03|confissões

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A curiosidade é a capacidade natural e inata, evidente pela observação de muitas espécies animais, e por nós, seres humanos

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A curiosidade é a capacidade natural e inata, evidente pela observação de muitas espécies animais, e por nós, seres humanos. Essa capacidade nos faz querer observar, investigar e descobrir. Em alguns casos, a curiosidade é precisa, pois nos traz conhecimento.

No entanto, a curiosidade matou o gato.

Jimin sucumbiu à sua própria vontade, mas nesse momento, se arrependia do feito. O relógio grudado na parede marcava exatamente uma hora e vinte e cinco minutos, os ponteiros faziam os ouvidos de Jimin reclamar pelo barulho irritante que produziam.

Tic, tac.

Parado no meio do corredor, ele sentia frio. Os músculos enrijecidos pelo vento gelado que entrava pela janela. Abraçou o próprio corpo e suspirou, o coração acelerado em curiosidade e ansiedade não o permitiam voltar para a cama nada confortável.

Era sua primeira noite em sua nova casa, e ele já queria fugir. Não se sentiu confortável em nenhum momento naquele lugar, era como se sentisse observado em todo canto. Tomar banho foi como um desafio, jurava ter visto algo no espelho embaçado, mas quando o limpou, não viu nada. Cogitou a ideia de chamar Yoongi para segurar sua mão enquanto fazia suas higienes, mas não queria atrapalhar o moreno que parecia estar exausto de arrumar tanta coisa em um só dia.

No jantar, o silêncio reinava, nada além do tilintar dos garfos era ouvido. Jimin sentiu o olhar de Jeon Wonho em alguns momentos, seu trauma veio à tona. Segurou a mão de Yoongi com força, que o acalmou com alguns sussurros.

Mas agora, rodeado pela penumbra da noite, no meio do corredor, sentiu vontade de chorar.

Tudo bem, poderia voltar para seu quarto e tentar dormir. O problema era que não conseguia. Era como se algo lhe chamasse, como se sua obrigação era estar ali e ponto.

Olhou para a escada, ao menos conseguia enxergar o final dela, apenas a luz da lua o iluminava ali. A casa toda estava escura, deduziu que todos estavam dormindo. Andou quatro passos e sentiu a coluna arrepiar.

Era como se algo sussurrasse em seu ouvido palavras desconexas. Inclinou a cabeça. Quanta bobeira, não existia outra pessoa além de si naquele lugar. Pelo menos, era o que pensava.

Mais três passos e chegou até a porta misteriosa. A cor azul parecia estar escurecendo. Se perguntou se o filho dos Jeon's estaria ali dentro, mas descartou a possibilidade, não viu a criança em nenhum momento naquela casa, não a escutou. Estavam em período de férias, o filho poderia passar com seus avós, certo?

Passou o indicador pela porta suja, sentiu novamente o arrepio e observou o boneco de bochechas rosas balançar perante ao vento. Mas o boneco não parou, balançou de um lado para o outro no mesmo tempo do tic tac do relógio.

Não evitou a curiosidade, encostou o ouvido na superfície gelada, conseguindo ouvir algo arrastando com dificuldade dentro do quarto. Havia alguém ali?

DEMON †Onde histórias criam vida. Descubra agora