De Conto Em Conto

Conto 3

Eu nunca acreditei em amores a primeira vista.
Não! Amor é algo que se constrói e se consolida com o tempo.

Mas a paixão não. A paixão é rápida, forte, arrebatadora. Na paixão só existe querer, não há espaço para nada além da atração física

Era isso o que eu pensava, até aquela noite. Aquela noite que não sai da minha cabeça, onde eu te encontrei, sozinha, no bar daquele hotel.
Eu estava em uma viagem de negócios, e você... Você apenas estava ali, com seu copo de whisky, sem perceber o quanto chamava a atenção de todos presentes no ambiente, inclusive a minha.

Eu sou tão previsível!

Você me olhou e sorriu, e eu pude jurar que naquele momento o mundo ficou em câmera lenta.

Eu sou mesmo patetico!

Mas naquela noite você me notou, você me marcou.
Ah baby, naquela noite você marcou mais que o meu corpo; você marcou a minha mente, você deixou marcas permanentes na minha vida. As marcas daquela noite estarão gravadas em minha memória para sempre, desde o seu sorriso fofo e inocente, até seus olhos que se transformavam em duas linhas fininhas quando você sorria. Quando você sorria para mim.

Eu lembro de cada detalhe daquela noite, desde os olhares e sorrisos trocados, até o primeiro beijo, e depois o segundo, e o terceiro, até que eu me tornei incapaz de continuar a contar, porque o seu beijo, amor, me tirava tudo: o ar, a concentração...

A sua boca arrancou os meus melhores suspiros, os melhores gemidos.

Ah amor, a sua língua quente em contraste com a minha pele fria, devido o clima do lugar.
Não demorou muito para a minha própria temperatura corporal aumentar, os beijos tornaram-se mais intensos, os gemidos também.

Ah querida, seus gemidos foram a melhor melodia que eu já ouvi.

Nossos corpos entrelaçados como se fossemos um só.
Nossas peles úmidas pelo suor, apesar das baixas temperaturas.

Os movimentos lentos, e as vezes frenéticos, dos nosso corpos, sempre em sicronia.
Nossas respirações pesadas, altas, descompassadas.
Nosso último suspiro antes que cairmos exaustos, um ao lado do outro, na cama... No quarto daquele hotel, onde apenas as paredes puderam testemunhar o ápice do nosso prazer.

Ali, no quarto 7 do Hotel San Diego, eu percebi que eu me apaixonei por seu sorriso, mas também que eu te amei, quando depois de sussurrar meu nome uma última vez, os seus olhos brilharam tão intensamente, que eu pude jurar que seria capaz de iluminar a escuridão parcial daquele quarto, quando suas mãos pequeninas acariciaram o meu cabelo, e você me sorriu uma última vez, antes de se entregar ao mundo dos sonhos.

E hoje, dois anos após aquela noite, eu pude confirmar que eu te amei naquele primeiro momento, mas também, que eu te amo um pouquinho mais a cada dia, pois nosso amor ficou mais forte ao decorrer do tempo.

E hoje, nesse exato momento, eu posso afirmar que eu te amo com todo o meu coração.