Tiroteio

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No dia seguinte, Santiago acordara com alguns selares que seu esposo distribuía em seu rosto. De imediato sorriu e abriu os olhos com certa dificuldade já que a claridade batia contra seu rosto.

Sentia-se ainda mais feliz com a noite que tiveram ontem. Jake fora tão carinhoso e atencioso. Recordou-se de suas mãos entrelaçando-se a medida que ele se movimentava dentro de si, das juras de amor que ambos trocavam, dos toques precisos e cautelosos do detetive sobre si... De tudo.

— Bom dia, Ames. Trouxe seu café da manhã. — Peralta anunciou com um sorriso leve nos lábios. E que fora retribuído assim que a sargento observou a bandeja ao seu lado da cama repleta de comidas saudáveis.

— Por céus, que cheiro maravilhoso. Não é possível que você tenha cozinhado tudo isso.— Amy declarou, arrancando uma expressão de indignação do outro.

— Como assim minha própria esposa desconfia dos meus dotes culinários?

— Estranho seria se eu não desconfiasse. — Responde rindo, o que faz Jake revirar os olhos.

— Você realmente me conhece. — O detetive ri. — Eu fiz apenas o café, o resto comprei agora a pouco.

— Você é o melhor marido do mundo, sabia? — Amy diz enquanto se levanta da cama sem ao menos de importar de mostrar sua nudez. Em seguida caminha até o banheiro e escova os dentes antes de voltar para a cama e começar a comer o café da manhã que Jake preparou.

— Você merece o melhor de mim.

Santiago sorri. Jake Peralta realmente sabia como deixa-lá sem palavras. E gostava disso. Gostava da sensação de acordar, observa-lo e sentir o mesmo frio na barriga que sempre esteve presente em si desde o primeiro encontro que eles tiveram no terraço de um prédio há alguns anos atrás. Gostava de como ele tinha facilidade de fazê-la rir. De como ele esquecia de tudo quando assistia Duro de Matar pela milésima vez. Gostava de Jake, principalmente, por ele ser ele mesmo.

Amava Jake como ele era. Com todos os defeitos e qualidades. Com toda sua imaturidade. Com todas suas inseguranças.

— Vai para a delegacia hoje? — O próprio interrompe seus devaneios.

— Hoje não. Preciso comprar algumas roupas, as que tenho quase não cabe em mim. — Explica e ele assente.

— Quer que eu vá com você?

— Não é necessário amor. Vai ser rápido.

Jake assinala positivamente com um gesto rápido e espera sua esposa terminar de comer para lavar os utensílios sujos que sobraram. Logo após voltou para perto da mesma apenas para se despedir com um beijo cauteloso nos lábios.

(...)

Capitão Holt observava todos os passos de Jake na delegacia. Tentava captar cada detalhe crucial para tentar descobrir alguma pista em relação ao plano do detetive no Halloween que se aproximava. Já tinha seu plano em mente e recordou-se do mesmo enquanto aguardava o comandante ligar novamente.

Jake percebia os olhares do capitão e sabia que ele tentava descobrir o que o mesmo estava planejando para o Halloween. Já estava praticamente tudo pronto. E estava ansioso pra botar em prática e novamente ganhar de Holt. Mas agora não era hora pra isso.

Era um dia agitado na delegacia, a cada hora chegava uma denúncia diferente. Alguns prisioneiros fugiram do presídio há algumas horas e os detetives trabalhavam em uma estratégia para pegar todos. Rosa preparava as armas e Terry a ajudava enquanto Jake e Boyle procuraram algumas pistas que pudessem ajudá-los.

No rádio que ficara na mesa de Scully o radialista noticiava sobre o ocorrido e prescreveu que os nova iorquinos ficassem em suas casas. Pelo menos até a polícia conseguir prender a maioria dos presidiários.

"Notícia de última hora: Uma mulher grávida está sendo feita de refém por um dos bandidos. Pelo relatos de algumas testemunhas, o bandido saiu de uma loja de roupas para grávidas já imobilizando-a pelo pescoço e com uma arma na cabeça da mesma. Os policias tentam entrar em acordo com o presidiário. Ainda não temos informações sobre a identidade da vítima."

Peralta congelou. Seu coração disparou abruptamente e se não se segurasse em Boyle, teria caído. Não poderia ser...

— Jake? O que aconteceu? — O amigo indagou preocupado.

O detetive não respondeu. Pegou seu celular em uma rapidez até impressionante e discou o número de Amy. Mas ela não atendeu.

Ligou novamente e dessa vez esperou o máximo possível. E novamente ela não atendeu.

Jake se desvincilhou de Charles e adentrou no escritório de Holt sem ao menos bater na porta. O amigo o seguiu ainda confuso pelo comportamento do outro.

— Eu preciso da sua autorização para sair daqui. — Disse. Sua expressão aflita indicou que o mesmo não estava nada bem.

— O que aconteceu, Peralta?

— A Amy está sendo feita de refém. Preciso ir resgatá-la.

— Como assim? — Charles perguntou surpreso.

— Só pode ser ela. Ela saiu pra comprar roupas porque não tinha mais nenhuma que coubesse nela. Tentei ligar pra ela milhares de vezes mas ela não atendeu.

— Jake, não temos nenhuma confirmação que seja ela. — Holt dissera. — Eu vou descobrir a identidade da refém. Mas até que isso aconteça, você ficará aqui.

— Sinto muito Capitão, mas não posso ficar aqui enquanto minha mulher e meu filho podem estar em risco. — Contrapôs.

— E você pode pôr ambos ao risco se for pra lá. Já temos os melhores policias no local, Jake. Eles vão contornar essa situação. Confia em mim.

Mesmo a contragosto, ele assentiu. Ficara o tempo todo ali com Holt. Atreveu-se até a orar. O tempo passava e a angústia que ele sentia só aumentava.

Torcia tanto para que Amy ligasse e dissesse que tinha saído daquela loja há tanto tempo e que sua bateria tinha acabado. E que tudo aquilo fosse apenas um pesadelo.

Porém, novamente a voz do radialista ecoou pela delegacia. Que agora encontrava-se silenciosa. Todos oravam para que Amy ficasse bem.

"Houve trocas de tiros com a polícia. Infelizmente a vítima, agora identificada como Amy Santiago Peralta, fora atingida. Não sabemos o estado de saúde da mesma e do bebê. O bandido ainda não identificado foi morto e a vítima está sendo encaminhada para o Hospital..."

Jake não conseguira escutar mais nada. Em questão de segundos estava correndo em direção ao elevador.

Era culpa dele. Deveria ter insistido para ir junto com ela. Deveria ter protegido sua família.

Seus amigos rapidamente adentraram no elevador junto consigo. Apesar de tentar manter-se firme, o detetive queria chorar. Ele tinha falhado. E jamais se perdoaria por isso.

— Jake... — Capitão Holt tentou consola-lo, mas o mesmo se esquivou.

— Eles vão ficar bem. — Charles afirmou.

Mesmo querendo acreditar nisso, Peralta não conseguia. O medo de perder sua família o consumiu e jamais se perdoaria por isso. Deveria ter desobedecido Holt. Porque talvez Amy e o bebê não estariam entre a vida e a morte. Mas agora ele carregaria essa culpa pra sempre.

(...)

Ooi, como vcs estão? Espero que bem.

Mil desculpas pela demora. Espero que o Natal de vocês tenha sido maravilhoso e que o Ano Novo seja melhor ainda. Obrigada por todo o carinho <3

Agora eu estou de férias antes de começar a faculdade e tentarei atualizar mais.

Espero que tenha gostado.

More Than This [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora