Interesses em comum

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-Eu vou te matar Vênus! - disse Nancy com euforia.
-Haha, pode até tentar, mas terá de me alcançar primeiro! - disse enquanto corria com velocidade total.

Com a faca na mão, usou toda sua habilidade pra alcançar o garoto fujam. Todos olhavam a cena em pânico, mas não podiam fazer nada a respeito, naquele momento era o duelo dos dois, entre caça e caçador. Os instintos se focaram com total brutalidade sobre a presa, e, quase como em um salto, lhe alcançou. O mesmo adentrou na casa pela janela, quebrando o vidro e se machucando, enquanto a porta era arrombada com um chute violento. A feição dela dizia tudo: sua sede de sangue era incontrolável. Ele tentava se arrastar para longe, mas já era tarde, sem qualquer escapatória, foi agarrado pelo pescoço e levantado do chão.

-Há, eu disse que ia te matar, não disse?
-Por favor, não faça isso... Deve haver outro jeito de se retratar...
-Não existe outra forma, o que você me fez é imperdoável. AGORA MORRA!

Aproveitando o discurso dela, ele sacou um canivete e enfiou em sua garganta. Com dor ela o jogou no chão, fazendo ele bater as costas e perder todo o ar. Tirando o canivete do pescoço, pisou no seu peito com força e olhou no fundo dos seus olhos.

-V-você vai precisar de m-muito mais para me deter!

E assim, enfiou a lamina na sua barriga, girou e puxou suas tripas pra fora, sem qualquer remorso de ver seu fim cruel.

-O assassino venceu! - disse o computador.
-Yeaaaaaaah! Há, chupa essa, eu sabia que iria ganhar! - Gritou Nancy para Vênus na chamada de voz.
-Ah, tanto faz. Pelo menos eu fui o último sobrevivente, e quase ganhei.
-É, você jogou bem. Mas a vitoria já era minha. Admita, eu sou foda.
-Ta bom... Tu é foda.

A garota sorria com orgulho de sí, essa foi a primeira vez que jogou aquele jogo como o assassino. Na verdade, não fazia muito tempo que tinha aprendido a jogar aquilo, e estava satisfeita com seu ótimo desempenho.

-E ai, quer jogar outra coisa? - perguntou para Vênus.
-Sei lá, a gente podia ver outra coisa pra fazer em vez disso. - respondeu em um tom meio diferente.
-Tipo?
-Podiamos só conversar. Se você quiser é claro.
-Pode ser.
-Ok.
-Então... Quer falar sobre?
-Bem... Não sei se é a melhor hora para te perguntar isso, mas a vontade ta me matando. Quer sair comigo na quarta?
-Sério?
-É. Mas se não quiser, tudo bem.
-Eu aceito, mas com uma condição.
-Qual?
-Tem que ser em grupo.
-Bom, Seu desejo é uma ordem, estou de acordo. Mas afinal, quem é o que que irá conosco?
-Hihihi! É o Luca e o Will.
-Tudo bem então - disse dando uma pausa pra pensar um pouco na situação, e supôs que fosse como um encontro de casais - Onde podemos nos ver?
-Ah, pode ser no shopping. Podíamos pegar um cinema, ou sei lá.
-Boa ideia! A que horas?
-As uma da tarde, pode ser?
-Pra mim esta perfeito.
-Ótimo!
-Mas seus pais não vão reclamar não?
-Reclamar do que?
-Sobre esse negócio de você estar saindo pra um cinema com um garoto.
-Deixa de ser besta. Meu pai pode ser ciumento sim, mas eles não me privam de sair, principalmente em grupo.
-Ufa, menos mau. É que quando foi no ano passado, a Marita me convidou para sair com seu amigo, mas deu um bolo em nós dois, e depois eu fiquei sabendo dos motivos dela poder sair e tudo mais...
-É, eu lembro disso, achei mancada da parte dela, por mais que a intenção fosse tentar deixar você e o menino a sós.

Um momento de silêncio intercedeu entre eles, ambos ficaram ouvindo somente a suas respirações, suaves, lentas, calmas e alegres.

-Quer voltar a jogar? - perguntou para Nancy.
-Lógico! Qual o jogo desta vez?
-Vamos pegar um que de em dupla, fica mais divertido.
-Por mim, tudo bem.

E assim passaram o resto da noite, entre jogos e conversas aleatórias. Compartilharam pensamentos, músicas que gostavam, algumas coisas que lhes faziam rir, e outras que sentiam. Ambos finalmente estavam se abrindo um ao outro, criando uma conexão mais e mais intensa, deixando florescer o sentimento.

Doce OrgulhoOnde histórias criam vida. Descubra agora