis.
— meam traditi estis voluntatis.
— extensio est ex me tibi...
— extensio est ex me tibi
— coniunctum per viam viatae et viam mortis.”
— coniunctum per viam viatae et viam mortis. — Michael repetiu por fim, permanecendo de olhos fechados.
Luke apertou suas mãos, antes de desenhar padrões imaginários no peito de Clifford e depois puxa-lo para si.
— Agora estamos conectados. — Luke disse, sorrindo largo.
— Eu não sei o que acabei de dizer, mas estou feliz por estarmos conectados.
— Acabaste de prometer-me amor eterno, ligando tua vida a minha, e foi de bom grado.
— Claro que foi de bom grado! Foi melhor que casamento, e espero que não se arrependa depois. — Clifford disse a última parte em tom de brincadeira.
— Espero que você não se arrependa, é um caminho sem volta. — Alertou.
— Duvido muito. — O loiro respondeu, voltando a admirar a beleza de Luke Hemmings.