| III |

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Foram para o hospital assim que a policia terminou de registrar o que tinha acontecido. Quando chegaram, souberam que Adolf ainda estava na sala de cirurgia, pois as facadas conseguiram perfurar o pulmão e o fígado. Logo, o procedimento era delicado e demorado.

Susan ficou sentada em um dos bancos, desolada. Mesmo que Zack se esforçasse para consolar a mulher, ele compreendia que sua mãe ainda sentia culpa pelo que aconteceu e a coisa só pioraria se... Não, não poderia pensar nisso. Seu pai sairia de lá e ficaria melhor logo.


- Doutor! - Susan sentiu uma pontada de esperança - E como está Adolf?

- Então a senhora é a esposa dele?

- Sim. E este é nosso filho, Zack.

O garoto cumprimentou com um aceno de cabeça, sem deixar de analisar a expressão do médico. Ao contrário do sentimento da mãe, ele sentia o ódio voltando, juntamente com um vazio em seu interior.

- Fizemos o possível, mas não pudemos salvá-lo. Sentimos muito mesmo.

A mulher recomeçou a chorar e, dessa vez com razão. Zack começou a entrar em crise por não controlar a onda de sentimentos negativos que nasciam e saiu correndo do hospital sem dizer nada. Correu até estar cinco quadras longe e esbarrou em um rapaz de cabelos longos e castanhos de olhos coloridos.

- Me desculpe. - ele disse para o estranho.

- Tudo bem. Na verdade, eu estava justamente atrás de você.

- De mim? Desculpe, mas não o conheço.

- Meu nome é Nathan. E vim aqui a pedido do meu mestre. 

Zack ia se afastar, achando que aquele cara estivesse tão louco quanto ele. Porém, Nathan o segura pelo braço e o leva até o parque, que estava deserto por conta da neve.

- Eu sei o nome daqueles que mataram seu pai.

Isso foi o bastante para chamar de vez a atenção do garoto.

- O cara de jaqueta se chama Masky. Ele trabalha para o cara alto e sem rosto. O nome dele é Slenderman e tudo indica que ele queria que você fosse servo dele também.

- Trabalhar para aquilo? Nem morto.

- Eu sei disso. Zalgo, meu mestre, conseguiu perceber o enorme ódio que você tem pelos dois e pode te ajudar a se vingar. Mas isso tem um preço.

- Que preço é esse?

- Trabalhar para ele pelo resto da vida. Não pode mais ver sua mãe e nem voltar para casa.

Zack estava pronto para aceitar, contudo hesitou ao se lembrar de Susan. Imaginou o quão arrasada a mulher ficaria pelo desaparecimento dele também e ficou sem saber o que fazer.

- E então?

- Eu aceitaria, mas não posso deixar minha mãe assim.

- Podemos dar um jeito nisso. Zalgo pode apagar as memórias dela sobre você. Assim ela não vai sofrer pelo seu desaparecimento.

- Posso confiar em vocês?

- Mas é claro. Aquele poste é nosso inimigo há muito tempo.

- Então... - o garoto engoliu em seco - Eu aceito.

- Perfeito. Mas tem uma coisa: meu... Quer dizer, nosso mestre não aceita seus servos se estão vivos. Só Slenderman faz isso. Antes, você tem que dar um jeito de morrer.

Onde está com a cabeça, Zack? O pouco de juízo que ele tinha gritava em sua mente enquanto caminhava até o lago congelado. Estava indo na conversa de um estranho maluco, mas se tinha uma chance de vingar seu pai, então era o suficiente. Nathan ajudou a quebrar o gelo do lago, que ainda não estava tão espesso.

- Te vejo em breve, garoto.

Zack afundou nas águas gélidas e ignorou a necessidade de respirar. Logo, estava morto tanto por hipotermia quanto por afogamento.

Chaos | Zalgo's ProxyOnde histórias criam vida. Descubra agora