Quem Realmente Sou?

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Essa noite não consegui dormir, fiquei passando toda a vida na minha mente.

A minha infância, como era mimada e como fazia sofrer os meninos que moravam na minha casa para treinarem para se tornarem cavaleiros.

Como tratava aqueles meninos como seres inferiores e como os mesmos enfrentaram várias batalhas para salvar a minha vida.

Preciso admitir, eu sou muito egoísta, sou mesquinha, as vezes até cruel mas não sou uma assassina.

Durante as batalhas que os cavaleiros enfrentaram por minha causa, tenho que admitir, eu não lutava ao lado deles, muitas vezes os deixava sozinhos para enfrentarem os inimigos que na verdade odiavam eu e não eles.

Na batalha das 12 casas, eu fui muito covarde, tinha desportado meu cosmo há pouco tempo, mas ele já era imenso, eu poderia ter desfeito a barreira que existe no santuário há muito tempo, já que fui eu que a criei e usado meu poderoso cosmo para paralisar todos os cavaleiros de ouro, se tivesse feito isso, teria evitado muito sofrimento.

Eu nasci para a ser a protetora da terra então porque não agia como tal?

Quantas vezes me pus em perigo atoa e meus cavaleiros de bronze que eram muito novos na época, quase morreram para salvar-me.

E não parava aí, eu fiz todos sofrerem por causa do meu egoísmo.

Não consigo esquecer da dor que vi nos olhos de Kanon quando eu o desprezei.

Nas últimas semanas eu só fiz besteiras, dormia com homens de quem nem perguntava o nome e ainda me aliei aos meus irmãos para lutar contra Poseidon.

Via cada maldade que eles fizeram, mas não conseguia fazer nada, porque eu sou egoísta, mesquinha, mas não assassina, eu não mataria alguém simplesmente porque desejei.

Levanto da cama e vou para a frente de um enorme espelho, onde posso ver meu corpo inteiro.

Quem realmente eu sou?

Pergunto a mim mesma, é claro que não tenho uma resposta para a minha pergunta, mas de uma coisa eu tenho certeza.

Não posso lutar nessa guerra que eu mesma planejei.

Começo a chorar em desespero, eu não sabia o que fazer.

Então tomo uma decisão, oculto o meu cosmo de um jeito que nenhum deus possa o achar.

Arrumo uma mala, coloco nela as roupas mais simples que eu tenho, pego todas as minhas jóias e as coloco em uma bolsa, visto uma calça jeans, camisa sem decote e sandálias baixas e saio de casa.

Vou a uma loja e vendo todas as minhas jóias, consigo uma ótima quantia de dinheiro nelas, eu não preciso de vender elas para ter dinheiro, mas para o que quero fazer, preciso de todo o dinheiro que eu conseguir.

Depois vou a uma clínica onde tinha feito exame há 2 dias, todo ano fazia exames para saber como anda a minha saúde.

Entro em um táxi e vou para o aeroporto.

Chegando lá, compro uma passagem de primeira classe (desse conforto eu não abro mão) para a África.

Eu quero redimir de todo o mal que causei e não poderia voltar ao santuário, mas posso ir para um lugar onde as pessoas precisam de ajuda e provar a mim mesma que ainda tenho algo de bom no meu coração.

Enquanto espero o vôo que demorará uma hora para partir, abro os resultados dos exames eu tenho um choque ao ler o que está escrito neles.

Não tenho dúvidas, estou sendo castigada pelo mal que causei, mas sei que posso me redimir e ser uma pessoa boa, basta que eu queira.

O vôo que estou esperando está quase na hora de partir, levanto da poltrona que estou sentada, vou ao quiche e minutos depois estou partindo rumo a uma nova vida, na qual eu não errarei, serei uma nova mulher e quem sabe um dia, uma nova deusa.

Renovação do SantuárioOnde histórias criam vida. Descubra agora