Entre Magia E Liberdade

Maeve

- Você foi bem,querida- Diz o Rei, estou com uma expressão passiva no rosto, com uma fachada no meu corpo que não corresponde com o que estou sentindo por dentro que é uma rajada de raiva, dor, medo, tudo junto prestes a estourar, me seguro fortemente, me obrigo a respirar fundo, a me controlar, a não reagir agressivamente ao homem que é o motivo de todos os meus problemas, que um rápido movimento de uma faca em seu coração seria o simples para tudo o que eu precisava.

Mas não. Eu respiro fundo.

Uma. Duas. Três. Quatro vezes. Todas as vezes que forem necessárias.

- Eu sei que está fazendo isso por um motivo, bruxa. E que você fará de tudo para proteger esse motivo, e esse tudo inclui as minhas ordens que devem ser seguidas a risca. - Ele diz de maneira ríspida, o som da voz dele me arrepia é o índice de todos os meus medos, mas não deixarei um simples humano me corroer de dentro pra fora, eu sou mais forte do que isso. Eu sou muito mais forte do que ele. Ele continua:

- E apesar de ter ido muito bem em sua ultima aparição, teve uma regra que você não cumpriu direito.- Eu olhava para o chão, mas com essas palavras, levantei a cabeça imediatamente e encarei diretamente os olhos do Rei, um terror foi de minhas entranhas e  subindo para o meu coração que começava a acelerar.

Ele não tinha me chamado para me parabenizar ou para me avisar, ele tinha me chamado para me punir, sobre algo que eu tinha feito naquela tarde, que não tinha saído da maneira que ele estava esperando.  Fechei meus punhos, e falei o mais calma possível que pude:

- E o que foi que eu disse ou fiz, Majestade, que não saiu de seu agrado?- A pergunta que fiz, foi mais uma afronta misteriosa, dizendo ao Rei silenciosamente que ele já estava pedindo demais a  mim.

Theo e Filip que estavam a alguns metros atrá de mim, deram um passo em minha direção, em sinal de aviso ou de cuidado.

-Os seus poderes, bruxa, ao meu ver estão totalmente em seu controle, e apesar de sua punição você parece que não enxergar que não tem mais o direito nenhum de usa-los publicamente sem minha permissão, mas mesmo assim insiste em usar. Mostrando ao povo que  age de certa rebeldia que não coincide com as ordens da Coroa. - Ele diz com raiva, quase gritando, e abro a boca para responder, quando a porta lateral do salão se abre rapidamente, e o que eu vejo me cala totalmente.

O que eu vejo me deixa pálida, faz meu coração parar e ao mesmo tempo acelerar um pouco mais, faz o pânico aumentar, e me faz perceber que estou totalmente nas mãos do Rei, tudo que ele pedir eu farei de bom grado.

Porque foram dois guardas entraram no salão, mas não sozinhos e sim com um elfo sendo arrastados pelos braços, uma mulher conhecida minha. Uma amiga que apesar de não morar comigo e meus amigos, sabia de todas as informações que eu sabia. 

Sobre todos. 

O que quer dizer onde eles estão agora, se ela informasse ao Rei as pessoas que amo estariam em profundo perigo. E se o Rei soubesse, ele pegariam eles e os usaria contra mim, talvez os torturando e matando, ou talvez levando á guerra, fazendo eles lutarem até a morte.

Afastei os pensamentos, fingindo a todos aquela sala que eu não fazia ideia de quem ela era, e que meu senso de  proteção só se estendia a ela pelo fato de ser também parte elfo.

 - Trouxe esse elfo por um motivo, bruxa. Porque nesse momento você sairá para outra aparição, que será muito mais perigosa do que a outra, você irá acompanhar meu filho em um lugar onde há inimigos da Coroa que querem nossa morte á anos, você irá se comportar,mostrar aos morados daquele lugar que faz parte agora da Corte e que faz isso porque quer, e acima de tudo protegerá meu filho, para que ele não seja morto.