- Você está atrasado.
Filip me fala, quando praticamente entro correndo em uma das salas, do grande castelo, ele está vestido com sua armadura, claramente impaciente com meu atraso a reunião com meu pai. Continuo andando para o salão principal, onde meu pai está me esperando, Filip se junta ao meu lado.
Estou com as mãos na maçaneta para entrar, quando Filip me para, com uma mão no ombro. E me ajuda a arrumar a minha armadura que estava toda desorganizada.
- Você não quer aparecer para o Conselho Real e para seu pai, todo desengonçado deste jeito, ou quer?
Ele me pergunta.
-Não, não quero, obrigado.- Ele assente com a cabeça, da meia volta para sair- Você sabe para quê estou sendo chamado? Ninguém me avisou.
-Não faço ideia, primo. So posso te desejar boa sorte.
E saiu, provavelmente para entrar no salão principal pela entrada lateral discretamente. Filip é meu primo, meu segundo no comando, e a pessoa que mais confio no mundo, amo ele como um irmão, e na família ele é o caçula, filho mais novo apesar de ter minha idade, 23 anos, e em vez de escolher uma vida pacata no campo com o irmão mais velho, ele se alistou ao exército do Rei. No exército, ele foi promovido, até que aos 21, pude escolher dos tenentes, alguém que me acompanhasse toda a minha vida. É claro que escolhi meu primo.
Entro pelas portas, eles discutiam fortemente, alguns se exaltavam, não consegui distiguir as palavras ditas com ódio, notaram minha presença e se calaram na hora, todos os conselheiros se levantam para me cumprimentar.
Menos meu pai.
O Rei.
Ele não tem o motivo para se levantar.
Eles estão sentados em cadeiras de madeiras encrustadas, em círculo.
Meu pai está no meio.
Pirragueio e sento no meu lugar, ao lado direito do Rei.
-Começamos a reunião sem você, filho- Meu pai olha pra mim e diz, os olhos azuis dele estavam mais cansados que o normal, com olheiras e rugas bem mais aparente do que nos últimos meses- Já que você não teve a decência de comparecer na hora correta.
Diz com rispidez.
- Atrasado, mas cheguei, e podemos dar continuidade na reunião. Mas alguem poderia me informar o motivo dela primeiramente?
Eu falei, tinha algo acontecendo que eu não estava sabendo, afinal cheguei ao castelo poucos dias atrás, do campo de batalha onde nosso reino lutava fielmente contra o país vizinho, e lá consiguia ajudar com estratégias de guerra, junto com generais e comandantes para terminar com esse combate de vários anos.
-Elfos.- Diz um dos conselheiros- O motivo dessa reunião são os elfos.
Alguns conselheiros, no lado oposto do círculo riem e reviram os olhos.
Eu mesmo quase rio, elfos são lendas, contos, histórias contadas para as crianças se comportarem, onde criaturas sombrias as roubariam se fossem malcriadas. Eles já existiram, mas foram extintos a muito tempo, pelo que eu saiba o último foi encontrado antes mesmo de mim nascer.
- Ainda não entendo.
- Principe, os elfos estão aproveitando a fragilidade do reino, por causa da guerra, para aos poucos se rebelarem contra a Monarquia escondidos, ganhando o coração do povo com sua magia e assim se voltar contra a o Rei, enquanto nós estamos ocupados com o fim da guerra.- Diz outro conselheiro.
Do outro lado do círculo, mais um se levanta falando.
- Nós todos sabemos que é mentira, os elfos desaparecem a décadas, eles estão mortos, se investirmos tempo, dinheiro e soldados para persiguir coisas inexistentes, gastaremos recursos valiosos à toa, recursos que são necessários para vercermos a guerra lá fora, um mal visível.
-Isso mesmo.
Cinco dos conselheiros gritam ao mesmo tempo.
-O que você acha, filho?- A voz dura e grossa de meu pai, é o suficiente para fazer calar a todos, e parar qualquer discussão.
Agora todos estão virados para mim a espera da opinião, que claramente vai ser importante para a decisão final de meu pai.
Penso calma e claramente.
-Existe alguma prova concreta desses movimentos élficos?
Pergunto em voz forte. Todos ficam em silêncio. Pelo visto, não tem prova.
-Exato, Alteza. Não existe nenhuma prova, ou evidência qualquer de....
A porta abre de repente fazendo o conselheiro parar, observo meia dúzia de soldados entrarem no salão, o claramente líder chega perto do Rei, e se ajoelha.
- Vossa Majestade.
-Soldado, o que é tão importante para interromper uma reunião do Conselho?- Meu pai pergunta, o soldado ao mesmo tempo fica nervoso e começa a gaguejar.
-Ma, Majes...
- Vossa Majestade, a culpa é minha.- Um dos conselhiros se levanta e chega perto do soldado- Eu direcionei alguns soldados que estão ao meu comando, para buscar justamente essas provas, que tanto são necessitadas.
- E essas provas foram encontradas?- Pergunto. O soldado responde.
-Sim, Alteza.- Ele olha para trás- Mas será mais fácil se eu mostrar em vez de contar.
-Fique a vontade, soldado- Eu respondo.
