sɪʙʟɪɴɢ

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• "Eu queria lhe matar, mas você é linda demais pra morrer..."

Após mais um desses pesadelos costumeiros, abri meus olhos e lá estava eu naquele mesmo apartamento alugado, velho e por pouco não sujo, por conta da boa força de vontade de Ed. Depois de criar nem que seja um pingo de coragem, me levanto e vou até o banheiro, pego a toalha e me olho no espelho, mostrando uma garota de olhos negros, de cabelos brancos e bagunçados em seu rosto, sem nenhuma expressão aparente, sorri de canto e me sento na banheira, já cheia. Após o banho, me enxugo e vou até o quarto novamente, colocando uma roupa qualquer que fosse de meu agrado.

Chego na cozinha, no lugar pairava um cheiro do que parecia ser de pão fresco e café já feito.

- Teve outro pesadelo maninha? - Ed, estava apoiado no balcão, segurando uma xícara e bebendo o café quente que continha na mesma, seus cabelos brancos da mesma maneira que o meu, caiam sobre seu rosto escondendo alguns cortes já cicatrizados.
- Uhum... - me aproximo do garoto, lhe dando um abraço apertado. - Por que eu tenho isso...?
- Eu realmente não sei...mas agora vá tomar seu café, fiz com o maior carinho do mundo! - ele diz com um sorriso gentil em seu rosto e me direciona à uma das cadeiras.
- Não precisava de tudo isso Ed...mas obrigada. - sorrio e começo a comer.
- Claro que precisava, depois de nosso último assassinato! Foi íncrivel! - Ed fala com orgulho em suas palavras.
- É mesmo, admito que você fez aquilo dar certo... - me levanto da cadeira, com um sorriso de canto no rosto, vou em direção à pia, passando ao seu lado, digo em seu ouvido, com uma risada baixa.
- Vamos ver quem vai ser o melhor na próxima vez...hehe. - percebo um sorriso crescer em seu rosto.
- Maninha...minha querida Mary...não é porque você é minha irmã mais velha, que sempre vai ser a melhor... - Ed, em um movimento rápido, retira uma faca da gaveta e apenas ameaça. - Me entendeu...? Ainda não me esqueci do que você fez comigo... - ele mostra uma cicatriz chamativa em seu braço.
- Eu posso fazer muito pior Ed. - digo com um sorriso cínico, logo interrompido por uma risada inesperada e pertubada de meu irmão.
- Pobre Mary...eu poderia enfiar essa faca agora mesmo em seu pescoço...mas eu vou? Nã...
- Se você está se achando tanto assim, me mate logo! Tente viver sem mim... - me levanto em um ato brusco, gritando com Ed, o mesmo vem rapidamente em minha direção, faltando pouco para atingir meu pescoço, ele para e sorri.
- Eu queria poder lhe matar maninha...mas você é linda demais pra morrer... - ele passa sua mão fria em meu rosto e me distancio.
- O-ok...você não iria conseguir viver sem mim mesmo hihi - sorrio e bagunço o cabelo do garoto.
- Ei! Ah com certeza, eu não conseguiria viver sem essa pulguinha atrás da minha orelha todo dia. - ele aperta minha bochecha fortemente.
- Isso machuca! Eu já sei que você me ama..ok? - sorrio.

Após esse calmo e convidativo café da manhã, nos direcionamos para nossa sala de armas, lugar onde passavamos maior parte do tempo, vendo novos casos de assassinos que iremos matar, apreciando as belas coleções e tipos de armas que tínhamos. Eu simplesmente amava cada canto daquele lugar.
Antes que meus pensamentos me levassem para bem mais longe, ouvi o computador vibrar e a imagem de um rapaz encapuzado aparece:

→ Nome: Mike ???
→ Idade: 22 anos.
→ Número de vítimas: 10.
→ Local: Casino Bellagio.
→ Arma: Uma faca e duas calibre 38.
→ Aparência: Cabelos claros, quase em tonalidade branca, moletom preto, sempre encapuzado, calça longa jeans e um all star.

- Esse cara me parece familiar, vamos tirar essa vida tão jovem que acabara por ser miseravél... - digo com um sorriso, estalando meus dedos.
- Agora que você disse, esse babaca parece mesmo com alguém familiar, Mike...não pode ser, suas armas... - Ed me olha confuso com suas próprias palavras.
- Mike é nosso primo...já faz tanto tempo...nem reconheci a cara dessa criatura, e pelo que eu vejo, anda fazendo bastante merda, no mesmo estilo do papai. - sorrio e me viro para Ed.
- Esse vamos caprichar... - ele segura minha mão me ajudando à levantar da cadeira.

Assim, terminamos de confirmar as informações de Mike e começamos os preparativos para nosso próximo assassinato.

Irmãos de sangueOnde histórias criam vida. Descubra agora