Novidades a caminho

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Aqui estamos, no primeiro dia de aula em mais um ano, nem acredito que contínuo nesse lugar mequetrefe. Eu não gosto daqui e é basicamente isso. As pessoas, o ambiente, tudo é muito puxado, muito cansativo, me estressa e desgasta, e tudo isso ainda tinha de ser pago!
Eu queria muito ter ido pra uma escola pública. dizem que lá tem aulas vagas, que o ensino não é lá essas coisas, já sei também da bagunça exagerada e tudo mais, porém, é algo superficial pra mim, mas para os meus pais não. Eles disseram que os privilégios da particular, sua qualidade de ensino e até a postura das pessoas é melhor, mas por mim tanto faz, pois nunca liguei pra nada disso. O importante para mim é estudar, fazer a faculdade e me formar, pois o que eu gosto esta dentro do meu quarto: aquele lugar quentinho e confortável, cheio das minhas revistas de romance yaoi, dos meus animes e mangás favoritos.
Porém, a vida não depende só disso, tem muitas outras coisas que eu gosto e que eu quero para mim, e se ter que vir a esse lugar todo santo dia só para realizar cada um desses sonhos, eu vou vir!
De repente, surge uma voz do meu lado, junto a uma mão parada na minha frente.

-Nancy? Tu ta bem? Ta morrendo ou só se drogou como de costume? - Disse Vênus, a pessoa que me cumprimentava com mais uma de suas piadinhas infames e sem noção.
-Ah, oi. Não, eu só tava brizando, pensando nos meus senpais. - Disse batendo na mão dele.

De repente, ele me abraçou com força e me rodou no ar, me colocou no chão e disse:

-Senti sua falta nessas férias, eu queria ter te visto antes. - Falou com certa timidez, ficando corado.
-Ah... Que legal.

Então ele se virou e passou por mim para cumprimentar o resto do pessoal de trás, que ficaram tirando sarro da cara dele.
Algo que me causou muita estranheza é sua mudança de comportamento. Aparentemente, não parecia demonstrar qualquer emoção impensada, estava focado e sério, não sei qual o propósito de tudo aquilo, mas não parecia ser um teatrinho para impressionar ninguém, era dele mesmo, estava mudado desde que o conheci, nem parecia ser mais o mesmo idiota do começo do ano passado.
Mas algo que realmente me deixou de cabelo em pé no inicio desse ano foi uma conversa por aplicativo me pegou totalmente desprevenida, um anônimo simplesmente disse que gostava de mim, e depois sumiu. Não entendi nada, nem quem, nem o porque, não sabia qual suas intenções , o que houve, se era só passageiro ou uma brincadeira maldosa e sem graça, era difícil e confuso de tentar raciocinar sobre isso. Eu não entendo o que houve, mas já deixei claro pra quem quer que fosse que não gosto de ninguém, e acho que foi até bom.
Meu único medo é ter afetado a pessoa. Sei o quão frágil pode ser uma palavra mau compreendida, e no caso de ser alguém com problemas psicológicos é ainda mais complicado.
O raciocínio dela foi desmanchado quando Marita chegou perto dela para conversar.

-Oi, você ta legal? - Disse ela enquanto guardava seu livro na mochila.
-Eu to sim, só estou um pouco pensativa.
-Ata. Quer conversar sobre?
-Não é nada demais, é só que... - Naquele momento, até pensei em dizer o motivo, mas algo me dizia que não parecia ser boa ideia. Isso porque Vênus e Marita já tiveram uma conexão muito forte, porém confusa, e isso não acabou da melhor forma possível, o que resultou num certo abalo entre a amizade dos dois. - É só que eu não dormi bem essa noite, andei tendo pesadelos estranhos, mas nada com que se preocupar.
-Se você diz...

Logo, um homem negro com cara de buldogue ranzinza entrou na sala. No braço direito, ele segurava apostilas e matérias como um estojo de madeira, que continha gizes, e um estojo comum, com lápis e canetas, e uma régua entre eles. Na outra mão, um pacote de coxinhas cheias de óleo. Seu apelido era JC.

-Bom dia a todos, que de bom não tem nada, e na verdade é só para alguns mesmo. - Disse ele em tom satírico, dando sua risada lenta e comum. - Bom, nesse bimestre nós já iremos começar com pau no lombo sem massagem, porque eu não quero que aconteça o mesmo desastre catastrófico do ano passado, que, na minha mais sincera opinião, foi uma verdadeira merda, mais precisamente, o elemento cobre.

Doce OrgulhoOnde histórias criam vida. Descubra agora