Ele se levanta, sai do salão.
Alguns instantes, ele entra de novo, e o que traz consigo faz com que todos fiquemos boquiabertos.
É um elfo.
Ele está amarrado nas mãos, o rosto cheio de feridas, braços e pernas com enormes hematomas, e cortes profundos.
Mal se mantém acordado.
É praticamente arrastado pro meio do círculo e quando chega lá, os soldados o jogam com violência.
Quase tenho pena, até lembrar de que ele é uma criatura vil e cruel, que não sente nada. Além de prazer em destruição.
O soldado começa.
-Vossa Majestade, há meses procuramos avidamente poresses monstros- O elfo grunhi pela palavra usada- Seguimos boatos, histórias, pistas que por um tempo nos levou a nada, até que recentemente uma pista nos levou a ele.
O elfo era como um humano comum, o incomum nele era a cor dos olhos, um dourado, claramente mágico.
Ele continuou:
-Por dias o interrogamos, e a poucos minutos descobrimos algumas informações valiosas.
O soldado pega uma faca, e corta o pano que está na boca dele.
Estamos todos atônitos a espera de qualquer coisa.
Quando ele não fala nada.
O soldado acena a cabeça para outro, ele faz um comando, esse outro pega uma faca de bronze, com a ponta feita de pedras preciosas verdes que nunca vi. Ele leva a faca para o pescoço do elfo, so que eu vez de cortar a garganto dele, pressiona a parte plana na pele, que na hora começa a queimar. O elfo grita, se contorce em agonia, a faca o queima rapidamente.
O soldado fala.
-Descobrimos que a pele de elfos são intolerantes a bronzes específicos, e uma pedra extremamente rara chamada verbena. É útil para extrair informações.
Ele nos explica.
Depois vira parao elfo e grita.
-Fale logo, besta inútil.
O elfo finalmente abre a boca.
- NUNCA VOU ENTREGA-LOS.
Ele rugiu.
Vejo que no trono meu pai chega mais perto, para ver melhor. E pergunta a ele:
-Então existem outros?
Ele pergunta calmamente ao elfo, que responde.
-Não desaparecemos ou morremos, apenas aprendemos a no esconder por décadas. Então sim, existe milhares, muito mais poderosos que eu.
Meu pai fica em silêncio ponderando as palavras. Eles estão vivos, na espreita das sombras apenas esperando atacar, e destruir tudo o que construímos.
-E você é poderoso?
Meu pai pergunta.
O elfo ri.
- Eu não sou poderoso. Sou um mago menor, nada comparado a magos maiores, ou bruxos de puro sangue, quase não tenho poder.
-Mostre.
Meu pai ordenou.
-Não- Ele respondeu.
Só que meu pai não é o tipo de rei que recebe um não. Ele acena pro soldado, que pega a faca mais um vez, só que em vez de pressionar na pele, ele o esfaqueia, não para matar, mas para causar uma dor absurda.
Ele grita de dor.
Instantes se passam, e a faca ainda está dentro dele, queimando de dentro pra fora.
- TABOM, SÓ PARE.
Ele gritou.
A faca saiu,ele conseguiu respirar de novo.
-Mostre seu poder.
Meu pai ordenou de novo.
Agora ele faz.
Estendeu a mão
Olhou para o copo, que estava em cima da mesa.
Ele se teletransportou para sua mão.
Magia
Nunca tinha visto.
Todos ficamos impressionados.
O conselheiro volta a falar voltando todas as atenções para ele.
-Esse mal- Aponta para o elfo- está invisível hoje, mas amanhã ele nos cerca, e se esperarmos até amanhã, não seremos capazes de vencer esse tipo de poder. Temos que começar a caça- los agora.
O elfo começou a gemer e falar baixinho.
-O que disse, besta?
O conselheiro pergunta.
- Não são pareos para nós, somos muitos, e poderosos, há anos planejamos por isso, agora iremos voltar com força, e cosquistar tudo o que possuem.
-Ele ainda é necessário?
O meu pai pergunta .
-Tudo o que ele estava disposto a contar ele já disse.
O soldado respondeu.
-Então, mate-o, agora.
O elfo se assustou.
Começou a gritar.
-NÃO, NÃO.
Gritava por ajuda.
- Maeve! Liam!Gen! Me ajude.
Só que ninguém iria ajuda-lo.
O soldado chegou perto e cortou a garganta, sangue escorreu por todo lado, ele agonizava, mas não tinha como fazer nada.
-Está decidido. Meu filho, o Príncipe Theo- Me sobressai com meu nome- Estará responsável por capturar e matar todas esses monstros. Sem discussão. A reunião está encerrada.
Ele se levanta e vai para a sala atrás dele.
Também levantei, agora tinha uma missão, e iria cumpri-la, matar todas essas bestas, saí andando do salão, com o sangue do elfo ainda escorrendo dele.
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Entre Magia E Liberdade
FantasiaDois lados de uma mesma história. No primeiro, o Príncipe do reino, o único herdeiro do Rei , tem a missão e responsabilidade de fazer a caçada para erradicar toda a raça de monstros de sangue élfico, por mais que pareçam seres humanos, por dentro t...