segundo.

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6:30 PM ── Seul.

Kim Taehyung era um homem curioso

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Kim Taehyung era um homem curioso. Em vida, adorava aprender. Mas em morte, tudo se tornava incerto e perigoso. Se aproximar de uma pessoa podia acabar de maneira terrível. Mas, acreditava no destino, em sinais e linhas vermelhas¹. Não podia vê-las, mas Jung parecia ter a continuação de sua linha invisível. A sua curiosidade transbordava em níveis inimagináveis quando se tratava do homem colorido que havia visto na cafeteria.

Seu mundo pobre e sem cor e o mundo de Jung Hoseok que parecia como um parque de diversões nunca visitado pela morte. Ele sempre quis ir na montanha-russa do parque que tinha no centro da cidade. Comer um algodão-doce. Sentia, no fundo do coração que não batia, que Hoseok podia lhe proporcionar algo novo. Mas... E se?

Nunca havia tentado aquilo, era apenas se aproximar e acabar com a vida inexistente. Nunca havia... Sentado, conversado... Tentado entender. Mas e se...? E se o destino tivesse o colocado para simplesmente reconhecer o amor e deixar a dor?

Quando notou, estava seguindo o cheiro agridoce. O colorido morava em pequena casa que se localizava em uma calma rua de Seul, os móveis eram velhos ── Hoseok os defenderia dizendo que não são velhos e sim ‘vintage’ ──, entretanto tinham cheiro de baunilha.

O Kim atravessou a porta e aconteceram duas coisas: primeiro, perguntou-se como Hoseok tinha coragem de não trancar a porta, afinal, qualquer um poderia entrar, inclusive a morte. Segundo, sentiu-se em casa, sentiu como se pertencesse àquele lugar.

Não obstante, sentou no sofá e relaxou as costas, soltando um longo suspiro entre os lábios semi abertos. Fazia tempo que não descansava e mesmo a morte sendo ela, precisava disso. O corpo cedeu para o lado, sua mão agarrou uma pequena almofada cor de creme e a abraçou, em seguida seus olhos fecharam.

── Você parece cansado, querido... ── uma voz soou um pouco distante de si. Era gentil e isso fez que seu corpo relaxasse um pouco mais no sofá marrom. ── Deve estar se esforçando muito, mas... Por favor, não se esqueça de se cuidar.

Os olhos negros foram abertos rapidamente, como se ele acabasse de acordar de um pesadelo. Estavam presentes naquela pequena sala apenas a morte e o silêncio, nada e ninguém além deles.

Talvez outra memória perdida, Kim pensou consigo.

Com a vontade inexistente, levantou-se do sofá e partiu em retirada para as escadas que o levaria para o segundo andar, que o levaria para o seu menino colorido.

Kim Taehyung teve que se apegar aos cheiros, pois seus olhos nunca foram capazes de distinguir cores além do preto e do branco. Ele conhecia o cheiro dos sentimentos ── sejam ruins ou bons ── de longe. Seus pés se recusaram a continuar mais uma vez, o cheiro de baunilha se dissipou e agora os sentimentos de Hoseok entravam em seu peito com selvageria, foi difícil aguentar, faltou fôlego, faltou coragem. Tristeza. Dor. Saudades. Hoseok estava machucado.

vermelho e azul || vhope || Livro 01.Onde histórias criam vida. Descubra agora