ɴɪɢʜᴛᴍᴀʀᴇ

40 2 2
                                    

• "Os monstros não estão em baixo da sua cama...estão na sua cabeça.''

- Ei! Acorda! Por favor! Estou ouvindo barulhos lá embaixo...! - meu irmão me acordava, com uma expressão assustada e prestes à sair do controle, mas espera eu lembro disso...é mais um daqueles pesadelos!
- O que...o que está acontecendo? Deve ser o vento...volte a dormir... - me viro novamente, ainda com um pouco de sono, mas ele insistia, me cutucando ainda com uma expressão de desespero.
- Por favor...eu ouvi a mamãe chorando... - percebi sua voz ficar trêmula.
- E-ei não chore...vamos ver logo o que é isso...

Me levanto da cama ainda um pouco sonolenta, pego na mão de meu irmão e vou em direção ao corredor que dava aos quartos e a escadaria da casa, a porta de nossos pais estava aberta...estranho. Então, andei mais um pouco e começei a descer os degraus ouvindo barulhos nos fundos da casa. Depois de me aproximar mais um pouco, consegui ouvi a voz de nossa mãe pedindo ajuda e gritando, minha feição mudou de desconfiança para completo pavor, pedi para que o garoto ficasse ali, eu tinha certeza de que ele não devia ver o que viria em seguida.
Abri a porta dos fundos e me deparei com a cena que mudaria minha vida para sempre.

- O que está a-acontecendo aqui? - digo aterrorizada, observando meu pai apontar uma de suas armas no rosto de minha mãe, sua espingarda preferida.
- T-tira isso da cara dela, a-agora!
- F-filha! Meu b-bem...saia daqui, isso vai acabar logo, eu prometo... - ela me dizia com um sorriso forçado e lágrimas caiam sob sua bochecha antes sempre corada, agora com gotas de sangue e marcas de corte.
- Não mãe, não vou deixar que o papai faça isso com você! - dou um passo pra frente, ouço apenas meu pai apertar o gatilho.
- Por f-favor pai! Não pode ser assim, as coisas não se resolvem assim! - começo a me aproximar vagarosamente.
- E-eu não aguento mais tudo isso! Eu não aguento mais vocês! - ele solta um grito histérico, nunca havia visto aquela olhar maléfico e frio antes, não era meu pai. Então, com frieza em seus movimentos, ele dispara dois tiros na moça apavorada. - M-mãe...? - observo aterrorizada a cena. Eu acabara de ver minha mãe ser morta na minha frente pelo meu próprio pai.

- SEU DESGRAÇADO! P-por que tudo isso??? S-seu merda... - sinto o ódio tomar conta de meu corpo e vou pra cima, ele estava prestes à atirar, lágrimas corriam descontroladas pelo meu rosto, apenas consegui fechar meu olhos, esperando o que seria um final trágico.
- DEIXA ELA EM PAZ! - era ele...o garoto que eu pensava ser medroso e calmo, meu irmão, estava agora em pé, segurando uma das armas mais importantes para nosso pai, uma calibre 38 de sua coleção. - T-TIRA ESSA ARMA AGORA DA CARA DELA SEU CRETINO!
- Hehehe...você nem sabe atirar com ela garoto, me dê ela aqui e assista a morte de sua irmã... - ele dizia de forma fria e soltava mais uma daquelas risadas que pareciam torturar os ouvidos.
- E-ed...eu te mandei ficar lá fora! N-não fique aqui...por favor, entregue logo a arma pro papai! - eu dizia em meio a lágrimas e suspiros.
- Tudo bem, eu vou...m-me perdoe- ele se aproxima de mim e me abraça fortemente, percebo um sorriso leve em seu rosto por pouquíssimos segundos. - Queria me despedir de minha irmã...e de você...
- Bom garoto...
- SANIDADE! HAHAHAHA... - Ed dispara diversos tiros contra nosso pai, com uma risada que eu jamais ouvira e que de certa forma me enchia de adrenalina.
- Pronto m-maninha...ele era apenas um obstacúlo...está tudo bem agor...
- SEU FILHO DA PUTA! - pego uma faca que estava apoiada no balcão e começo a desferir facadas no corpo já morto. - ESPERO QUE ESTEJA BEM ACONCHEGANTE...NO INFERNO!! - solto a faca depois de alguns segundos e antes que eu caísse no chão sinto Ed me segurar.
- Está tudo bem agora... - ele sorri pra mim, enquanto seus olhos marejavam. - F-finalmente à s-salvo... - e meus olhos acabam por se fechar.

E-eu sabia era mais um pesadelo...

Irmãos de sangueOnde histórias criam vida. Descubra agora