Leão e Fogo

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Antes de acabar o ano, gostaria de abrir meu coração e fazer uma coisa importante, pelo menos para mim

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Antes de acabar o ano, gostaria de abrir meu coração e fazer uma coisa importante, pelo menos para mim. Quero exorcizar esse sentimento, que me corrói a tanto tempo, dilacera meu juízo, engana minha mente imaginativa com situações perfeitas, e faz meu coração pesar, falhar uma batida, acelerar.Aqui, tratarei você não pelo que você realmente é mas sim como eu me . Quero deixar registrado, ainda que você nunca vá ler, o que eu sentia... A quem eu quero enganar? Ainda sinto. Deus!, ainda sinto depois de tudo.


É importante saber o motivo de eu escrever este texto: sonhei com você, P. Mas não um sonho bobo qualquer.No sonho te mandava uma mensagem corajosa — somos tão corajosos nos sonhos! Ahh,  como gostaria de ter sido na vida real — simples e objetiva: queria fotos suas. Não fotos simples, mas sim fotos íntimas — nudes — mesmo sabendo que a resposta seria não. Mas, para a minha surpresa (os sonhos sempre nos surpreendendo), você enviava quase uma dezena delas... Infelizmente, enquanto escrevo, a maioria se tornou fumaça, impossível distinguir detalhes. Mas sei que eram pornográficas e de qualidade — pena não serem reais.

Acordei quase num sobressalto, com o coração acelerado, a cabeça a mil, e uma certeza: o sentimento que nutri por você — e que pensei ter sufocado — ainda existe. Meu subconsciente (será só ele?) ainda te deseja. E eu não quero mais sentir esse sentimento, essa necessidade de você. Não quero mais sofrer, e nem te fazer sofrer; queria confessar pessoalmente, mas sinto que nunca acontecerá. Não da minha parte, mas da sua. Estou, sim, atribuindo a você parte da culpa. Já explicarei o motivo.


É engraçada a nossa "relação". Nunca vivi a situação de ser tão próximo e ao mesmo tempo tão distante de alguém. Quis e não pude ter você; e no jogo de gato e rato que minha mente bolou, acabava aos poucos com a minha sanidade. "Que jogo?" você pergunta. O jogo silencioso e destrutivo cujos árbitros eram minha percepção deturpada e minha baixa autoestima. Você nunca soube da existência desse jogo, mas nós dois éramos participantes ativos dele.

1) Estar perto de você, e, diante de uma reação negativa sua, sentir que eu estava incomodando e me afastar;

2) comigo afastado, era sua vez de se aproximar, e voltávamos ao passo 1.

E nesse jogo doentio, perdido em meio ao que eu sentia a seu respeito, tentando entender o que eu sentia, e corroído pelo ciúmes de te ver cercado de pessoas, tão a vontade e falante, como não era comigo, quis te mostrar lições. Que idiota eu fui. Quis te machucar, direcionando a você minha raiva, e não à minha mente — a verdadeira culpada — , mas, no fim, eu é que acabava me machucando. O sentimento de solidão foi se tornando, aos poucos, meu companheiro junto ao desejo, à inveja e ao ciúmes. Poderia ter aberto meu coração a você, exposto logo o que eu sentia, mas com seu jeito sempre reservado, quase lacônico, eu não via meios de tratar dessas questões — e nem queria, na verdade. "Por que tratar de como eu me sentia se você não fazia o mesmo comigo?". Mas ao mesmo tempo em que pensava isso, meu anjo bom dizia ao pé do ouvido: "você está sendo injusto. Esse é o jeito de P." e, com isso em mente, o tempo foi passando, e a solidão crescia junto ao desejo. Mesmo sabendo ser errado e impossível, alimentei os sentimentos amorosos que sentia — vendo agora, acho que isso só serviu para potencializar, afinal, tenho um fraco para histórias assim, com amores impossíveis. Desejei mais que tudo te conhecer, romper finalmente o gelo; me sinto um grande idiota agora, mas confesso que uma das minhas grandes fantasias com você nem de longe era sexual: imaginava o dia em que, numa conversa casual, você abrisse finalmente o coração, mostrasse confiança em mim ao tratar de questões sentimentais íntimas — passaríamos horas trocando confidências, sonhos, medos, e o que mais surgisse, de forma tão natural como o curso da água de um rio — sem que eu fizesse um interrogatório de perguntas abertas e você, contrariando o que eu li nos livros de autoajuda, respondesse, quase sempre, laconicamente.

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⏰ Última atualização: Dec 27, 2019 ⏰

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